Coleção pessoal de Enairabraz

Encontrados 6 pensamentos na coleção de Enairabraz

Quando o comodismo se torna opção de vida?

Me questionei sobre isso, e foi um questionamento profundo.

Coloquei um espelho na minha frente e fiz uma pergunta à imagem refletida.

Será que você não encontrou na maternidade uma zona de conforto?

E essa pergunta está me fazendo refletir muito.

De uma coisa eu tenho certeza, de que quando temos as perguntas o universo nos manda as respostas, de um jeito ou de outro.

Por acreditar muito nas sincronicidades da vida, li um texto pela manhã, de Yehuda Berg, autor do best-seller Kabbalah The Power To Change Everything (O poder de mudar tudo), que me fez mais reflexiva do que já sou.

Percebi que estou apenas em um degrau.

“Seria ótimo se nos desse uma fórmula para saber quando insistir e quando desistir.”

É preciso estar preparado para fazer as duas coisas - fazer o que for necessário, mas estar suficientemente desapegado para reconhecer que o universo tem algo melhor em mente para você.

A única coisa com a qual temos que nos comprometer repetidamente é o nosso caminho espiritual. O resto vem e passa - pessoas, lugares e coisas - mas a nossa conexão e a sabedoria… Isso nunca muda.

Em seu livro, Tornar-se Como Deus, Michael escreveu:

Para que a Luz do Criador se revele, é preciso que haja um receptor para recebê-la. O nome desse receptor é certeza, e o nível de Luz revelado depende da força dessa certeza.

Em outras palavras, certeza não é pensamento positivo nem um mantra pessoal. Não é: “Eu sei que ele é o homem certo” nem: “Tenho certeza de que tudo vai ficar bem no final.” Pensamento positivo é importante, mas não é certeza.

Certeza é saber que este sistema funciona, e porque ele funciona, eu estou no lugar certo agora, independente do que pareça. E já que estou no lugar certo, na hora certa, sempre, tenho que estar de bem com o lugar onde estou - aconteça o que acontecer.

Isso significa que posso não estar com a pessoa certa? Sim. Isso significa que posso não estar morando na cidade ideal? Sim. Isso significa que pode ser que eu precise de uma segunda opinião? Sim. Mas também significa que, por estar conectado a este caminho, e consequentemente à Força de Luz do Criador, o lugar onde me encontro agora é um degrau para a pessoa, o lugar ou a coisa perfeita.

E quando for difícil ter este tipo de clareza, mas você souber que no final tudo vai dar certo, tente viver ‘no final’. Você ficará surpreso de como vai chegar mais depressa ‘ao final’ quando fizer isso.

Ariane Zorzan

Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.

Levo comigo, depois de você, uma brisa leve, que suavemente sai do meu peito...
E em movimentos silenciosos brinca com o vento.
Vai soprando palavras que, não conseguiria verbalizar... pelo horizonte, buscando seus olhos...
Pensando - Um dia consigo virar ventania?
Pudesse essa brisa voar como o vento pelo céu,
E pousar no teu rosto...
E se você a permitir entrar, ela tocaria suavemente sua pele e envolveria cada pedacinho da sua alma...
Essa brisa leve levarias contigo em
todos os segundos dos teus dias...
Mas, por enquanto ela continua sendo brisa, pensamento em forma de vento...

CRÔNICA DE UM AMOR NÃO VIVIDO

Era um tarde normal como outra qualquer, na correria do dia a dia cheia de papéis na mão ela não percebeu a presença dele no café. Uma amiga a chamou, para falar algo que ela nem lembra mais, nem do assunto e nem da amiga.

Quando virou seus olhares se cruzaram. Ele levava a xícara até a boca. Ela congelou, paralisou, sentiu seu coração bater descompassado. Quem era ele? Por alguns minutos imaginou milhares de coisas juntos. Poderiam ter se conhecido no café, na fila do banco, num barzinho ou restaurante, trocariam uma conversa sobre o quanto detestam fila, ou que ela detesta comida japonesa. Ou quem sabe até em uma dessas festas estranhas com "gente esquisita", ouvindo música sertaneja que ele odeia. Talvez trocariam telefones. Talvez.

Mas a verdade verdadeira é que nada tinha importância, nem ela nem ele se importavam com o dia que aconteceu, isso era pequeno demais perto do que sentiam.

Nunca tiraram uma self, nem fizeram declarações públicas e amor nas redes sociais, não passaram um final de semana viajando, aquela viagem romântica.
A família dele nunca soube o quanto ela o amava e nem a dela o quanto ela era engraçado, porque nisso combinavam eram engraçadinhos, sempre com uma piadinha na manga. A gatinha dele nunca deitou no colo dela, não assistiram nenhum capítulo da novela das oito juntos, e nem discutiram sobre o galão de água que ela esqueceu de comprar.

Ele nunca fez aquele franguinho especial para ela e nem ela o seu famoso risoto de parmesão. Nunca passaram uma noite e conchinha, e ela sempre quis saber como aquele rostinho lindo ficava quando dormia. Nunca se deixaram sentir além da linha amarela. E não o fizeram porque não deixaram que isso acontecesse. Sabiam ser seus pares perfeitos. Mas no fundo não acreditavam nisso.

Acostumaram a viver um amor clandestino. E perderam a chance de sentir aquela paz que o amor traz. Optaram, ou não, pelas noites mal dormidas do que uma vida bem vivida.

Um dia cansados dessa clandestinidade, se despediram prematuramente. Escolheram a vida longe um do outro ao invés do para sempre até o final. Não deixaram o amor acontecer na vida real.

Ela hoje se sente só. Chora pela viagem que não fez com ele e pelos passeios de mãos dadas que tanto sonhou. Ele? Bom ele continua vivendo sua vida procurando quem sabe encontrar um amor que ele acha que ainda não encontrou... Parafraseando Frejat. Que aliás escreveu muitas das músicas deles...

O que eles não entenderam é que precisavam ter tido mais coragem para olhar além de si mesmos...

NA VIDA NÃO REPROVAMOS

Pensava... Era essa a hora? Será que não se arrependeria no futuro por voltar a escolher outro caminho?

Ela sempre foi sonhadora, buscava ser a Poliana esquecida. Ajudar a levantar pessoas era seu hobbie preferido. Santa? Não, nunca foi. Mas todo paraíso precisa de um lado oposto para pelo menos ser comparado. Causava inveja nas pessoas pela sua espontaneidade um tanto quanto imprópria ou diferente das outras pessoas. Tá, tá, excêntrica. Não escondia o que sentia. Mentira, escondia, mas só nos momentos que não podia ser frágil. Era um turbilhão de sei-lá-o-que.

Um dia a vida a obriga a enraizar seus pés na terra...

E ela aceita o desafio. Encara com coragem. Mas... para isso... ela precisava abrir mão de algo muito especial. Sua verdadeira verdade. Deixar de ser quem era e se tranformar em quem precisava, ou achava, que precisava ser. Não importava. Era o preço e ela estava disposta a pagar. Adorava desafios e ser outro alguém parecia legal, um personagem que ela nunca conseguiu interpretar, jamais ganharia o oscar, foi mera coadjuvante de uma história. A maturidade não havia chegado ali. Ela não imaginava que custaria caro demais deixar de ser quem era.

Que uma hora sua verdadeira verdade abriria a porta que estava entreaberta e chegaria chutando tudo. E a pessoa enraizada em terra firme. Firme? Não, desculpa derrei. Na areia, na do mar, naquela da beira que você pisa e vai afundando, e quando se dá conta já prendeu seus pés sem a sua permissão, ou melhor dizendo sem a sua verdadeira vontade.

E agora? Que caminho seguir? A implacável VIDA não perdoa, não te faz herói por se anular em detrimento à alguém ou algo. Sabe o que ela vai fazer?

Colocar a mochila nas costas e enfrentar esse novo velho caminho.

Voltar atrás, lá na bifurcação e fazer diferente. Ainda bem que a vida não nos reprova de ano. No máximo ficamos de recuperação.

SERÁ QUE ACABOU?

Como saber que uma história chegou ao seu THE END?
Difícil, ne? Ela pode ter acabado na lua de mel quando ela colocou uma lingerie diferente e ele disse: Como você está linda, mas se perder 3kg vai ficar perfeita. Ou quando o primeiro filho nasceu e ele encheu a casa de homens para comemorar a chegada do rebento, e quando ela acordou encontrou ele largado no sofá com um charuto apagado na boca? Não, não, pode ter sido daquela vez que ela não percebeu que ele queria fazer uma surpresa romântica que o entristeceu. Ou quando ela simplesmente deixou de se importar se ele estava ou não em casa.

Na verdade é difícil saber quando o ponto final deve ser colocado. Não temos um roteiro nas mãos que nos diz ULTIMA CENA DA VIDA DOS DOIS - ELE: ACABOU - ELA: TUDO BEM! Sentimos que acabou quando deixamos de nos importar, quando cansamos de lutar e desistir parece o melhor caminho. Mas desistir não é para os fracos? Não, nesse caso não...

Mas como saber que chegou ao fim? Quer saber? É quando você se pergunta se chegou ao fim...