Coleção pessoal de AnaVitoriaK
Menino Sonhador
É incrível a esperanças desse homem
As vezes não tem nada, mas sorri como se tivesse tudo
Na verdade ele tem
Tem diabetes, contas e tudo que pensamos ser ruim
Mas pra ele é o que faz levantar da cama e batalhar
E aumenta a crença de que tudo vai melhorar
Quem olha de fora acha maluquice, loucura
Mas pra ele, a maior maluquice é de quem se auto tortura
De quem se tranca na jaula do destino
E se acomoda preso a correntes sem desatino
Vive um dia de cada vez, não liga pro futuro
Só sabe pensar que não pode piorar
Pobre menino sonhador, mal sabia que nada iria melhorar
Era cada dia uma luta diferente
Já nasceu com esse trejeito indiferente
Nasceu na cidade sem amor
Onde as selvas são de concreto e o céu é sem cor
Nasceu com apenas um sobrenome, a mãe assumiu a responsabilidade
De um aborto masculino de um "homem" sem nobriedade
Cresceu vendo a mãe batalhar
De sol a sol pegando ônibus
Para um futuro melhor lhe dar
E ele também batalhava, conseguia o que era seu
Mas nunca deixava o estudo de lado
Ele aproveitava a oportunidade que sua mãe te deu
E ele conseguia se virar entre o trabalho e o estudo
Ele sabia que ia receber a grande recompensa no futuro
Mas como o destino é incerto
La vem a grande decepção
Sua mãe morre na sua frente
E ele sem poder ter reação
Outro homem que assim como eles não tinha nada cruzou seu caminho
Mas ele tinha uma arma, que usou para deixar um menino sozinho
Sozinho e sem sua mãe, o ódio cresceu
E a revolta de um pequeno sonhador nasceu
Mas você se engana se pensa que ele desistiu de ser alguém
O espirito de revolta era de fazer mudança
Mudar esse mundo de Seu Ninguém
E pra isso ele estudou e não se limitou
Ele estudava e trabalhava e veio a recompensa
O menino sonhador se formou
Agora já era homem formado
Mas não arranjava emprego em sua profissão
Parece que lia os pensamentos
"eu, dar emprego pra esse muleque de periferia, sem condição"
E seguia em frente com seu currículo e um acumulo nas costas chamado decepção
Ele se sustentava como podia
Um bico ali, outro ali
Mas nem sempre tinha seu pão de cada dia
E assim vivia o nosso menino sonhador
Era esperançoso e cheio de amor
Amor esse que compartilhava com uma da burguesia
Ela era pra ele o maior ponto de calmaria durante o dia
Mas como nada era fácil pra nosso menino sonhador
O pai da burguesinha proibiu
E o fez ser mais um sofredor
Mas ele persistiu nesse amor proibido
Acabou que acabaram casando escondido
O que fazer esse casal sem um puto
Ela deserdada e ele sem trabalho
Como viver sem nenhum "cascalho"
E como ele, ela também aprendeu a se virar
A patrícia da burguesia agora era tinha que trabalhar
Tempos depois a família cresce
Ele tem duas meninas e um muleque
Agora com um emprego: caixa de supermercado
Tirava dai o sustento da família
E como sua mãe, levantava todo dia bem cedo pra ir ao trabalho
Sempre com um sorriso no rosto
Mesmo não tendo tudo
Vivia a vida com muito gosto
E mais um dia nosso menino sonhador que agora já era homem
Levanta e vai trabalhar
Da um beijo nos seus filhos e na sua burguesinha amada
Só que nesse dia foi diferente
Um frio na barriga ao olhar pra frente
Sentiu tudo ficar escuro e não sentia o corpo
Foi ai que percebeu que estava morto
Por uma bala perdida foi atingido
Morreu sem nem saber de onde vinha o perigo
E foi essa a sina de nosso menino sonhador
Morreu sem sentir dor
Morreu sem que seu sonho se realizasse
Morreu com a esperança de que o mundo mudasse
Ah, menino que morreu homem sonhador
Se eu te dissesse que pra isso
As pessoas só precisam descobrir que o que muda o mundo é o amor…
A Guerra
Aquela guerra que transforma o mundo
Esta dentro de nós
É aquele questionamento que vem la do fundo
Questionamento esse que as vezes nem percebemos
Mas basta uma palavra ou ação diferente
Que já acionamos esse enfrentamento eloquente
E acabamos tendo medo disso
Um medo intenso e bobo
Um enfrentamento interno que acaba deixando todo mundo louco
É nessa essência que a vida segue
Todo dia uma luta interna que nos deixa triste
Mas por for a tentamos nos fingir de alegre
Tentamos não deixar a primeira lagrima cair
Por que temos que ser fostes e só sorrir
E é nesse pensamento que acabamos por desconhecer as pessoas
Nunca sabemos quem colocou a mascara e veio pra fora
Ou quem só esta feliz no simples e pouco eterno agora
Na levada dessa guerra que esta no interno
O ser humano acaba por torna-las externas
Transformando tudo num terrível inferno
E todo esse caminho sabemos de cor
Começa numa raiva inexplicável
Depois se torna um ódio maior
Nesse ódio se torna frieza, que em seguida se transforma novamente
E é ai que mora o perigo inconsciente
Uma levada psicopata vai sendo formada
Depois disso já sabemos que a guerra externa vai ser começada
As vidas vão sendo perdidas
E nessas vidas não vividas
Mora uma alma que não se aguentou
Uma alma frágil que se esgotou
Morreu por si mesma
E o que restou dela foi uma forma terrível
Sem graça e beleza
OPOSTOS
Ela é furacão
Eu sou calmaria
Eu sempre fui bicho solto
E ela é moça de família
Eu sou garantido
Ela é caprichoso
Ela é toda apressada
E eu sou um tanto preguiçoso
Eu sou da Zona Norte
Ela é da zona sul
Ela adora um rosa
Eu prefiro o azul
Azul da cor de seus olhos
O castanho dos meus
Nos faz mais opostos
Ela é mistério
Eu sou um livro aberto
Ela usa salto alto
Eu vivo de chinelo
Ela é a melodia do Caetano
Eu sou flow dos racionais
Eu sou muito acomodado
E ela sempre quer mais
Ela é cacto
Eu sou balão
Eu sou racional
Ela é pura emoção
É... Ficamos muito juntos
Que nos acostumamos e ficamos iguais
Mas como diz a lei:
Só os opostos se atraem