Coleção pessoal de AmandaSousa
É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer, porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.
Como eu não tenho o dom de ler pensamentos, eu me preocupo somente
em ser amigo e não saber quem é inimigo. Pois assim, eu consigo apertar
a mão de quem me odeia e ajudar a quem não faria por mim o mesmo.
Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais sofrerá de solidão. Poderá morrer de saudades, mas não estará só.
Soneto de Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Eu serei sincero como não se pode ser, talvez você se apaixone pelos meus erros.
Venho de outros tempos, porém sempre no horário.
Sou um peixe fora d'água à procura de uma borboleta de aquário.
Pois é, a minha vida é tão confusa quanto a américa central, por isso não me acuse de ser irracional.
Mas pra ser sincero, eu não espero de você mais do que educação. Beijos sem paixão, crimes sem castigo, aperto de mãos.Apenas bons amigos.
Eu me sinto um estrangeiro, passageiro de algum trem que não passa por aqui, que não passa de ilusão.
Às vezes o único lugar que podes me achar é na escola, com uma tristeza errada, um travesseiro, e uma cara embriagada no espelho do banheiro.
Talvez eu seja assim porque um dia me disseram que a nuvens não eram de algodão.
E disseram que somos quem podemos ser, desde que tenhamos cabeça pra usar boné e professar a fé de quem patrocina.
Mas eu tenho uma guitarra elétrica. E durante muito tempo isso foi tudo que eu queria ter. Para poder tocar com um garoto que como eu, amava os Beatles e os Rolling Stones.
Mas escute garoto, saiba que o vento canta uma canção, dessas que uma banda nunca toca sem razão.
Quer dizer... esqueça isso, pois hoje em dia a juventude não passa de uma banda em uma estúpida e ridícula propaganda de refrigerantes mesmo.
Entretanto garoto, saiba que estamos sós e nenhum de nós sabe onde vai parar.
Estamos vivos sem motivos. E que motivos temos para estar?
Eu vejo o horizonte trêmulo, eu tenho os olhos úmidos, eu posso estar completamente enganado, eu posso estar correndo pro lado errado.
Mas "a dúvida é o preço da pureza" e é inútil ter certeza.
Ai, a vida real... Como é que eu troco de canal?
Difícil não é lutar por aquilo que se quer, e sim desistir daquilo que se mais ama.
Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer.
Sozinho, meu pensamento focaliza em alguém. Deixo-o livre, e de repente meu coração aperta. Mas não estou triste, pelo contrário, deixo escapar um sorriso. Comer não me parece tão importante, agora me sinto alimentado por outra coisa. Acordo sempre com os mesmos pensamentos, e os mesmos me impulsionam a ter um grande dia. Quando te vejo sinto coisas estranhas, mas boas. Quando falo com você minha cabeça pensa direito, mas minhas palavras saem embaralhadas, e minhas mãos ficam suando. Meu pensamento focaliza alguém, esse alguém é você. É, estou amando.
Os ventos que às vezes
Levam para longe o que amamos
São os mesmos
Que trazem algo mais para ser amado
Nós não podemos chorar pelo
Que nos foi tirado
Nós não iremos... / Nós não iremos...
Nós amaremos o que nos foi dado
Pois tudo que é realmente nosso, não irá embora.
É melhor atirar-se à luta em busca de dias melhores, mesmo correndo o risco de perder tudo, do que permanecer estático, como os pobres de espírito, que não lutam, mas também não vencem, que não conhecem a dor da derrota, nem a glória de ressurgir dos escombros. Esses pobres de espírito, ao final de sua jornada na Terra não agradecem a Deus por terem vivido, mas desculpam-se perante Ele, por terem apenas passado pela vida.