Coleção pessoal de andimfunit
Ai que saudade da beleza democrática
Ai que saudade do sorriso progressista
Ai que saudade de ouvir certas verdades
Que a burguesia sempre pensa mais não diz
Ela era crooner de uma orquestra sistemática
Feita de loucos de poetas e porristas
Era a estátua nacional da liberdade
Ditando a lei do ventre livre no país
Aquelas noites eram feias, eram trágicas
Mais sua luz anunciava o diretriz
Comportamentos mais abertos transparentes
Pra nossa gente ser mais gente e mais feliz
Hoje a saudade escreve os versos neste samba
Que é um dos sambas mais sentidos que eu já fiz
Esta saudade tem um nome
E um sobrenome
Esta saudade é uma mulher
Leila Diniz
Poética
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
Mesmo que você não esteja aqui
O amor está aqui agora
Mesmo que você tenha que partir
O amor não há de ir
Embora
Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua,
dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor,
Ou quando alguém ou algo não deixa que esse amor siga,
Ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania
de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido às aulas de inglês,
se aprendeu a entrar na Internet
e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier;
se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald's;
se ele continua amando;
se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você,
provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...
Nunca e sempre são duas palavras que só deviam existir nos contos de fadas. São palavras que fazem parte de promessas geralmente impossíveis de serem cumpridas. Mas como é bom ouvi-las, não é mesmo? Graças a elas, não sentimos tanto medo e insegurança quando o futuro parece tão incerto.
Não basta ser pobre.Tem que deixar o biscoito cair no chão,Pegar rapidinho...assoprar e falar:
O que não mata engorda
REPERTÓRIO
Ensaiar o mesmo repertório pra encenar mais que uma vez,é pura falta do que fazer.Até mesmo em show..Se alguem canta a mesma canção duzentas vezes,e o público estiver cansado de ouvir aquilo,é mais fácil sair na francesa e assim segue na vida
Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?