Os jovens Liverpudlians
e aquela canção para a mãe;
deixe estar, com luz
apago a tristeza,
e deixe estar.
Quando digo que te amo
a dor passa, se eu calar,
qual será o meu alívio?
As promessas não valem mais (nada) que:
A matéria da coluna fraturada.
Não valem mais que Construção de Chico Buarque.
Não valem mais que Um Sonho de Eugênio de Castro.
Não valem mais que um fio do bigode do Leminski.
Não valem mais que uma viagem para salvar a dor.
Não valem mais que um amigo que late e abana o rabo.
Mais que um espinho que nasce no pé da flor!
Naquele tempo de ilusão,
o abraço de um desvalido salvou o meu dia.
Essência humana:
Homens têm cheiro,
mulheres perfumam!
Por onde os meus olhos possam ver.
Eu te vejo, da varanda da casa escondida,
por detrás dos tijolos à vista.
O amor errante
pode voltar
a qualquer instante,
porque quem
não mata saudade
morre distante!
Diga ao amor, se ele sente muito,
eu também sinto!
assisto a minha família,
e compreendo o sucesso das novelas!
Todo o ser vivo sofre,
na condição de ser,
eu também sofri!
Cena de improviso,
fantasma fantasiado
queima a mão
na vela,
luz esfria,
palmas apagadas!
Nuvens comovidas
num soluço, chove!
Tropeço, nem sequer direção
(o mundo não), mas a vida ergue o queixo
sem-cobrar das mãos.
Não passa um auto.
Caso, também, não ficaria bravo.
Só autovia.
Pensamentos silentes.
Já não são dezesseis,
os meus indecisos anos,
romance e rebeldia!
Fiel como trilho e o trem.
Corro descalço
a caminho de ferro.
Pra não fugir
vou ficar
escondido aqui.
Para sempre,
ou durante o tempo
que quiser.
Mudemos o assunto:
O mistério sem providência,
cobram imposto
sobre a alegria.
Sou caçado, torturado e preso!
Por só negar tristeza!
Eu não tenho o que quero,
mas tenho o que eu preciso.
Hoje pela manhã,
senti a mesma insegurança
que me confessou um dia,
enquanto dava
sem saber
a proteção que temia!