Coleção pessoal de Arcise
Ao invés de nos lembrarmos do que realmente aconteceu, tendemos a nos lembrar do que é mais conveniente para nós
Sou desprendida de todo o bem que faço até me sentir injustiçada ou com sentimento de ingratidão, a vida pra mim é fluxo e refluxo, é um mistério delicioso. Usamos o passado apenas como referência para que os erros antigos não se repitam, isso também serve para um alerta do que devemos ou não fazer.
Toda violência com criança pode ser evitada, é um respeito a si mesma, muitas pessoas querem tratar os outros como se fossem coisas sem importância. Nós somos sonhos, lutas, às vezes solidão.
Vamos nos acostumando com hábitos que nos permitem manter o corpo sempre saudável, quando queremos ser sensatos e sinceros com que sentimos e vivemos conseguimos.
Não podemos mais viver olhando para trás, dizer não de maneira justa, de forma pensada e realizada nos traz grandes ensinamentos e lições de vida, a gente precisa entender e saber o que queremos.
Somente te amarei se você tiver êxito em me amar, eu curto reciprocidade. Adoro frases que começam com “no meu tempo...”, sei que nosso tempo é agora e que o presente é infinitamente mais importante, mas essa reflexão nos faz seguir sem tantos tropeços.
Estar com pessoas queridas é básico para manter a alegria de viver, somos família, esse modelo de cada um por si e Deus por todos não se sustenta mais. A gente é ser colaborativo, se nos sentimos explorados, acabamos nos cansando.
A vida deve ser entendida, devemos tomar pé da situação, se não estamos conectados com o nosso eu a gente acaba na barafunda geral, o trabalho começa a perder qualidade.
O importante, não deixe de ser você para agradar os outros e e não me venha com essa história de não ter tempo. A gente sempre tem tempo para o que nos interessa, inclusive pra tomar aquele sorvete de papaia com cacis que a gente tanto ama.
Por vezes passei fome, prendi xixi para cumprir a tarefa que o trabalho me pusera, os lábios rachavam e as gargantas ardiam por falta d’água. Eu costumava me lamentar, mas refletindo sobre o assunto, verifiquei que muitas coisas eram frutos das minha escolhas, ninguém me pedia para fazer, eu que me achava no direito de fazer e por isso não tinha do que reclamar.
Minha vida era uma gangorra entre dúvidas e esperanças, entre centralizar em mim mesma e dar poder aos outros, entre inibir minhas iniciativas para favorecer as ideias dos outros.
Refleti sem faz de conta.
Merece uma análise crítica
O que é feito com má vontade não produz aprendizagem e muito menos realização e ando pensando sobre isso e muito mais. Nada pode justificar ações contra nenhum ser humano, está crescendo as demonstrações de racismo e intolerância e isso é inaceitável.
Ser autêntica quando a gente se apresenta como realmente é, sem disfarces ou máscaras não quer dizer ser arrogante, prepotente, se achar melhor do que os outros , isso tá longe de ser autenticidade.
Tendemos a ser muito compreensivos em relação a nossos próprios defeitos e falhas, e pouco compreensivos com as imperfeições dos outros, a gente quer ser perdoada, mas não quer perdoar.
A gente precisa ser amor na forma de se comportar, de rezar, de cumprimentar as pessoas, a maneira de agir, tudo com civilidade, devemos buscar a transcendência. Não julgar e sim ensinar.
Eu sempre me achei uma felizarda, apesar de errar muito, sou consciente dos passos que devo dar para frente e para trás, sei que o que é dado com consciência deve ser retribuído com consciência também.
Houve uma modificação em mim, em termos de relacionamento com as pessoas, de pensar mais em função do próximo, de entender que todas as verdades são meias-verdades.
Eu me abri sem medo à universalidade, cada um tem liberdade para concordar ou não com a opinião dos outros, mas precisa, também, fundamentar seu ponto de vista, sua discordância com amor e respeito.
Somos todos frutos de uma mesma família, temos sentimentos, qualidades, defeitos, somos imperfeitos que buscamos nos desenvolver, sem estimular o conformismo, a passividade, a imitação e a repetição do que os outros fazem.
Meu eu deve ser estimulado e não reprimido, somos diferentes mas não piores, muitas vezes pensamos de maneira não convencional e infringimos as regras que nos levam a felicidade.
A gente não se deixa levar pelos costumes do mundo, não podemos normalizar o erro, ele é apenas um dos caminhos para se chegar ao acerto. A escola não está afastada da vida, somos aprendizes o tempo todo.
Tendemos a esquecer o que aprendemos e não usamos, nossa memória reorganiza o que aprendemos e eu não quero prejulgar, mas não é sábio aprender para deixar na gaveta.
Direito de exprimir livremente minha opinião
Todo mundo sabe que para haver convivência, é preciso ter tolerância, mas na prática isso é bem difícil porque sempre um parceiro exerce mais influência sobre o outro, ou seja, não é tão simples quanto possa parecer à primeira vista.
A gente reforça o positivo, aprende por insight, coloca energia em outras prioridades no momento e pensa: o que é problema para uma pessoa pode não ser para outra, mas quando somos encorajadas a expressar nossas opiniões vem a teoria do condicionamento para atrapalhar.
Restabelecer o equilíbrio não é fácil, a lei do efeito é dura, às vezes ele faz com que eu me sinta bem, em paz e segura, mas às vezes me sinto uma pessoa adulta que se sentiria bem em sua vida se estivesse solteira e participando socialmente da vida.
Em virtude de proibições sociais não me é permitido fazer o que eu quiser, perdi o meu estilo irradiante de docilidade, sei lá, estou nesse jogo que todas as mulheres do universo sonham, mas não me encaixo no casamento, tem que agradar muito, fazer comida, limpar, pensar em tudo, acho que filho pode ser menos trabalhoso, afinal não estamos tentando educar adultos.
As coisas importantes ganhavam naturalidade, oferecer um prêmio por fazer algo é o mesmo que declarar que esse algo não vale a pena ser feito por si mesmo, a gente vai tentando fazer pequenas chantagens para ter uma vida mais igual.
O interesse dele é sempre egoísta, sair com amigos, trocar de carro, comprar uma motocicleta, são sempre as recompensas de que ele merece e isso será bom para o resto da família. Uma recompensa deveria ser, na maior parte das vezes, subjetiva: autossatisfação pelo trabalho realizado.
O homem pode ver além dos obstáculos, a gente que é medrosa, chata, igual a nossa mãe e sempre somos impedidas de manifestar nossa opinião, ou ser capaz de pensar, refletir, discutir, participar, decidir o que quero e o que não quero, é muita frescura e falta do que fazer, ele diz.
Tento manter uma caridade refinada, aquela ajuda sem me apossar do problema alheio. Sou gente, sou ser humano, sempre me sinto bem quando estou junto das pessoas que nos agradam, que percebem minhas falhas e sabem que eu posso modificá-las.
Temos a tendência a rotular as pessoas, o erro dos outros é nosso próprio espelho, compreender as bases do preconceito é uma maneira de combatê-lo, devemos incentivar mais do que punir, orientar mais do que forçar e compreender mais do que julgar. Minha vida está uma gangorra emocional, me sinto e vivo no meio social desfavorecido, minha alegria, curiosidade, originalidade, adaptabilidade e clima de liberdade estão desaparecendo da minha essência e ninguém pode ser feliz pensando de um jeito e agindo de outro.
Precisava dizer tudo isso.
Nunca foi uma ajuda e sim uma equipe
Nem tudo é mental, o esposo que partilha os afazeres de casa e que abandona a ideia de que suas esposas são empregadas com identidade de serviçais são evoluídos e verdadeiros amantes.
Geralmente são moços criativos e com iniciativa, não é pela imagem de homão da porra, é por você, por amor, pela harmonia da casa. Não se acha derrotado ou menos homem por isso.
Não acham que isso sejam lições da vida e tampouco capacidade de superação. É a necessidade de trilhar junto os caminhos, se sentir pertencente a casa e suas responsabilidades perante ela.
Somos coadjuvantes num mundo orquestrado por nada e por ninguém, não somos melhores nem piores que nossos parceiros, não nos compete a limpeza da casa sozinha, não é falta de amor para meu marido exigir que a reciprocidade se materialize.
Crescer significa ter a ousadia de explorar o desconhecido, de fazer o que não agrada, de renunciar a preguiça por amor e principalmente por dever. Eu acho lindo homens que enrubescem de vergonha por fazer o mínimo. Lindo sim, útil não! E nem queria perto, não para seguir a vida.
Não é que tenho sensibilidade ferida, não é que sofri pressão do feminismo, ou por ter uma carreira cheia de exigências e uns lados chatos. Não é nada disso, a verdade é que não sou capaz de conservar uma relação afetiva estável, sem analisar a maneira de amar na prática.
Temos a impressão que não podemos fazer nada sem ele, essa impressão nos faz ser cada vez menos exigentes, menos organizadas com os sentimentos, menos realização pessoal com o parceiro que parece muito mais um filho marmanjo.
O futuro não é um presente, é uma conquista, uma colheita, suas escolhas faz parte desse processo de alegria ou não. Muitas pessoas só percebem a riqueza do casamento tempos depois da separação, só dão valor quando perdem, como dizem por aí.
Tem muito prazer distorcido, prazer no ato de comer, e não em saborear o alimento e no casamento não é diferente, muita gente não consegue perceber que já tem aquilo de que necessita, busca outros prazeres e só dá conta quando não tem mais.
Não enterre sua vida com alguém por 10, 20, 30 anos que não te ama nas pequenas coisas, quem não é fiel nas pequenas coisas, não é fiel nas grandes. Transforme a sua vida desde o início, observe suas escolhas.
Muitas pessoas estão perdendo a referência do que seja viver
A pessoa apaixonada realiza mais, mas não deve se anular. A gente deve agradecer o que recebeu e o que vai receber, mas muitas pessoas simplesmente vegetam achando que tudo cai do céu.
Temos a nossa existência para viver com plenitude, a vida traz tantas surpresas, a felicidade pode estar esperando a seu lado exatamente neste momento, temos que ter paciência em esperar o melhor da vida.
O pior da vida é ser acomodado, parado, incrédulo, achar que a vida é sem sentido mesmo, que tanto faz, ter uma vida sem estímulo e sem conhecimento da realidade, sem abertura à discussão e críticas.
A superação das falhas e o aperfeiçoamento constante faz parte desse jogo incrível, estamos sempre nos comportando de uma maneira ou de outra, queremos seguir padrões ou tomamos decisões políticas infelizes, a gente vive nos extremos do começo e do fim.
Eu o amava tanto que não quis enfrentar a verdade, ceguei para tudo que ele dizia ou faiza, manifestações tão diferentes entre si, palavras e gestos diferentes do que sonhei, sem reciprocidade.
Além de tentar explicar a vida de forma dinâmica, eu procurava ser amiga dele, conversar, interessar-me por seus problemas, eu me entusiasmava em saber que poderia tirar ele ou tantas pessoas do marasmo.
Cedo ou tarde compreendi como devia agir, era formadora de convicções a partir de informações falsas ou parciais, de simpatias ou antipatias e isso me levava a avaliações erradas ou preconceituosas sobre fatos e pessoas. Eu queria mudar o mundo sem entender meu próprio mundo.
Ele tinha problemas de comportamentos, eu não era absoluta, nem dona da verdade, jamais disse aos outros coisas que não gostaria que dissessem a mim, eu era considerada um exemplo, mas o mundo dos outros e a forma leviana como levavam a vida me atingia como um tiro.
Eu tinha capacidade de compreesão, mas também tinha necessidades e aspirações. Não sabia motivar no sentido do aproveitamento e das oportunidades, acreditava piamente que o universo material, mental e espiritual era uma coisa só e que tudo tinha conexão.
Uma coisa eu sei, quase todos os nossos comportamentos são aprendidos, mas não todos, os psicólogos não acreditam que uma pessoas aprende simplesmente porque a outra ensina, eles aprendem por vivências, por experiências, pela dor ou pelo amor. A gente só consegue ajudar quem quer ser ajudado.
Quer ser feliz? Faça outras pessoas felizes
7 coisas que as pessoas felizes fazem de um jeito diferente
Eu era afetuosa, carinhosa e discreta. Espero que você tenha revisto o seu jeito de ser e, principalmente, a maneira como percebe o outro. A gente não é melhor que ninguém.
Falei com todo mundo, mas ninguém se importou. As pessoas só pensam em si mesmas, ninguém quer ser mais um na vida do outro, ninguém quer carregar fardos pesados não correspondidos.
Deixamos de observar as mudanças em redor, temos ficado cada dia mais distantes, mais egoístas, mais egocêntricas, com mania de palavras onde recriamos uma confiança equivocada e perdemos a oportunidade de repensar nossas experiências.
Quando o contexto muda, as soluções mudam também, faltava alguma coisa em sua maneira de pensar ou agir, eu sabia, eu sentia, mas nunca fui de cobrar, dialogar, exigir reciprocidade.
Quando as coisas estão saindo do rumo e é necessário corrigir a rota, mas eu me limitava a rezar, abraçava as dificuldades, o sofrimento e as tristezas a minha volta. O casamento já estava ruim, mas ninguém reclamava, até que um dos dois resolveu ir embora. Que Choque! Que Paulada!
Só valorizam a necessidade de mudar quando perdem o que tem, a realidade estava ali para quem quisesse enxergar. Trata-se de um momento estranho e difícil de compreender, entrei num terreno fértil.
Continuei defendendo posições indefensáveis, me vi atraída pelo inferno, evitava fazer críticas, ele não fora habituado a serviços domésticos, nem eu, mas a casa inteira recaia sobre as minhas responsabilidades, enquanto o sofá era lugar quente para ele.
Fiquei reduzida a zero, precisei perceber a insatisfação, antes que os resultados fossem insatisfatórios e me atingissem, mas eu não externava meu cansaço, minha irritabilidade diante de estar me sentindo só, estando acompanhada.
A oração era o alimento da minha alma, apesar de ser possessiva e controladora, rezava para deixar de ter esses traços de personalidade, queria ser uma pessoa melhor, achava que tudo que acontecia comigo eram frutos das minhas escolhas, nunca encontrei minha estabilidade emocional.
É tão bom amar e ser amada, todo o resto parece algo relativo, a vida é breve e comecei a jogar fora tudo aquilo que se tornou desnecessário, queria abrir caminho para o que devo seguir, limpeza de fora para dentro.
As pessoas gostam de garantias e de coisas com as quais estão acostumadas, querem o bem de sua alma. O conhecido nos dá uma sensação de proteção. ruim com ele, pior sem ele. Que graça tem trilhar os próprios caminhos?
A vida não gosta de repetições, eu temo não estar pronta, vivia em crise de identidade porque minha função ficou associada ao casamento, ao amor, ao felizes para sempre, mesmo que eu não fosse paciente, mansa e mensageira da paz.
Abra-se à vida!
Eu era a pessoa mais bem-humorada do universo, respeitava meu ponto de vista, depois fiquei um pouco maluca do nada. Parei de me meter em confusões, achava que quando dois brigavam a culpa era dos dois porque quando um não quer, dois não brigam.
Estou tentando viver sem meu filho, nunca imaginei passar por esse sofrimento, qualquer coisa me deixa a zero, mas nada me fez perder o gosto pela vida do que sua partida.
Apertei o passo naquele dia, sabia que algo ruim estava acontecendo, eu sentia. Não prestei atenção em mais nada, só queria voltar para casa o mais rápido possível. Muitas pessoas se encarregaram do que abandonei, fizeram muito por mim, me tiraram da lama várias vezes.
O mal-estar nascia de qualquer detalhe, qualquer lembrança, eu tinha um trabalho a zelar e fazer e não tinha cabeça. A minha vida foi decidida por esse acontecimento. Eu não conseguia seguir em frente.
Um dia apreciei por minutos um céu estrelado e sem nuvem com uma lua gigante e foi meu primeiro momento indescritível. Não desprezei nenhum detalhe e aquela contemplação me deixou bastante feliz.
Durante muito tempo ou estava dormindo ou estava delirando, acreditava que tudo não passava de um pesadelo e que ao acordar estava tudo do jeito de antes. Era conhecida por fazer o bem e agradar a todos, mas me fechei em mim mesma.
Eu não queria ficar sozinha, tinha nascido para ser mãe, mas agora eu só era mãe no plano espiritual. Eu era amada, bajulada. Várias pessoas me apresentaram o caminho da bondade, do desapego, da religião, mas eu sempre desistia, era fraca para lutar.
Sempre fui atenciosa com os outros e fazia descaso de mim mesma. Nem fome sentia mais, aquela agradável sensação maravilhosa ao comer não existia mais.
Recebi telefonemas, abraços, elogios, carinho e até bronca por chorar demais. Reconheço que os amigos e familiares são peças chaves para que a gente saia do fundo do poço, eles fazem todas as coisas que acham que são boas para nós e muitas vezes erram querendo acertar e outros tantão de vezes salvam a nossa vida literalmente.
Não desperdice nenhuma oportunidade de agradar quem você ama. Não importa se é criança, bebê, jovem, não caia no conto que você vai morrer primeiro.
As orações eram constantes, eu precisava criar laços afetivos para me manter viva e lúcida e por vezes ficava só respirando o dia inteiro para fugir de mais uma crise de ansiedade.
Quando encontrei o amor, duvidei se era realmente comigo que ele queria estar. Eu só falava do meu único amor, dos objetos que me lembravam ele, das aventuras que vivemos.
Eu sempre escolhi viver na paz, mas existia a violência dentro de mim, a revolta interna quanto aos mistérios da vida, quanto seus motivos. Vivi de tudo, ninguém gosta de ser bruta, tem tanto anjo na terra sendo reverenciados até por pessoas de outras religiões.
Tanta gente humilde que nem parece letrada para falar com os humildes, eu não poderia nem deveria desumanizar meu próprio ser.
Eu era desagradável porque não consegui dizer sim a vida da forma como ela se apresentou, tinha que acabar o choramingo e lutar. O amor do próximo para comigo me ensinou muitas coisas. Foram só coração, sem desistências.
Aprendi grande ensinamento: O homem põe e Deus dispõe. Tinha que decidir entre viver ou sobreviver. Eu estava jogando sujo comigo mesma, eu achava que desgraça só acontecia com pobres e que a burguesia estava livre de tudo.
O mundo é cheio de pessoas dispostas a salvar sua vida e jamais pensei que separação e saudades pudessem ser vencidas pelo amor.
Quero Viver!
Sinto vontade de viver, desculpa para não agir, sempre teremos, motivos para não se cuidar temos de monte, fui parte do problema, não me cuidei e acabei adoecendo.
Minha cabeça estava dividida entre remorso e indiferença, remorso porque adoeci e adoeci quem amava e indiferença por ter acreditado que Deus já sabia quando me criou o que eu sofreria e tudo que aconteceria na minha vida, sem me preocupar com o conselho: Vigiai e Orai!
Por dias desperdicei tempo com pena de mim mesma, eu sei que só passei por esse sofrimento porque eu me arrisquei, eu não estava preparada para reencontrar amigos, a minha imunidade estava baixa o suficiente para não sair de casa.
Eu me escondi atrás de cada dificuldade, fiquei com medo do julgamento, fui debochada com o vírus, quando a cabeça não vai bem, contamina o corpo. Senti raiva de mim mesma e passei a ter raiva e até ódio de quem se comportava como eu me comportei.
Recebi bondade, gentileza, alegria e confiança, mas não tinha força para reagir contra o que me destruía, senti bem na pele o peso da irresponsabilidade. Não foi carência, foi teimosia, foi me achar forte o suficiente para passar ilesa.
A vida significava tudo para mim, mas minhas atitudes é como se nada significasse, se pudesse escolher ou voltar atrás, tomaria outro rumo. O que aconteceu, aconteceu, não dá para voltar atrás, mas tive a chance de consertar e quantos não tiveram essa chance?
Às vezes, muita gente gosta da gente, mas e a gente, que amor temos por nós?
Aprendi a gostar um pouco mais de mim, aprendi a me respeitar e respeitar quem está ao meu redor. Vivemos num mundo cheio de oportunidades, sacrifícios, amor, amizade, autoestima. Vivemos sem a clareza do que queremos e acabamos não conquistando nada porque não há meta.
Como já havia feito algumas vezes, tive a vontade de vencer e pedi uma nova chance, rezava para que tudo passasse, inclinei a cabeça em reverência e com o tempo a mudança foi acontecendo e a preocupação diminuindo.
As chances pareciam mínimas no início, a vida ficou dura, mas o que mais me incomodava era o sentimento de pena que todo mundo sentia. Comecei a ter medo, minha confiança acabou e qualquer pensamento que me leve a me arriscar foi banido.
Nesse tempo dormi bastante, fiquei irritada e grosseira, desleixada, tola e sem equilíbrio emocional. Passei a tomar leite quentinho com tapioca, caldo de galinha e exercitei a prudência.
Esticava as pernas e entendi que precisava ter um bom relacionamento comigo mesma, seguindo todas as orientações médicas e farmacológicas. Muita gente nem sabia o que tinha acontecido comigo, sumi das redes sociais e passei a valorizar o Netflix e os livros.
Eu me tratei sem amor, depois recuperei a contemplação do barulho dos pássaros e o astro e rei Sol. Eu assumi um compromisso comigo mesma e isso refletiu na alimentação, passei a consumir mais chás, mais frutas, mais água. Aliás a ingestão de mais água estava escrita até no meu receituário.
O sol esquentava até cedinho, tinha facilidade em admirar a natureza e por incrível que pareça, curti cada minuto que fiquei em casa, a vista do rio, do teatro, da ponte, espantava os maus pensamentos.
Nunca senti necessidade de aparecer ou ficar me afirmando, mas tinha a necessidade de ser ouvida, amada, entendida que errei e vou usar meu erro para ajudar conscientizar pessoas.
Muita gente faleceu
O segredo para vencer a saudade são as lembranças do coração. Nesse momento a insônia faz parte do processo e a gente fica pensando, pensando e pensando. A gente fica irritada porque colocamos a pessoa amada em segundo plano, às vezes a gente nunca a visitava e arrumou tempo para a visita apenas quando ela estava na uti.
Quando a gente dorme não pensa em coisas ruins e não ficamos remoendo o remorso de poder ter feito mais. É um perigo descobrir a falta que alguém nos faz só quando essa pessoa parte.
Agora se você não perdeu ninguém na pandemia, agradeça a vida, ao universo, a Deus e melhore seu astral, mesmo que tenha perdido emprego, ou se os negócios não andam como antes, tudo é recuperável. Acredite!
Dedique-se aos que ficaram vivos, aos que não partiram, aos que estão chegando. Não trave a sua vida morrendo junto, tendo outros filhos para criar, eles também precisam de amor de mãe.
Confesso que fico chateada quando a minha cabeça fica cheia de pensamentos generosos para com os outros e acabo não tendo a reciprocidade desejada. Já fui de xingar, gritar e pôr para fora, hoje fico na minha como se nada tivesse acontecido. Um mal que faço a mim mesma.
Não há nada mais triste do que está convivendo com quem não se importa com você. Gosto de ficar sozinha, pensando nas coisas, fechada em mim mesma, cansada de tentar construir amizades e amores verdadeiros, prefiro ler e esquecer da vida.
Dedico parte da minha vida ao trabalho, aproveito cada oportunidade e crio relações harmoniosas para subir cada degrau profissional. Engraçado como a gente muda, eu não era de me esforçar para falar com ninguém no trabalho, preferia a concentração e a dedicação. Nunca esqueci os meus propósitos de ser bem-sucedida.
Nunca tive a obrigação de ficar à disposição, mas era impossível não amar um homem que via qualidades em mim que nem eu mesma enxergava, mas quase não dava atenção porque tinha os meus sonhos inadiáveis.
Eu precisava de espaço para receber esse amor, ao mesmo tempo passei por um período triste, enfadonho, sem vontade de fazer nada, porém ele sempre dizia o que eu queria ouvir. Eram frase de incentivo incríveis e não era só da boca para fora. Do nada, ele me fazia sentir bem feliz.
Eu me afastei de amizade conquistada pelo que temos e não pelo que somos e passei a sentir felicidade como se voltasse a viver os melhores anos de minha vida. A gente pode se beneficiar com qualquer relação, boa ou má, desde que a gente saiba lidar com ela. Precisamos entender o que é aceitável, o que é manipulação, egoísmo, interesse...
Engraçado é que as pessoas nunca sabem direito o efeito que causam nas outras, às vezes são feridas irreversíveis, outras, alegrias imensuráveis. Tem gente que não sabe o que é afeto nem para si.
Passei por uma fase que o meu negócio era tudo sem compromisso, não tinha comando de nada seguia modinhas, misturada a mágoas e cansaço de desafetos, eu queria mostrar que eu era mais eu.
Era fácil para mim ficar paralisada pelas frustrações, no entanto, com esse radicalismo, não valorizei o bem mais precioso que apareceu na minha vida, não estou dizendo isso porque ele se foi, estou dizendo porque eu cheia de regras na cabeça, me tolhi de amar com profundidade.
Criei uma ilusão e alimentei isso na minha vida, peço desculpas por não ter agido com o coração e nem com a razão, fui cruel sem medida, injusta, egoísta. Fiquei cansada quando o perdi e preferia dormir o dia inteiro porque deixei a vida passar, o amor escorrer.
Algumas filosofias acreditam em ciclos
Tudo nasce, cresce e morre a cada 7 anos e isso não é em todos os aspectos, pode ser a mudança na alma, pode ser a estabilidade da vida, pode ser a cura das emoções, pode ser as relações afetivas duradouras ou as forças brotadas do “nada”.
A gente vive em busca do sentido da vida, a gente se concentra nisso e muitas vezes temos a sensação de tempo perdido no destino, a gente faz muitas coisas para poder aproveitar a vida de forma mais simples e com vontade de mudança.
A gente desfruta as conquistas e pensa que mereceu, com o coração cheio de gratidão pela colheita recebida e pelos sonhos alcançados. A nossa própria morte nunca passa pela nossa cabeça, vivemos como se não fôssemos morrer, vivemos sem memória do que devemos reparar.
Muita gente com capacidade e sem oportunidades, com entendimento e sem oratória, muita gente que vive apegada a momentos marcantes e preciosos do passado enquanto a vida passa no presente, às vezes somos mulheres presas a infância.
O tempo vai passando e a gente não se sente satisfeita, muitas vezes nos sentimos num beco sem saída, outras, em processo de evolução e transformação permanente. Cada uma ver o mundo do seu mundo.
A gente também passa a vida colocando a culpa no outro, ficamos sem a liberdade e a alegria de assumir os próprios atos, a gente se contenta com afetividade medíocre em troca de cinco minutos de sorrisos por dia.
A maioria das pessoas pensa na vida como uma pirâmide de Maslow, no topo Deus, depois família, depois trabalho e depois sociedade, quando na verdade a ordem é Deus, Sociedade, Família e Trabalho e vou explicar por quê.
Sabe aquela passagem bíblica que diz: até o maus dão o melhor pro seus filhos, pois é a mesma lógica, se você ama primeiro o seu núcleo familiar, antes de amar e respeitar o todo, você contribui mais para o egoísmo que para a fraternidade, é duro e pode ser controverso, mas é assim que as filosofias orientais agem e só como exemplo temos aquele episódio dos japoneses limpando nossos lixos nos estádios da copa. Não era por mim, nem por você, era pelo todo e isso inclui até o meio ambiente.
Eu sempre me senti livre, digna de respeito e generosidade, sempre achei que ganhar e perder faz parte da vida, que podemos nos dividir em mil, mas jamais perder nossa dignidade. A gente se despedaça para não manchar a mácula do outro, a gente engole o que deveria ter dito.
Nossa consciência registra todos os atos, às vezes chamamos frutos de nossas escolhas de cruz, a gente perde mais do que ganha em muitos aspectos não refletidos, é uma teoria besta e de difícil autoanálise, mas que não pode ser adormecida.
É preciso ser humilde, e colocar peso para tudo, tem os leves, os pesados e os que não conseguimos carregar, cada um tem um limite, mas o nosso limite é sempre um pouco além, a gente vai mais longe com o brilho nos olhos e a fala mansa, a gente se surpreende, a gente fica a flor dos nervos, mas existe a ascensão do ser.
A gente carrega feridas, ofensas, diferenças, fé, amor e ousadia, a gente se empenha na construção de uma vida feliz, a gente muda o comportamento e entende que somos imperfeitos.
Tem muita gente na busca de bens materiais desenfreados, somos coautores da nossa vida e cada um luta pelo que acredita, quando temos um sonho devemos ir atrás, aprendendo sempre que não podemos ter tudo que queremos e nem devemos estar ansiosos por isso. Talvez seja assim que os ciclos se constroem.
As horas parecem que voam mais rápido que o normal
Aprendi a domar a ansiedade, segui sem nenhuma trilha, defini a trajetória das minhas escolhas, não era possível viver para realizar metas dos outros, alguns acreditam que tudo no universo existe antes mesmo de acontecer. Sou do meio a meio, da sintonia, destino e livre arbítrio, sou de dar um passo para trás para dar dois passos para frente.
Precisei de ajuda e acho que merecia, mas me chamaram de acomodada e que eu não assumia as responsabilidades pelos meus atos, não fui efetivamente ajudada, fui julgada, isso sim. Julgaram se eu merecia. Simples assim.
Por que é tão difícil ajudar sem julgar? Eu renunciei o lado leve da vida com tudo que isso implica, e felicidade está nas coisas simples, eu precisava me expressar de verdade, falar tudo que estava dentro.
As coisas com as quais eu me importava nunca custou dinheiro, sou simples, pés no chão, sou alma e coração, dou valor a natureza. Fiquei oscilando entre momentos doces e amargos. Muita coisa passou por mim sem que eu tivesse percebido, sem que eu pudesse refletir e mudar, sem que eu pudesse entender por que as coisas aconteceram daquela forma, os ensinamentos foram escorridos pelos dedos.
Pude viver a cada instante de forma intensa, lúdica e verdadeira, pulei de paraquedas, dormi pelada e andei da mesma forma pela casa, tomei açaí, comi chocolates, comecei a me encantar com minha existência em forma de liberdade, mesmo sem ajuda, me reinventei.
Agradeci a Deus todos os dias, mesmo que eu não tivesse motivos para agradecer, refleti como era interessante o quanto algumas pessoas têm facilidade em ser feliz. Eu cativava desconhecidos em meio minuto na fila do banco, por dentro um lixo, por fora, pronta para ouvir quem queria ser ouvido.
Tenho amizades sólidas, duradouras e vibrantes, consigo sorrir e chorar junto e desejo as mesmas coisas que desejo para mim. Sempre tive necessidade de ser compreendida, ouvida, questionada, respeitada, mas tinha vergonha em pedir ajuda de alguém tão gente boa. É como se eu não quisesse jogar os meus problemas no colo de ninguém.
A vida é cansativa para quem tem que se justificar o tempo todo, não importa o que se pensa, tem sempre alguém querendo mudar sua opinião, como se a nossa não tivesse valor. Eu sempre permiti que as pessoas contassem comigo quando precisassem, mesmo que não seja uma ajuda pecuniária.
Chiara Lubich diz que o desejo de amar, já é amor, mesmo que sua ajuda não seja certa, tentar ajudar faz diferença. Já suportei dores, fracassos, tédio, fraquezas e imaturidade dos outros e tenho certeza de que a recíproca foi verdadeira. O melhor de tudo, já compartilhamos sorrisos, vitórias, alegrias e conquistas.
Ter alguém que acredita na gente quando nem a gente mesmo acredita faz mudar a vida. Ajudar o mundo sem ajudar a gente mesmo não funciona, temos que estar inteiros para ser o bem totalitário ao outro.
Todo relacionamento tem seus riscos, mas a agressão não deve ser questionada em hipótese alguma. Não podemos ser fortes ou questionar sentimentos se o tapa entrou na nossa casa, se o empurrão foi justificado como cabeça quente. Desabafo não muda agressão.
Intimidade não dá o direito do outro de ser seu dono, não seja discreta com abusos, denuncie sempre. Conte com a polícia nessas horas difíceis, de preferência a que tem especialidade no crime que foi cometido contra você. Não tenha vergonha! Você não tem culpa!
Não admita nem deboches e nem falta de admiração e aceite que o tempo passar depressa mesmo que o relógio não mude sua rota.
Tenho vários exemplos de amor e retidão
Pessoas me inspiram, principalmente as que possuem vidas profundas e jamais superficiais.
Aprendi que casar importa, ter casa importa, ter dinheiro importa, ter bens e patrimônios importam, também aprendi que importa a ética, a vida, a consciência, a natureza, a espiritualidade e o amor.
Sempre tinha pessoas comigo nos momentos certos e incertos, sempre fui cuidada de uma forma que até duvidei merecer, sempre senti a presença do amor em minha volta e sempre observei os pequenos milagres da saúde, do trabalho, do teto, dos amigos e familiares.
Fiz escolhas inconscientes que me trouxe consequências que me acompanharão por toda a minha existência, errei e acertei, fiquei presa aos erros e só liguei para as conquistas em poucos dias de euforia, depois passou e vida que segue.
Tive várias sensações que eu estava no caminho certo, mesmo quando estava no caminho errado, uma intuição sem sintonia, uma vontade de fazer as coisas darem certo quando as exigências e as estatísticas me provavam o contrário.
Prefiro a verdade por mais que doa, vida com mentira e de aparências é vida sem sentido. Que fundamento tem ser feliz para a vizinhança e ser infeliz pra si mesma?
Sempre que o vazio se instalava eu me concentrava em fazer o bem, ver a fundo a dor do outro aliviava a minha, ver para crer o quanto sou privilegiada e que eu posso melhorar um pouquinho a vida de quem está ao meu redor, o meu coração ainda cabia o outro e assim fui colorindo meus dias.
Muitas vezes estagnei no caminho, vivi de trocas, uma vida sem propósito, até que me questionei o que estava fazendo aqui, porque eu tinha ganho 50, 70 ou 90 anos nesta vida? Onde estava a minha essência?
Quando mudei de setor, achei que eu tinha nascido para aquilo, podia mudar a vida financeira de muita gente, eu era a única que fazia por mim, não fazia pelo outro, fazia porque era o certo, dai a César o que é de César, mas ao mesmo tempo recebia muitas dicas de beleza, sucesso e felicidade, as pessoas olhavam só o aspecto físico e material e isso era todo santo dia, e eu como boa questionadora comecei a rechaçar.
Fiquei perdida, sabia que muitas coisas me pertencem porque nasci assim, não é a ideia de que não posso mudar, longe disso, é a ideia que nasci com a pulga atrás da orelha, eu preciso me convencer do que o outro está dizendo, questionar, analisar, entender e seguir um dos caminhos: praticar as ideias ou descartá-las.
Sou um pouco desapegada, o dinheiro me faz comprar coisas que gosto, faz eu me sentir segura e jamais me afastou de ver o mundo de forma simplista e prática.
Sempre achei que o futuro ia ser diferente, que todos nós íamos passar por situações-limites e nos tornaríamos automaticamente pessoas melhores, que seríamos fiéis aos nossos princípios e que enfrentaríamos todos os desafios.
A vida me chamava para agir, mas a vida não é igual pra todo mundo, alguns tem emoções conflitantes, outros, não sabem lidar com a dor, outros acham que vale tudo por algo que acreditam.
Conquistei saúde física, mental, espiritual e sono tranquilo, conquistei paz e amor-próprio, conquistei autoconhecimento e plenitude e estou sendo feliz com as pessoas e os exemplos que decidi acreditar e viver.
Ele arrastava uma asa
Estava apaixonada por outro, ele sempre queria ser mais informativo, parecer mais inteligente, feliz, bem informado. Vida atrai vida, ele dizia. Ele conversava e mostrava interesse pelo mundo. Eu tinha medo de que a vida me pregasse uma peça, não sei por que eu não confiava nele. Ele era uma grande ilha de incertezas, muitos misterioso, sumia do nada, era o preconceituoso que se afirmava sem preconceitos. Eu sempre fingia que não percebia, cansei de brigar por tudo as pessoas não mudam.
Eu precisava ser salva dos meus medos, temores, rancores. Nele faltava compreensão, interesse, generosidade, para mim faltava tudo de encantador num ser humano.
Sou de sofrimentos eternizados, sou de preferir não me relacionar com medo de ter escolhido alguém que me mataria, sou de adiar sonhos e vontades, sou mágica para me colocar para baixo.
De vez em nunca dizia para mim mesma que medo não resolve e deve ser enfrentado. Eu queria ser forte, mas tive uma infância muito exigida, fui mãe dos meus irmãos menores, fui privada da minha infância.
Por várias vezes eu queria trocar experiências com a minha professora, mas tinha vergonha e culpa sobre o assunto. Sempre me senti lutando por sobrevivência, tanto é que cresci obcecada por dinheiro, precisava ter para me sentir liberta.
Eu era honesta e desinteressada, sabia que a minha dor era passageira, eram conflitos internos que precisavam ser sanados com terapia. Dúvidas transitavam o tempo todo sobre o meu valor, como é difícil perceber e aceitar a verdade da vida, eu era arrebentada emocionalmente devido as desigualdades sociais e isso refletia até nos relacionamentos, eu não podia correr o risco de passar por tudo isso de novo, quer tento minha autoestima pisoteada, quer sendo empregada de marido.
Eu achava que minha cota de sacrifícios se esgotara, a vida não espera por ninguém, eu tinha que seguir e aceitar o poder transformador das minhas escolhas e suas consequências, eu me achava interessante em parte por conta das viagens que consegui fazer e curtir, eu vivi e me transformei numa pessoa eu não confia totalmente no amor.
Devemos ser gratos e reconhecidos por tudo de bom que nos acontece
O que não tem sentido nem utilidade não satisfaz as necessidades das pessoas e por isso às vezes precisamos de lupa para entendermos que precisamos ser gratos nas pequenas coisas.
A gente supera as divisões e incompreensões e por isso devemos ser gratos.
A gente se mantém firme em nunca discutir certas coisas com os outros e devemos ser gratos pelo discernimento.
A gente alcança e busca o que a vida pode oferecer, ainda que isso signifique enfrentar a possibilidade de ganho e de perda e somos gratos.
A gente tem amizades íntimas, francas e cooperativas e que bom por isso.
a idade não significa maturidade, há o contexto emocional, social e intelectual
A gente aceita responsabilidades sem intolerância de frustração e a gratidão vem.
A gente dar o primeiro passo com autonomia e começar a viver de acordo com nossos rendimentos. Iupiii que gratidão.
A gente para de acusar os outros, de reclamar, de dar desculpas e isso é maravilhoso.
A gente sempre está colhendo os resultados que plantou e somos gratos pelo aprendizado.
A gente ver a delícia de viver as próprias vitórias e isso é fantástico.
A gente passeia em campos belos, divertidos e pitorescos e é maravilhoso.
A gente aprende que todo sonho tem um preço e que ensinamento lindo.
A gente aprende a saborear cada conquista e isso é incrível.
A gente acaba com a fantasia de que as vitórias caem do céu e esse choque de realidade é discernimento.
A gente entende que cada vez que conseguimos algo simplesmente porque alguém nos deu, inconscientemente talvez reforce nossa incapacidade em conseguir e assim vamos a luta.
A gente aprende o mecanismo para conquistar cada coisa com nosso suor, amor e ou inteligência.
Vamos nos tornar especialistas em agradecer.
A universidade pública acolhe predominantemente os herdeiros dos privilégios sociais Já fui contra cotas, achava que pelo fato do meu pai ter vindo de uma família miserável e ter galgado o sucesso, achava que se meu pai foi capaz, qualquer um seria.Sempre me traí por coisa pouca, achava que a simplicidade da vida tornava tudo mais fácil, mudei quanto a maneira de pensar, comportamento, convivência social, acredito no sistema de cotas.Nós adultos às vezes temos comportamentos impróprios para nossa idade, maturidade é o nível de desenvolvimento em comparação com pessoas da mesma idade. Aprendi que há muita desigualdade no aprendizado.A história da minha vida deve ser recuada alguns anos, minha infância foi feliz e sem luxos, aliás luxos nunca tivemos, mesmo nos tempos de ouro e fartura, vivemos compartilhando com os que menos tinham.A história de cada homem é essencial, eterna e divina, o jovem de hoje, alcança a maioridade sem atingir independência real em relação aos pais e outros adultos, demora mais o sonho da faculdade ou da casa própria, as coisas ficaram mais difíceis.A família é a mesma, nem sempre o ambiente é o mesmo, as cotas levam em conta até uma alimentação insuficiente e inadequada que causa fadiga, isolamento social e até comportamentos agressivos.A cota elimina as distâncias entre jovens desnutridos, desempregados, sem dinheiro para livros, dá autoestima a si mesmo, contextualizando cada indivíduo com seu próprio ritmo de desenvolvimento.Os jovens têm interesse pelas coisas da vida prática, a vida não é apenas o prazer carnal, há sociedades que não permitem ou reprimem relações sexuais antes do casamento e o melhor da faculdade é o senso crítico que brota na cabeça de cada um.O instinto de inutilidade pode ser canalizado para os estudos, os problemas psicológicos que os adultos enfrentam, são repressões na infância de que nasceram para ser pobres.O desenvolvimento é um processo contínuo e ordenado, ser alguém exige esforço, uns poucos são privilegiados e a maioria é explorada.
Esta manhã quando eu não tinha nada para fazer Comecei a fazer tudo em excessos, engordei porque comi muito, fui excessivamente mesquinha, falei muito sem dizer nada, preocupava-me exageradamente, pensei muito em termos branco e preto , tudo ou nada.Essa não é a maneira de ser ligada a natureza. A humanidade é imortal e estamos aprendendo nossas lições, vamos todos para o mesmo lugar, pegamos algo místico e transformamos em algo familiar, cotidiano e prático, tornamos tudo um hábito.Compreender que ninguém é maior que ninguém. Somos todos iguais mesmo com contradições óbvias: virtudes, temperanças, finanças, direitos, habilidades, inteligências, aptidões, paciências e compaixões, cada um desenvolve as habilidades em algum grau.Nossa missão é aprender a sermos divinos, sem existir aquele ar de superioridade ou o drama da procura da alma gêmea que nem sempre é ou quase nunca é amor romântico. Não existe a menor dúvida, ser feliz é o desejo de todo ser humano.Adequação a um momento diferente da vida e nesse momento me veio muitos agradecimentos na cabeça e no coração como este: querida mamãe, obrigada por tudo, sei que não sou a filha que mereces, mas na maior parte do tempo, consigo segurar a língua, quando me sinto chateada. Isso foi um aprendizado seu.Frequentemente reclamei dela e tentei ser gentil. É a pessoa que amo que me provoca mudanças, sempre com uma história motivada para contar. Quando alguma coisa de ruim acontece é honroso e aceitável salvar a própria pele, mas não para minha mãe, o honroso seria salvar quem estar ao redor.Não sou adepta a receitas, fórmulas mágicas e milagrosas nunca existiram, trato todos como se fossem todos iguais, mas a maturidade e ritmo pessoal me dizem o contrário. Ninguém nasce sabendo, é preciso trabalhar em grupo para compreender os recursos materiais, carinho, compreensão, amor. Somos diferentes e precisamos de abordagem diferente.Não cresci num lar em que todos os esforços são despendidos para uma sobrevivência difícil, com tensões e conflitos, não fui uma criança não amada ou rejeitada que manifestava necessidade de reconhecimento, atenção e carinho. Porém, convivi com crianças "problemáticas" e não sabia lidar.Também não era a criança perfeita, desenvolvi certos cacoetes ou hábitos de comportamentos, depois de tantas avaliações psicológicas, aprendi a avaliar a mim mesma, a minha emoção, diversão, relações com amigos e com meus pais, resolvi planejar, realizar, verificar, limitar o desenvolvimento do pensamento e do raciocínio, dar demasiada importância aos resultados, alguma atitudes me fizeram bem, outras, mal.E por isso essa manhã parei pra pensar na vida.
O pai parecia indiferente à urgência da situação
O bebê engasgou, não paramos para pensar direito no que fazer, era um contato de mente com mente, não me desesperei, mas me vi atônita com a passividade do pai. Pai afeta diretamente sua vida, principalmente na questão da segurança física e proteção.
Sua resposta reverberava dentro da minha cabeça, calma era tudo que eu não queria ouvir, as pessoas parecem tão fúteis agora, gananciosas, ávidas de poder, ambiciosas. esquecem que o amor, a compreensão e o conhecimento nos fazem aprender muito, humildade também. Tudo deu certo, pedi ajuda de um vizinho.
Sei que penetrado pelo grande nível de estresse ele foi paralisado, porém não fiquei feliz, contente e satisfeita, tenho que saber confiar e perdoar, a importância de aprender a não julgar os outros, mas só de pensar que a nossa filha pudesse ter morrido me dá nos nervos.
Vou me lembrar do que devo me lembrar, compromisso é pra ser realizado, depois anunciou que estava se sentindo bem e que precisamos compreender totalmente o que de fato aconteceu, porque todas as práticas de primeiros socorros não funcionaram diante de tanto nervosismo.
Disse que tinha uma coisa muito importante para me contar e falou do descontentamento que esse fato acarretou na nossa relação, eu estava cobrando perfeição e atitude e ele não soube agir diante de um turbilhão de emoções.
Fiquei contente por ele se sentir confiante mesmo assim, ele me tratava da melhor forma possível, não havia meios de controlar as variáveis, tínhamos curiosidade diante do desconhecido e isso pode não ter ajudado tanto.
A teoria deve ser testada várias vezes, obtendo os mesmos resultados, tivemos a experiência que as técnicas funcionam, que devemos ser em tudo, iguais as outras pessoas. A roda já foi inventada, basta seguir o fluxo.
Vários anos se passaram depois dessa experiência, nosso milagrinho já está com 10 anos, sempre passo para dar um alô para o vizinho herói que nos salvou. Foi necessário discutir o problema.
A vida tem um significado objetivo, equilibra nossa harmonia conosco, sinto-me mais responsável por minha ações, tanto pelas grandiosas, quanto pelas negativas, equilíbrio e harmonia são a base da sabedoria.
Tudo tem uma razão de ser.
É indescritível alguns sentimentos
Não perdoei o mal que me fizeram e deveria ter perdoado, não me culpo e não me cobro, com o tempo o perdão vem, sei que devemos dividir nossos conhecimentos com os outros, isso eu faço até com quem não merece.
Só nós podemos nos libertar do maus hábitos que acumulamos no estado físico, é normal sentir-mos atraídos por alguém do mesmo nível, todos os seres humanos não são criados iguais.
Devemos também aprender a não nos aproximarmos apenas de pessoas com a mesma vibração que a nossa, todo mundo é um processo evolutivo pra nós, tem gente que não vai parar enquanto não machucar a gente.
Tem gente que nunca quis a gente feliz, são pessoas ansiosas e limitadas, muito mais simples e comparativamente superficial, cada um deve se preocupar consigo mesmo e eu devo preencher algum vazio que existe dentro deles.
Havia partilhado uma experiência incrível com muitos amigos que de uma hora pra outra se transformaram, apresentei uma melhora notável em me afastar, não tive tempo para descansar e revigorar a alma, foi tudo rápido e automático.
Sou de amor sincero e real, porém desapaixono universalmente rápido, aprendi a respeito da raiva e do ressentimento, dos sentimentos alimentados contra os outros, tive também que aprender que não tenho controle sobre a minha própria vida.
A gente pode estar sozinha mesmo quando é amada por muitas pessoas, essa sou eu tentando olhar minha vida sem esperar retorno. Percebi que suas faltas e imperfeições eram insignificantes.
Todo meu corpo está fraco, estou velha, tenho dificuldade em me mexer, mas meu interior dói mais que meu corpo, cada coisa de uma vez era a desaceleração que preciso.
Tinha ficado muito amigas de pessoas que insistiam numa implícita implicância mútua. Lá fora, o sol estava maravilhoso e eu não o contemplava, anjos da guarda realmente existem, eu sei e sinto.
Proclamei a imortalidade da alma, é preciso sofrer na carne e sentir a dor, os relacionamentos se tornaram mais honestos e diretos, a vida familiar estava menos confusa e mais relaxada, a semana passou rápido, sabia que precisava esperar e ter paciência para tudo fluir.
Deixar de ser autêntico para vestir a máscara aparências sociais
Sufocar a espontaneidade e a criatividade da criança em nome de padrões adultos, é preciso exercitar na prática e de forma não amigável porque ser ativo, desinibido, criador, bem sucedido, independente, amigável ofende, principalmente quando vindo de uma família humilde.
É preciso ter mínima submissão, é preciso parar com a auto-agressão não condescendente, intransigente. Cada um estabelece os próprios padrões de conduta, escolhe um lugar destituído de amor ou não.
O que é ensinado de forma inconsciente permanece por mais tempo, a vida dá lições muito mais valiosas que qualquer livro, vivi a experiência de estar completamente só e gostei disso.
Senti-me isolada dentro do grupo, sou muito mais tímida do que a maioria e mesmo assim não ficava nem um pouco envergonhada em ser eu mesma, criei uma sensação de vazio, incapacidade e insignificância.
Estava sentindo-me incompleta, como se faltasse algo para ser eu mesma, estava num autoconceito equilibrado entre o que os outros pensam e o que nós pensamos, o que os outros acham e o que eu acho.
São necessários muitos outros fatos, mesmo levando em consideração a opinião dos outros, devemos tomar nossas próprias decisões, decidir pro si, fazer nossas próprias escolhas, ter espírito crítico a respeito de tudo.
O dia que eu for embora desse mundo que tipo de legado vou deixar? Tentei manter um controle mais rígido de como me comportar, adquiri a necessidade de participação e de realização de boas obras.
Compreendi a importância dos outros, eles são importantes por razões práticas e psicológicas, semeei o carinho e o agradecimento. O papel do amigo é de encher nossa necessidade, não nosso vazio.
Tive uma infância com condições materiais precárias, não havia condições de viver razoavelmente, comecei a valorizar os livros mais que a tv e o celular, fui parte da enorme desigualdade social.
A pobreza tem um esteriótipo, a gente fica com acesso cuidadosamente controlado, um remédio amargo que precisa ser tomado, diz alguns no viés da discriminação numa comunicação artificial, devendo ser o que a sociedade nos impõe.
Os progressos acadêmicos dos meus filhos, era minha maior alegria
Extremo constrangimento para mim foi perceber que jovens sérios e estudiosos como meus filhos, que tiravam apenas 9 e 10, não progrediram em suas carreiras profissionais, enquanto seus amigos medianos estão no topo da pirâmide.
O sucesso acadêmico continuou vindo fácil, são mestres e doutores, mas a motivação em estudar não é a mesma para o trabalho. As coisas vão indo bem no campo da pesquisa, mas ninguém aposta em talentos, principalmente na área de pesquisa e eles não eram exceção.
Cá estou eu, feliz como nunca, é lindo ver seus olhos brilhantes, vê-los na vida com olhar crítico, sem descasos com os que precisam ser assistidos, visivelmente desconfortáveis com a situação em que se encontra a saúde.
Achava difícil acreditar que eles não tivessem um lugar ao sol, perdi muita confiança na política, nas práticas existentes em que cada um só se preocupa com si e não com o todo.
Meus filhos também não têm ambição, fazem tudo por prazer e satisfação em servir, se ganhassem dinheiro, dariam para o primeiro mendigo que encontrasse na saída do banco.
Vira e mexe a gente briga sobre isso, também quanto mais conhecimento eles têm, menos se aproximam de Deus. Meu pressentimento de mãe não gosta disso, meu corpo fica tenso só em saber que meus filhos podem não ter uma vida boa, na outra vida.
Dou muita atenção aos detalhes, aos mistérios, ao forte sentimento de unidade e reflexão entre o céu e a terra, minha vida jamais voltaria a ser a mesma depois que minha mente estava aberta a possibilidade.
Despertei do meu devaneio e prestei atenção em como eles são pessoas excelentes, que a oração deles é calçar os sapatos dos outros, que melhoram continuamente, hoje, diminuindo os medos e a ansiedade de ter que ter sucesso.
A cobrança no fundo vem mais de fora que de dentro, sou o tipo de mãe que leva a serio tudo que as pessoas dizem, ouço sobre experiência de pobreza, servidão e maus tratos, fico visivelmente agitada.
Os livros são maravilhosos e esse aprendizado transformou a vida dos meus filhos nos seres humanos ricos de almas.