Coleção pessoal de Anjooo
Ando cansado de oferecer meu corpo ao teu excesso de talvez e de apostar todas as minhas poucas fichas em teus tantos poréns e porventuras. Com você, não vejo mais a chance de acabar morto graças à surpresa de uma nova aventura.
Ando sem forças para beber o silencioso brinde de sua falsa meia taça, agora desfiada e parcialmente destruída pelas traças dessa nossa rotina robótica.
Hoje falta-me fome para encarar teus jantares mornos e notoriamente sem tempero. Cansei de comer o teu feijão com arroz até em dia de festa.
Falta-me paciência para relevar seus menores chuviscos e sua crescente incapacidade de perdoar meus mínimos tropeços.
Tento em teu corpo reencontrar o calor que um dia foi capaz de ferver o meu suor, mas tudo em você anda gelado, como se estivesse morto e, aquela antiga febre delirante, parece que passou de vez.
Tento em tua cama esconder-me dos pavorosos monstros do mundo, mas o teto do teu quarto hoje está desprovido de blindagens, descoberto graças ao desgaste gerado por nossas incontáveis ventanias e agora, quando deito em teu travesseiro empoeirado, sinto-me vulnerável a tudo, menos a você.
Tento achar graça em suas repetidas piadas velhas, mas hoje, infelizmente, tudo que faz brotar em mim é um sorriso quase amarelo e gasto como aquilo que estamos inutilmente tentando prorrogar com beijos pela metade, cartas genéricas escritas em Arial 12 e abraços somente simbólicos.
Amor, o nosso sal acabou, o nosso açúcar findou, o nosso leite derramou, o nosso pão mofou e por mais duro que seja, precisamos admitir o quanto antes que a nossa paixão estragou.
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara
Nessa estrada sem rumo
Eu me perco num segundo
Morro de saudade dela
E quando bate o abandono
Para eu não perder o sono
tenho que falar com ela...
Nessa estrada sem destino,
Quantas vezes desatino,
Dá vontade de ir embora
E cair nos braços dela
Que eu sei que sempre me espera
Qualquer tempo e a qualquer hora
Não posso mais viver sem ela
Por ela que eu canto,
Eu canto paixão e cina
So sei viver se for por ela
Morro de saudades dela minha Ana Carolina
De todo o amor que eu tenho
Metade foi tu que me deu
Salvando minh`alma da vida
Sorrindo e fazendo o meu eu
Quando eu te vi andava tão desprevenido
Que nem ouvi tocar o alarme de perigo
E você foi me conquistando devagar
Quando notei já não tinha como recuar
E foi assim que nos juntamos distraídos
Que no começo tudo é muito divertido
Mas sempre tinha um amigo pra falar
Que o nosso amor nunca foi feito pra durar
Por mais que eu durma eu não descanso
Por mais que eu corra eu não te alcanço
Mas não tem jeito eu não sei como esperar
Desesperar também não vou
Não vou deixar você passar
Como água escorrendo nos dedos
Fluindo pra outro lugar
Ninguém pode negar que o nosso amor é tudo
Tudo que pode acontecer com dois bicudos
Não são tão poucas as arestas pra aparar
Mas é que o meu desejo não deseja se calar
Até os erros já parecem ter sentido
Não sei se eu traí primeiro ou fui traído
Não te pedi uma conduta exemplar
Mas é que a sua ausência é o que me dói no calcanhar
Carolina
Carolina
Nos seus olhos fundos
Guarda tanta dor
A dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei que não vai dar
Seu pranto não vai nada mudar
Eu já convidei para dançar
É hora, já sei, de aproveitar
Lá fora, amor
Uma rosa nasceu
Todo mundo sambou
Uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo
Pela janela, ói que lindo
Mas Carolina não viu
Carolina
Nos seus olhos tristes
Guarda tanto amor
O amor que já não existe
Eu bem que avisei, vai acabar
De tudo lhe dei para aceitar
Mil versos cantei pra lhe agradar
Agora não sei como explicar
Lá fora, amor
Uma rosa morreu
Uma festa acabou
Nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela
O tempo passou na janela
Só Carolina não viu
Quando o vento me toca
Sinto sopros de cheiros
Toque como ondas
Abraçando o mar,
Sinto flores
Beijo na pele
Vejo estrelas
Lua,
Ouço pássaros
Versos,
Poesias,
Encontro
Teus olhos
Perdidos...
Em mim.
Tentei dormir
Mas, o sono não vem...
Tento encontrar uma desculpa
que me tire essa vergonha
Sues olhos se encontram com os meus
Voce segura minhas mãos
Tua boca encosta na minha
E agora não existe eu e você
Lágrimas beijam minha face, você as enxuga, me abraça e tudo passa
Minhas pernas ficam bambas
eu quase desmaio,
você me segura e me leva embora...
Suas asas são negras, teus olhos doces, teu sorriso meigo, tua voz me acalma...
Você é o Anjo da Noite