Coleção pessoal de Anonimo22mix
~ Soneto 35 ~
Não chores mais o erro cometido;
Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho;
O sol no eclipse é sol obscurecido;
Na flor também o inseto faz seu ninho;
Erram todos, eu mesmo errei já tanto,
Que te sobram razões de compensar
Com essas faltas minhas tudo quanto
Não terás tu somente a resgatar;
Os sentidos traíram-te, e meu senso
De parte adversa é mais teu defensor,
Se contra mim te escuso, e me convenço
Na batalha do ódio com o amor:
Vítima e cúmplice do criminoso,
Dou-me ao ladrão amado e amoroso.
Será que nós nos exilamos do mundo ?
Ficamos tão ignorantes ao ponto de acreditar que nossas caixas são as verdades que unicamente move o mundo.
Eu diria que viver nessas circunstâncias impostas hoje em dia é sufocante, seria uma boa comparação dizer que as pessoas são falcões domesticados ...
A principio somos livres, acreditamos em contos de fadas e liberdade.
E então o tempo passa e temos nossos rostos cobertos por panos negros, somos enjaulados até completarmos nossos ensinamentos. E quando as vendas são retiradas e vemos o mais azul possível, nosso bom senso de seguir o que foi dito, prevalece.
E a voz de quem sempre te dominou aponta drasticamente ao seu alvo.
E entre o que quer e o que deve fazer ... poucos se destacam pela coragem.
E depois da gloriosa batalha e a decisão tomada. Percebemos que a verdade não se esconde, se camufla.
Acreditando que se vivia...
Viva aos soldados feridos,
que a guerra não tenha apagado a compaixão
para que da américa sejam preferidos
é preciso ver seus colegas cair ao chão.
Corações que se partem
ausente da ideia de segurança
dos mals que todos combatem
mercadoria preciosa é confiança
Famílias desesperadas
aguardando o pior
caindo aos poucos das escadas
Morrendo sem lutar
ao seu pais desejando
em meio o terror, voltar.
Comparar-te a um Dia de Verão?Comparar-te a um dia de verão?
Há mais ternura em ti, ainda assim:
um maio em flor às mãos do furacão,
o foral do verão que chega ao fim.
Por vezes brilha ardendo o olhar do céu;
outras, desfaz-se a compleição doirada,
perde beleza a beleza; e o que perdeu
vai no acaso, na natureza, em nada.
Mas juro-te que o teu humano verão
será eterno; sempre crescerás
indiferente ao tempo na canção;
e, na canção sem morte, viverás:
Porque o mundo, que vê e que respira,
te verá respirar na minha lira.