Coleção pessoal de annalaurasouza

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Quem não tem medo da vida também não tem medo da morte.

Mas só um pouco.


Estou sentada no banco da praça; tirei as botas, sentei com as pernas cruzadas.

Sentindo uma brisa gelada enquanto os raios de Sol passam entre os galhos e me esquentam um pouco... Mas só um pouco.

O dia está lindo. O que estraga é que me lembro que vou ter que voltar para o escritório e deixar essa natureza linda do lado de fora.

Borboletas, cheiro de mato, as folhas dançando com o vento, as sombras formando lindos desenhos no chão de terra.

Vejo algumas pessoas circulando; sendo o que devem ser, vivendo como querem viver. E eu estou aqui sem saber que direção tomar.

Mas estar aqui me alegra...

O Sol me dá um pouco de energia, sinto um pouco de paz...

Mas só um pouco.

Daqui a pouco a angústia volta.

É duro quando a gente percebe que não tem mais espaço na vida de alguém.




Dói.




As situações da vida nem sempre são a favor dos nossos sonhos, as vezes tudo desaba.

O que aconteceu foi um terremoto: agitou, balançou, virou tudo de ponta cabeça... e também acabou com tudo.

Lindo, mas terrível ao mesmo tempo.

Divertido, mas extremamente devastador.

Um sonho; um pesadelo.

E acordar desse sonho, dói.

E acordar desse pesadelo, é um alívio.

Outra pessoa veio e se foi como um belo e tumultuado furacão.

Novas lições, novas aventuras, novos aprendizados, novas frustrações e novos arrependimentos.



A vida é tão ambígua...



É duro quando a gente percebe que não tem mais espaço na vida de alguém.





Dói.

Foi assim que eu morri.

Pedacinho por pedacinho.

Minha existência foi sendo destruída, dilacerada, esmagada.

Foi uma morte lenta e dolorosa.

Quando me dei conta já estava vazia; um corpo inerte, vivendo sem sentido algum.

Algo ou alguém destruiu meus sonhos e refaze-los foi impossível.

Pelo menos, ainda tenho esta caneta e este papel.

E, enquanto este texto nascia, eu fui morrendo...

Pedacinho por pedacinho.







Inerte