Coleção pessoal de AngelaDias66

Encontrados 11 pensamentos na coleção de AngelaDias66

⁠AO LONGE...

Ao longe um cachorro acoa...
talvez avise algo estranho que se passa na rua ou talvez sinta o cheiro de alguma fêmea trazido pelo vento e isso o torne inquieto, enlouquecido.

Ao longe um humano se cala...
talvez avise algo estranho que se passa em seu mundo ou talvez pré_sinta um novo tempo e isso o torna sem tempo algum.

Ao longe o silêncio grita...
talvez avise que não há nada estranho e que a resiliência é o caminho, a travessia e que o deserto não é infinito.

Ao longe... que não seja longe pra sempre visto que o longe pode ser logo ali e o pra sempre é um tempo que pode ser pra agora!

Ao longe...ao longe!

_____ angela dias.

⁠MEU SENTIR

⁠Entre o silêncio e
o escuro
depuro
meu sentir...

na janela de
meu tempo te procuro
curo
minha dor...

na espera
de teu olhar eu misturo
ansiedade e amor...
juro!

_____angela dias.

⁠A espera

O amor nos fez encontro,
presença,
em noites tão frias,
em tão quentes tardes,
mas és tu quem fazes o clima!

E na distância,
o amor nos fez tão próximos!
Espero-te desde antes,
muito antes de te conhecer!
É no tempo que há tempo te espero,
há várias vidas que te busco,
que te encontro,
que te perco!

Quando chegas,
deixo de ser saudade,
e o cansaço da espera
que tombava-me o corpo
desaparece,
transparece,
é claridade
que invade!

Luz que me toma,
me toma em seus braços,
e em um segundo,
torno você o meu mundo!

_____angela dias.

⁠TODA VEZ QUE CHEGAVA

Toda vez que chegava sentia que era pra sempre
Toda vez que partia sentia que era última
Envolta pela luz de sua volta não percebia que cada dia era menos um dia
E tudo que fazia era encher-se de esperança...

_____ angela dias.

⁠CHORAMINGO PELOS CAMPOS

O vento vem me falar de amor...
Conto-lhe coisas...
Sai choramingando pelos campos...
comovido pela minha dor...
assovia saudades!

_____ angela dias.
21/10/17
9h38min

⁠Só
Solidão

Solitude

Somente

Sozinha

Sobrecarregada

Sobrevivência

_____ angela dias.

⁠O MEU EU

O meu eu...

o meu eu é casa de muitos EUS

é abrigo de um eu carente,
mendigo de mim,
por vezes carente,
mendigo de ti

é refúgio de um eu ferido de morte
em trincheiras de solidão

é fresta de luz que aquece um eu
entardecendo em tons de amarelo
e vermelho carmim

é uma sala de baile,
palco de corpos sincrônicos
num tango pacholento
ou em uma mazurca puladinha

é um canto onde se chora
a saudade de uma infância
em tardes de domingo

é aconchego,
chamego bom que revigora,
pede mais e incorpora
‘um vamo em frente’

é uma manhã de setembro
com janelas escancaradas
e aroma de jasmim

é uma tarde gélida de inverno
em que os sentimentos
não dão conta de aquecer
nem a alma nem o corpo
porque o frio vem de fora

é uma noite de verão quente
como quente
é a explosão de hormônios
em jovens corpos sedentos

é uma verdadeira arena de conflitos
onde cabem benditos movimentos
em ânsia de agito e repouso

Sou eu, casa de mim!

Misto de concreto e capim!

_____ angela dias

⁠EM DESALINHO

Em desalinho
se deita na beira da madrugada
espreita o vão das horas
em vão...

a lentidão da espera
é o avesso da

pressa

das horas

Como quem chega


por


pra não acordar,
os primeiros raios já se esgueiram por entre as frestas...

d e v a g a r i n h o

toma seu espaço por inteiro

Tem o cheiro da manhã
Tem o cheiro da ausência
... paciência!

Ele não veio ...

_____ angela dias.

⁠A DOR DA FOME

a dor da fome rasgava suas carnes como já rasgara ontem e antes de ontem.

não morrera ainda porque sempre há um naco de alguma coisa que alguém lhe dá.

não ficara a vida inteira na espera da esmola, não, batera muito martelo, batera muita marreta nesta vida marrenta.

houve labuta, muita luta, muito esperneio...mas o cansaço veio e lhe pegou de jeito, bem feito.

por que não lutou mais? Afinal, as oportunidades são iguais, basta querer- diziam-lhe.

"oh gente sem entendimento que não vê que as portas que se abrem, não abrem pra gente da minha cor... incolor, invisível!" - pensava.

Elas precisam ser forçadas...

a dor rasgava suas carnes como já rasgara ontem e antes de ontem.

a dor do abandono consumia as poucas forças que lhe restavam...
abandonado... em que estado!

_____ angela dias.

⁠Eu e meus confins

O que vês
de mim é só
o que te permito saber...

Minha tez
esconde quissó
dos enroscos do meu viver...

A ponta
Não dá conta
Do tanto submerso do meu ser...

Ninguém sabe
Do que me componho,
Do tudo ou do que nada cabe
Neste abismo medonho

Sou eu nos confins
De mim...

_____ angela dias.

⁠O amor é substância

O amor é instante fugaz...
é eternidade,
eterna idade de amar!

O amor é corte na carne...
é cura,
é o alívio desta vida dura!

O amor é a dúvida...
é a certeza absoluta,
é o descanso,
é a luta!

O amor é a ida,
é a volta,
a chegada,
a partida!

O amor é a ânsia,
a instância,
a constância,
a substância
da vida!

_____ angela dias.