Coleção pessoal de anavfxp
Quem sou eu além de uma menina de eterno coração partido
Por mim mesma
Criança sem balanço
Sozinha na gangorra
Ouvindo músicas na noite vazia
Pensando no nada que me representa
Enquanto me escondo da lua
De vergonha
No peito apenas a coragem de partir
E na mente as correntes que me enjaularam durante todo esse tempo
Quem sou eu além de uma menina de eterno peito cheio
Vagando pela manhã a procura de algo que me transborde
Que me derreta
Vagando no desconhecido do tempo
Fugindo e correndo atrás do passado
Criança solta
Presa
Presa entre o dinheiro e a liberdade
Entre a liberdade e a solidão da noite
Mais uma vez
Livre e só
Sendo o que o coração manda
e que a mente arrebata
Boa e má
Má com o que pensa
E boa com o que faz
Sendo martelada nos pés
E amarrada pelas mãos
Mas a coragem que hoje encontrei
Que hoje me representa
Vai me fazer sorrir amanhã
Como se nada tivesse acontecido
Sorrindo embaixo do sol
E me esquivando embaixo da lua
Porque quando o frio bate
O coração quente pela luz do dia
Congela
Devagar
Rápido
Devagar de novo
A lentidão da vida me faz caminhar observando o mundo
Enxergando tudo
Mesmo precisando de óculos
Mas meu coração sempre enxergou melhor do que meus olhos
Estando tão cega
Nunca enxerguei o verde tão bem
O roxo da flor
O amarelo do piso
Os buracos na calçada
As pessoas
Seus olhares
Eterna andarilha arrependida
Mas livre
Tão livre
Voando junto ao vento
E contra o destino
Me faz querer beber da chuva em um sábado à noite, deixando o peito aberto pro resfriado que vem quando sua existência evapora e sou obrigada a fechar os olhos novamente, procurando te reencontrar.
Me faz querer escrever sobre o desconhecido dos seus olhos e tocar seu peito que diz ter muito amor.
Me faz querer descobrir as estrelas roxas que compõem sua cabeça e as placas tectônicas que adornam seu coração.
Me faz querer debruçar sob a cama quente, envolvida em seu corpo ao olhar o branco desse céu humano, capaz de ser tanto vazio quanto cheio.
Me faz querer criar milhares de histórias em um papel nu pronto para ser preenchido por pedaços de você mesmo sendo impossível te desenhar por completo.
É uma curiosidade e desejo que lutam entre si e o sangue que escorre eu uso de tinta, pinto seu corpo sob a real solidão em que desperto.
Se os lábios se tocarem durante essa madrugada, seria declarada a vitória do desejo ou isso apenas me tornaria escrava da curiosidade pelo seu mistério?
Logo eu?
Fria como o dia de hoje e tão chuvosa quanto essa noite.
Tão louca quanto palhaço de circo e tão livre de coração.
Tocada pelo pecado em sua melhor versão
E sendo obrigada a passar mais um dia sem o toque de sua mão
Se cada parte do seu corpo fosse um instrumento
E toca-ló fizesse de mim uma artista
No meu maior desejo
Meu nome seria elevado
E eu descansaria ao lado de Beethoven
É muito fácil eu me prender nessa ilusão de sentimento que eu sei que é inexistente e impossível. Fácil me ver com alguém que minha consciência sabe da impossibilidade. Por medo de sentir talvez?
Talvez por isso eu escolha o improvável, com medo de um dia meu coração dominar minha mente e me mostrar que esse sentimento existe, que esse ceticismo contra ele é apenas fruto do medo do que essa força que vem de dentro possa me causar.
Acho que sempre acabo em combustão
Liberando calor por onde passo
Liberando sorrisos alheios
Enquanto os meus se escondem entre meus devaneios
Se eu pensasse menos
Quem sabe,
por dentro um dia estaria em paz
Quem sabe,
Deixaria de ser eu
Deixaria a vida pra trás
Seria isso maldição?
Viver como se a vida fosse uma grande reflexão
Como se cada momento me fizesse viver a vida com mais convicção
Dizem que nosso pensamento é livre
Impossível de controlar mesmo que te apontem um rifle
Mas é liberdade ilusória
Liberdade confundida com a felicidade de uma memória
Pensamentos fortes presos no passado
Ou na ilusão do futuro que nunca será alcançado
É sensação de algemas quando nas mãos se tem a chave
Sentimento constante de entrave.
É como se estivesse em uma cela no meio do mar
Com tudo envolta, mas impossível de enxergar
O pensamento nos prende
Mesmo sendo símbolo de liberdade
E quanto mais penso,
Mais me perco
Mais desapareço
Longe desse mundo
Longe do meu berço
Sempre quis fugir
Partir com quem me fizesse sorrir
E mesmo assim
Em momentos como esse me sinto como concha,
tão pequena
Morada de seres e pensamentos,
tão gigantes
Sinto todos os dias como se não fosse daqui
Uma órfã no mundo em que não nasci
Ou talvez eu seja tão daqui,
que tudo que consigo fazer é refletir
Talvez eu não seja tão estranha,
Seja apenas muito humana
Vivendo na esperança que me tirem do meu mundo
Me fisgando com um anzol
A caminho sol.
Se eu pensasse menos sobre o que sinto,
Talvez sentisse menos
Talvez seria menos
Talvez escrevesse menos
Talvez não confundisse matéria com amor
Talvez não sentisse a força da dor
Teria menos tempo para compor
Minhas batidas seriam iguais a dos demais
Me importaria com preços
E não com cartões postais
Hoje sou como grilo
Canta na noite
De dia desaparece com medo de ser enxergado
Por mais que por dentro sonha em ser lembrado
Canta sozinho na madrugada
Hoje sou como pássaro,
Pássaro solitário
Voa sozinho sem destino,
Sem calendário
Hoje sou como sou
Escultura inspirada por mãos confusas
Que me moldaram torta e desalinhada
Botando culpa em mim pela minha consciência armada
Parece que cada ar que você respira,
Emana loucura
Emana dor
Emana socorro.
Tão forte
Tão frágil
Me cansei de tentar entender sua mente nada estável
Cansei dessa luta interminável.
Seu corpo jogado no chão,
Tem uma forma tão fraca,
me lembra da lua não vista nessa tarde cinza
Lua que não foi contemplada,
já que ninguém sabia da sua chegada.
Talvez ela não quisesse falar
Ou então falasse tanto que não estava disposta a escutar.
Você dentro do seu caos,
dentro do seu próprio buraco negro
Você criou sua própria galáxia
e seu coração foi pra longe
Ele não era o sol que guiava tudo no centro,
Ele batia lá encima,
perdido no momento
Era tão distante quanto seu olhar em dia de chuva,
ele batia no lugar da Lua
Lua que apenas observa, enquanto a maldade cobre suas mãos como luva,
e com suas mãos cobertas apenas pela escuridão,
tudo que toca se transforma em água que te afoga a cada nova estação.
Ele batia longe daquela luz,
Ele escureceu
Já que por tantos anos você o ignorou e usou a desculpa que cresceu.
Seu coração se foi,
Tão criança
As vezes tudo foi culpa da sua própria arrogância.
Você buscou tanto que não encontrou nada,
Sendo que a resposta estava lá desde o início da sua jornada.
Me sinto mal por você não se sentir amada,
Mas eu não aguento mais tanta loucura disfarçada.
Tentei por anos
Mas já faz tempos que meu coração não faz mais planos.
Talvez se você se preocupasse menos com a vida dos outros
Sentiria paz e aprenderia a sorrir aos poucos.
Talvez se você se preocupasse menos com o que vê no espelho
Se preocuparia mais ao ver seu coração deixando de ser vermelho.
Talvez se você se preocupasse menos em mostrar o quanto é feliz
Entenderia que da vida é apenas aprendiz.
Mesmo com tantos anos de vida
Te vejo como uma menina
Que foi jogada no mundo sem nem entender o que significa
Perdeu sua infância e sua evolução,
Ficou presa na mesma cabeça,
naquele mesmo refrão.
Congelou no tempo,
O trem passou e você ficou presa na mesma estação.
Sem chão,
É como me sinto
Noites e dias eternos,
Infinitos sentimentos,
Infinitos desejos
Quando estou distante me sinto tão eu
Quando estou só, dou luz ao breu
Longe de todo cavaleiro das trevas,
Com a espada que julga e condena
Cortam nossas cabeças,
Não nos deixam pensar
O sonho deles é me ver em um altar
Cortam nossos braços,
Com medo da gente se machucar
Mas nos machucam apenas com o olhar
Cortam nossas pernas,
Não nos deixam caminhar
Não querem nos ver distanciar
Omito o mundo criando uma capa, um escudo
Me protegerei nem que isso signifique o fim do mundo
Me perdi dentro daqueles muros
E é isso que querem
Que eu me perca
Pra que eu os procure pra me reencontrar
Me encontrei fora daqueles muros,
Olhei meu reflexo na água,
Já estava tão distante
E meus olhos respiravam vida,
Urrando alto como um berrante
Lutei, lutei, lutei,
Meu batimento quase se foi...
E no final,
Eu me perdi de novo entre aquelas pedras
Talvez Deus criou tantos muros pra que eu percebesse o valor daquela janela,
Janela tão pequena,
Mas que de vez em quando me permite ver o sol
“O coração bom sempre carrega uma cruz”
Foi o que um coelho ruivo e maluco um dia me disse
Jamais conheci um Coelho tão sábio
Bato os pés todos os dias no tapete de bem-vindo
Bem-vindo ao mundo
Onde o bem é raridade,
Onde quem tem bolso domina,
Onde quem tem bolso controla,
Onde quem tem bolso teve o coração retirado
Talvez eu encontre tantos muros pela minha passagem,
Pra que eu possa escalar e enxergar a paisagem
Talvez esses muros não me prendam
Mas me permitam olhar o céu que é tão vago,
nesse mundo cruel
“O bem sempre vence o mal”
Isso é história pra criança no maternal
O mal que sempre vence o bem,
Porque o bem não se preocupa em vencer
O mal no mundo real está no topo,
Sorrindo com ouro entre os dentes.
O mal não passa sufoco,
Está rindo de suas vitórias,
Vivendo seus tempos de glória
São poderosos, mas tão pequenos
Perdem seu tempo derramando veneno
O bem no mundo real,
todo dia acorda cedo pra por a roupa no varal,
Anda descalço em dia de sol,
Ri de bobagens como se todos os dias fossem carnaval
É pisado por quem carrega o mal
Mas no final,
É o único que morre com o coração imortal
Famoso preço pelo sucesso,
Preço pelo excesso.
No início,
Tínhamos Rios,
Habitávamos em árvores
Éramos livres,
Impenetráveis.
Talvez fossemos frágeis,
Mas pense,
Quanto mais tempo duramos,
mais selvagens nos tornamos
E quem é esse “homem selvagem”?
O homem que caçava para ter o que comer?
Ou o homem que mata por uma cadeira maior e se sentir mais importante?
Quem é esse “homem forte”?
O homem que se joga em frente a um leão para proteger quem ama?
Ou o homem atrás do tiro, aquele que aperta o gatilho?
A força dos covardes foi confundida com a força de verdade
Somos todos fracos,
Nos escondemos atrás de máquinas.
Atrás de um computador,
destruímos vidas,
Atrás de um revólver,
destruímos famílias,
Atrás de muralhas,
fazemos guerras,
Atrás de volantes,
corremos contra o tempo,
Atrás de uma caneta,
destruímos a liberdade com uma sentença.
Mas de frente para o outro,
Vemos o quanto nosso corpo é pequeno
Por isso fugimos do sentimento,
Porque nos força a sermos verdadeiros
E um coração partido não tem utensílios para fazer abrigo.
E depois de tudo isso
Ousamos carregar uma cruz como pingente
Enquanto outros carregam uma cruz nas costas
E depois de tudo isso
Ousamos nos ajoelhar diante de um altar,
Quando sabemos em que a raiva nos faz pensar
Somos tão abençoados pelo nosso carro potente,
Mas quando chegamos em casa jantamos sozinhos,
Sentindo saudade de gente.
Buscas eternas,
Eterna busca humana,
Felicidade
A maior maldição do homem selvagem,
Ou melhor,
Homem covarde.
Eu acho que vivi todo esse tempo esperando por algo que me fizesse continuar,
mesmo que tudo fosse mera imaginação, ou talvez não. Talvez o que eu sinto não é mero amor infantil, ou amor ingênuo e totalmente inocente.
Só sei que toda lágrima que caiu ao ouvir a sua voz, me pareciam tão reais; que todo suspiro de encanto ao ver o seu sucesso, me pareciam tão sinceros; que todo sorriso que ecoou pela minha boca ao lembrar do seu nome, me pareciam tão verdadeiros. Que cada lembrança, cada verso que escrevi, cada sentimento escondido. Senti tudo isso mesmo que você não soubesse, mesmo que pra mim estava tão óbvio.
Me lembro de cada música que beijava meus ouvidos e me faziam arrepiar, e que eu sabia que você estava escutando apenas por sentir seus olhos tão vidrados quanto os meus mesmo distantes um do outro.
Me lembro do meu orgulho por te ver crescendo e escrevendo com sinceridade sua arte maravilhosa, um orgulho que me transbordou tanto amor no coração, um amor que pode não ser recíproco mas que hoje em dia, já não ligo mais, já não vou buscar por respostas que me levem a você, ou a nós. Meu amor por você se tornou tão sincero ao ponto de eu não me importar se você está longe ou perto, se você está comigo ou com outro alguém, não consigo mais negar esse sentimento, a força dele é tão grande que a torna eterna. E por mais que eu sabia dos seus mistérios, eu sinto que te conheço e que de alguma forma, dentro do ponto mais remoto do meu coração, eu tive a sorte de conhecer o melhor de você, tive em meus braços o você que ninguém conheceu até hoje.
E acredito que você não tenho mudado
Por mais que o tempo nos diga o contrário
Não é possível que aquele arrepio ao te ouvir pela primeira vez seja apenas imaginário
Seria minha imaginação assim tão fértil?
A água pura que derrete pelos meus olhos nesse momento apenas por lembrar
Poderia eu ser apenas louca?
Não sei se louca por você ou louca de cabeça,
Talvez um pouco dos dois
Mas sinto uma faísca ainda acesa
Me dizendo que não estava louca todo esse tempo
Ou melhor
Dizendo que nós estávamos
E que quando acordarmos
Estaremos juntos mais uma vez
Rindo como as crianças que uma vez fomos
E meu coração não estará mais partido
E eu te agradeço, te agradeço por me ensinar o que é amor mesmo que no início seja tão doloroso. Te agradeço por me ensinar que amor não é aquilo que transformamos em necessidade, não é um jogo de xadrez já pronto para o cheque-mate. Amor é deixar de ser egoísta, é deixar de lado o pecado mais feio do ser humano. Deixar de ser egoísta
Quem sabe nos encontremos de novo
vítimas do acaso
Nessas ruas sem saída
dessa cidade que dormia
Labirinto de pedras e asfalto
Cobertos por tetos frágeis mas nada transparentes
Amanhã ou mês que vem
Procuramos um novo dia
Procuramos uma saída
Sol na palma da mão
E o violão,
desenvolvendo mais uma canção
Juntos só nós e as estrelas
Nós e o universo
tão sozinhos mas tão cheios de mistério
Luzes de calor
Luzes do céu
Nossas asas nos distanciam do aranha-céu
Pessoas nos sugam
E as cidades com suas grades,
ajudam
Fugir daqui é sensação de vento
Vento forte rompendo o cimento
Os estilhaços acenderam a chama que vem do centro
Nos perdemos naquele labirinto
nas ruas desalinhadas
Nos prendemos com cinto,
com ideias amarradas
Nos perdemos nas calçadas,
nos sinais, nos tijolos
Estamos construindo barreiras pelos solos
Nos perdemos no som,
nas faixas e na multidão
Nos perdemos em mais um vagão,
vagamos sem destino sem olhar pro coração
Nos perdemos em portas
Portas que não abrem
Nos perdemos no preto e no cinza,
esquecendo do verde e do azul da brisa
Óculos escuros mesmo sendo de dia,
escondemos o que o coração não via
A roupa de grife nos cobria,
jogando fora nossa carta de alforria
Marchem soldados,
temos cabeças de papel
Nossos olhos foram cobertos,
tampados por um véu
Ninguém parou pra ver o céu
Estamos muito ocupados cumprindo nosso papel
Marchem soldados,
temos o peito de aço
Coração controlado que não lembra do abraço
Corpo linchado
Soldado pau-mandado,
Foi mandado pra vala
sem nem ser notado