Coleção pessoal de arantesmiranda
Hoje é aniversário da cidade do Rio de Janeiro, isso já é um bom motivo pra fazer um texto. Primeiro, porque a cidade merece por sua exuberância, muito pouca, diga-se de passagem. Segundo porque é conhecida mundialmente como a "Cidade Maravilhosa", e sendo maravilhosa assim, temos que comemorar, né? Não. Em partes, quem vive na cidade e adjacências vai entender do que eu to falando. Talvez devemos comemorar a violência que assola o dia e a noite das pessoas, comemorar a hegemonia do tráfico, inclusive no asfalto. Vamos assoprar a velinha também aos responsáveis por tanta desordem do trânsito e do transporte público de péssima qualidade. Quando 'marketeamos' a cidade do Rio de Janeiro, mostramos a exuberância, os pontos turísticos, que são bons, não há quem negue. É uma maquiagem pura e simplesmente para um bom lucro do setor de turismo, que também não estão errados. A gente tem que valorizar o Brasil, né não? Valorizar pra quem quer passar umas férias, um final de semana. Caros turistas, é melhor ficarem na parte da maquiagem, porque a valorização da cidade é só pra vocês. Olhem que lisonjeante. O cidadão que mora aqui não merece tamanha valorização, imaginem. Ele ja sabe que tem que acordar de madrugada, pegar um ônibus lotado e viajar por mais de 2 horas até chegar ao trabalho. E se quer ir mais rápido, vai de metrô, mas já ta acostumado com a super lotação. O cidadão que mora na zona norte não precisa de tanta valorização, ele sabe que o papel e a lata podem ser jogadas ali na rua mesmo, todo mundo faz isso. E o lixo ali continua, a maquiagem só vale para aquela parte que os turistas mais frequentam. O papel e a lata no chão, varre depois. Da desordem, a gente já tá acostumado. Mas turistas, vocês não. Aqui tem que ser como é na fotografia, lindo, limpo e perfeito. Mas só na maquiagem. Entra ano passa ano, e vamos continuar comemorando a hegemonia, a segurança, o transporte público o papel e a lata jogadas na rua. Ah, também vamos comemorar a beleza da cidade na fotografia, na pintura. Talvez ano que vem entre ai mais uma ou duas categorias pra comemoração. Então, parabéns Rio de Janeiro, por cada vez mais nos encher o orgulho de quem vê de fora, e deixar cada vez mais enjoados quem vive dentro dessa realidade grotesca e mal cuidada por quem deveria cuidar de você.
Tentar é tão bom. Trabalha o ego, a auto estima, a cabeça. E quando se consegue algo que tentou é melhor ainda: revitaliza, transforma. Tentar uma vez, duas...não é tão bom quando se realiza depois de pelos menos quatro tentativas. Ah, isso sim te revigora. Você prova pra si mesmo que é capaz de absolutamente tudo quando não se tem medo de tentar. Pode ser ridículo para aquelas pessoas que carregam pra cima e pra baixo o ditado 'dar murro em ponta de faca'... Eu dou muito murro, até sangrar. Mas deixar de tentar, não. Viver com medo é que é ridículo.
E quando menos se espera, o que te era bom pra você hoje já não importa mais. O que te fez perder o sono hoje te faz pensar que foi passageiro. E se soubesse que seria, não teria se importado tanto quanto fez. Coisas boas, coisas ruins passam. Deixa passar. O tempo é o condutor de sentimentos, da dabedoria e da capacidade de seguir em frente. Ah, o tempo!
Um Brinde a Nós
A gente deveria ter mais uns três ou quatro dias do ano em nossa homenagem. Já recebi tantos parabéns pelo Dia Internacional da Mulher que fico pensando: nós mulheres merecemos mais, não precisa ser todos dias, mas de vez em quando faria bem. Porque estar na nossa pele não é fácil. Antes, a mulher nascia com um dispositivo indicando que pra ser feliz, só se tiver amor. E se não tiver amor a vida não funciona. Décadas se passaram e algumas mudaram o dispositivo. Ela sabe que, se não for independente, é ai a vida não funciona. Ai essa 'mulher independente', aos olhos de muitas pessoas, deve ser aquela que nunca precise de ninguém, aquela mulher que se vira sozinha, que não chora, que não sente, que não valoriza uma boa companhia. Independência não é sinônimo de solidão, e sim de honestidade: de estar onde quer, fazer o que quer, por que quer, com quem quiser. Ela quer ser independente porque aprendeu com a avó, que naquela época se intalava muito confortavelmente como guardiã de família. Algumas eram frustadas, outras eram realizadas: vai saber? Afinal, que mulher hoje quer reproduzir a vida que a sua avó teve? Mulheres, nós tomamos o espaço que antes só a massa masculina dominava. Mulher é engenheira, é gari, é motorista de taxi, até de ônibus e caminhão, vejam só. Conseguimos chegar no status onde tudo podemos, isso está sacramentado. É dificil saber o que pode ser prioridade, e o que pode ficar em segundo plano. Tudo virou prioridade: trabalho, casa, família e filhos. Imaginem um desses quesitos em segundo plano? É mulher, o que você foi arrumar hein. Você acorda, você trabalha, você chega em casa, faz a janta e coloca a criança pra dormir, e ainda arruma um tempo pra dar uma caminhada. Ai lava a roupa, passa a camisa do marido e vai cochilar, pro dia seguinte, continuar. Tem que ser boa filha, boa mãe, boa esposa, boa avó, boa dona-de-casa, boa cozinheira, boa de cama, boa profissional. Olha quanta resonsabilidade. Independência, é se virar nisso tudo. Só que essa independência afugentam muitos homens. Em uma frase, Marina Colasante diz: " Se isso for verdade, então ficarão longe de nós os competitivos, os que sonham com mulheres submissas, os que não são muito seguros de si. Que ótima triagem." Boa sacada. Mas há quem acredite que ser um bibelô dependente tem lá suas vantagens. Eu não vejo nenhuma. Então, um brinde as mulheres independentes pois são alegres, desafiadoras, corajosas e vitais. As que não são, brinde também. Afinal, ser um bibelô dependente de quaquer coisa deve ser mais difícil. Eu, não tenho dúvida.
E se nada deu certo hoje pare de reclamar e deixa o dia passar. Se perdeu o ônibus de volta pra casa, deixa estar. As coisas acontecem da forma mais certa que pode acontecer, mas você se dá conta depois. Para alguns, só depois. Ai junta os pauzinhos e dá graças a Deus por ter se livrado daquele ex namorado que você amava, mas que só te dava dor de cabeça. Sofrer por amor dói, esquecer dói, mas depois que passa, é um alívio danado. Você esquece em casa o que mais precisava , se atrasa mas volta só pra pegar o bendito esquecido. E depois descobre que se seguisse em frente, teria passado pela pior experiência da sua vida. Só depois desses acontecimentos, você começa acreditar no destino. Começa achar vida nele. Acredita que, para cada passo que dá, o destino está te calçando. Você acredita em alma gêmea. Acredita em amor a primeira vista. Acredita que encontrar a mesma pessoa em dois lugares (totalmente diferentes) deixa de ser coincidência e passa ser destino. São poucos os que acreditam, mas os que crêem, tem essa fé inabalável. Amelhor parte de tudo é que você passa a se conformar com os acontecimentos imprevisíveis. Já não reclama do ônibus perdido, nem de ter que voltar em casa pra pegar alguma coisa esquecida. Reclamar é chato, enjoa, e só te faz ficar ranzinza. E deixar de ser ranzinza e chato já é um bom começo. O destino existe, mas só pra quem acredita nele. Se você não acredita em nada dessa ladainha, volte pra sua vida e tudo será mais normal como sempre foi. Mas normal pra você. Eu prefiro acreditar no destino, ser fiel a ele e me tornar uma pessoa mais compreensiva com a vida e com as surpresas que ela me trás. Porque viver reclamando da vida envelhece, entristece e aborrece. Isso faz mal. Mas acreditar no destino, não faz mal algum, mesmo que ele não exista..
Quando eu era adolescente não me cansava de comprar aquelas revistinhas semanais de astrologia. Eu economizava no lanche da escola e na saída eu era fiel ao Seu Bento, o dono da banca de jornal que sempre guardava uma revistinha pra mim. E voltava pra casa ansiosa pra ler mais uma edição dos signos, e saber o que estava por vir segundo a astrologia. Ah, e os testes do tipo "Descubra se voc beija bem^." e os conselhos de " Como conquistar aquele gatinho". Eu nunca coloquei um conselho desse em prática, mas tinha plena certeza de que funcionava. Os testes então, eram tiro e queda. Me sentia tão confiante quando via os resultados. Oh época boa onde a minha única preocupação era saber qual a cor da sorte do dia, ou quando era meu inferno astral. Hoje entendo e ainda acredito nesse complexo tema da astrologia. Pra muita gente essa coisa de signo e inferno astral não passa de um assunto totalmente sem sentido. Se faz sentido ou não a única certeza que tenho é que a coisa só funciona se você acreditar que existe. E quando você passa acreditar, tudo começa fazer sentido. Seja na religião, seja na astrologia. Eu gosto de acreditar em coisas que para alguns não faz sentido, mostro a mim mesma que sou capaz de ter o que eu quero, da forma que eu quero, criando o resultado que eu quero. Hoje em dia não leio mais sobre astrologia naquelas revistinhas de 1,99. Acho que a minha adolescência foi suficiente para criar os pensamentos que tenho hoje. Aqueles testes aparentemente bobos também me ensinaram alguma coisa. E se um dia alguém me disser que isso tudo é besteira, eu vou rir e dizer: quem sabe ?
Existem pessoas que são como o Sol: grande, e responsável por uma luz infinita, que nunca apaga. A luz que brilha de noite e de dia. Sim, a Lua só brilha porque o Sol reflete nela. Outras pessoas são como a Lua, só brilha se houver o Sol, só brilha se espalhando na luz dos outros. Enquanto tem gente lutando para brilhar, outras fazem questão de ser apenas referência.