Coleção pessoal de Allissoandre

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O maior inimigo da inocência é o pensar demais. ⁠

⁠De fato, fui ignorante ao longo deste tempo,
Porque sempre tentei mudar a minha origem,
Mas agora percebo o porquê das coisas,
O porquê de eu adorar cor e energia
Que exalam e mostram demasiada alegria.

É que eu sou filho de 22 de setembro,
Primeiro dia da primavera de 2002,
Nascido no meio de tanta gente,
Na manhã de um domingo quente.

Tenho a impressão de que não escrevo para quem vive, mas para quem viverá.⁠

De fato, não sou dos algarismos. Mas sou um homem das palavras e letras.⁠

⁠Oh, mulher do cabelo pintado
Penso todas as noites o que eu poderia ter sido
Já me encontro perdido e já tentei me encontrar
Fui o membro da família que todos quiseram renegar
E o pior é que eu perdi também muito tempo
Tentando entrar nos padrões e nos conceitos
Mudarei primeiro pelos cabelos
Que serão tingidos de tom vermelho.

⁠É engraçado e hipócrita como o ser humano é e age
Se antes faziam revoluções contra o meio e o modo de pensar
Hoje são os primeiros a reprimir e julgar o que é "diferente"
Nossa, que hipocrisia!
Criticam-nos, jovens, porque dizem que estragamos a sociedade
Mas não se lembram que seus avós diziam o mesmo deles
E que eram tratados como 'rebeldes'
Hoje são 'velhos reclamões'
O tempo avança e o ser humano regride
Parece ser uma regra
O amanhã é o novo ontem
Não há diferença
Tudo sempre será igual.

⁠Parado, relaxado,
Em frente ao ponto da rua Inácio,
Um moço me interrogou
De forma estranha,
"Como você descobriu que ficou velho?",
Disse acendendo o cigarro.
Encarando-o e analisando-o,
Decidi falar como se tivesse
Me refugiado numa montanha,
Passei a encarar a vida com mais apreço,
Cada detalhe de fato importava.
Passei a dar ao grão da areia da praia,
Mais importância,
E as nuvens do céu,
Todas as tardes eu observava.
De fato, fiquei velho.
Mas já fui um rato.
"Rato?" perguntou o moço,
Já com outro maço.
Já fui rato de frente para uma tela,
A fim de um futuro utópico
Que não viverei.
"Acho que também sou um rato".

⁠Respiro e aspiro vida em abundância
Valorizo e olho para a criança
Que habitou em mim durante todo este tempo
E eu nunca exerguei devido às circunstâncias
Volto a ser criança
Sorrio para a infância
Chuto a testa da ignorância

⁠As horas caminham,
Os minutos correm,
Os segundos voam,
E os lindos dias marcham
Para a nossa morte,
Dia final, momento inesperado
Data em que todos seremos finados.
A vida pré-existente é completamente ignorada,
O que fica, por sua vez, continua normalmente.
As flores nascem e os cães latem de madrugada,
Tudo normal como se fosse antes da gente.
Somos, na verdade, insignificantes
Poeira cósmica, como dizem
Minúsculos como uma formiga
E às vezes, gigantes, em vida
Mudamos o mundo,
Destruímos o mundo.
É que as horas caminham,
Os minutos correm,
Os segundos voam,
E os dias se rastejam
Para a nossa sorte,
Para a nossa morte,
Dia final, momento esperado
Data em que todos somos finados.
E tudo recomeça,
Para mais gente morrer.

Nunca entendi a minha tolice de exigir atitude de quem nunca teve. Talvez, era porque eu acreditava nas pessoas. Não acredito mais.

⁠O tempo passa muito rápido
Não dá nem pra perceber o tempo
Nem vejo hora como hora
Não percebo que minuto é minuto
Pra mim é tudo segundo
Porque eu já perdi a noção
Que eu tinha sobre o tempo.

⁠Me olho no espelho e me vejo. Fico feliz e solto um sorriso. É que antes eu não me via.

A terra já se cansou de nós
Ela já viu tanta gente igual
Tanta gente similar, tanta gente diferente
É tanta gente que passou por aqui
Deixando rastros que só o tempo pode sumir.

Ah! Eu sempre achei que fosse alguém
Mas, conversando com o reflexo
Descobri que não era ninguém
Achei que eu era o protagonista do mundo
Concorrendo com o que já estava aqui
O céu, a água, os insetos, as bactérias
Coisas que ficam e eu que vou
Porque não sou nada
Apenas um estranho passageiro.

⁠Ai, que saudades vazias
De quando adolescente
Passava o tempo escondido de gente
Pronto pra correr o mundo
Preso no mesmo mundo
Descobrindo a vida de verdade
Acendendo velas para os dias escuros
Energia que não tenho mais!

⁠O escrever me faz lembrar do que o falar não me lembra mais.

⁠Eu só quero me encher de mim.

⁠Eu sou o meu espaço.

⁠Pela minha saúde mental, já sacrifiquei muita coisa na minha vida. Me pergunto até quando será necessário fazer isso.

⁠Eu não conheço o amor. Não conheço a reciprocidade. Como estou vivendo se estou perdendo uma das melhores coisas da vida?