Coleção pessoal de AliceAndrade

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E quem disse que sinto medo? Não, meu bem. Se você voltar, eu me entrego novamente. Nova-mente. Entrego-me de mente, corpo e alma nova para você. Entrego-me mesmo sabendo que você pisará, cuspirá e maltratará como foi da primeira vez. Mas não tenho medo, não tenho. Estou preparada... Nova, mente. Digo e repito transtornando esse texto e deixando tedioso de lê-lo. Mas quem liga? Você liga? Ah é, você não tem meu número novo e eu nem me importei de mandar uma mensagem alertando-te. Mas iria ligar? Não, nunca me achou tão emocionante e nem tão poeta como dizem que sou. Eu sempre aparentei normalidade aos seus olhos, eu sempre... Ah, tenho que interromper, mas sabe? Eu pensei em você. Sim, eu sempre... Penso. Foi em um dos momentos meus, de normalidade, em que reparei que por três dias seguidos a lua apareceu dividindo o céu azul claro com o sol. E, meu bem, acho que eles estão apaixonados. É estranho, não? Passaram por cima da idéia que eu tinha sobre o egoísmo dos mesmos. Eles me mostraram que em um momento o amor se rende e que a forma de demonstrá-lo é dividindo um só espaço. Dois viram um. E você, amor, você é a minha lua e nem sabe que estou aqui há tempos reservando o teu espaço dentro de mim. E quem é que tem medo? Eu? Não, eu não tenho medo. Estou nova. Estou mente. Estou novamente esperando por essa coragem que você sempre disse ter. Envergonho-me de ti.

As pessoas costumam falar demais, olhar demais, procurar demais e sentir de menos. Mas os entendo, sentir demais também doí demais.

Apenas um pouco de mim não te afeta. O meu desejo não te influencia. A minha vida, o meu egoísmo e a minha falta de bom senso não te implora por compaixão. Sou apenas eu, quer queira assim, quer não. E se me negar três vezes não será visto como Pedro, nem como Judas, nem como Jesus. Se virar-me as costas não será hipócrita. Se apedrejar-me será perdoado. Sou a viúva dos sonhos, sou o abrigo dos refugiados, sou o pão dos maus alimentados. Quem sofre por amor procura por uma mão… Sou os seis braços, o medo do escuro e da solidão. Não tenho pena. Sou ríspida. Sofrida. Até um pouco querida. Te espero, te venero. O meu veneno não te atinge. És imortal. E a minha obsessão? Faltou tempo, virou segredo, perdeu o medo. E tudo virou neblina, escondendo a lua e me fazendo sublime. Arrancar a palavra amor da minha boca é fácil, mas é mais fácil ainda arrancar as lágrimas pela dor de não te ter. Meu bem, não me encare, o teu olhar me condena.

O mais incrível é que mesmo ao abrir os olhos a cada manhã esperando por um “nada demais”, me surpreendo com a falta de bom senso das pessoas que me rodeiam, que me judiam, e que me engrandece a cada infeliz e indesejada fala. Apostam e testam a paciência que eu não tenho. É, isso mesmo, sinto-lhe em informar, mas eu e essa tal de paciência nunca nos demos bem. Não existe nada que me faça desejá-la ou admirá-la. É ela lá e eu cá. E que sortuda essa paciência, não?! Do lado de cá não tem muita coisa que preste. Mas, meu amigo, é ruim ser assim, sem controle, cheia de vazios e preenchida de saudade. Oh, paciência, de vez e sempre você faz falta.

Grito para quem estiver disposto a ouvir – Cansei! – Cansei dos sorrisos forçados, das ironias em momentos indevidos, das piadinhas fora de hora. Cansei das mudanças de humor, da hipocrisia alheia, dos comentários desagradáveis. Cansei, cansei, cansei. E se isso for uma espécie de jogo, por favor, é momento de parar. Ninguém nasce para ser pino de tabuleiro e muito menos dado iniciante. Nunca acreditei em sorte, em destino ou acaso. Para tudo sempre existirá um propósito. A vida é uma missão e não um parque de diversão onde o coração é montanha russa... E que seja, se for, lembrem-se que até o maior e melhor brinquedo tem o seu limite. Mas concordemos que como algumas incríveis pessoas, os bons parques de diversão encantam-nos, nos surpreendem e vão embora sem prazo para retornar. Nenhum coração é lixo, assim como nenhum coração é pobre. Todos são nobres. Nenhum coração é tão morto, nem tão vivo. Existem. Nenhum coração é comparável ou previsível. Os corações são mais diferentes do que possamos imaginar. São simples para que somente os puros possam decifrar. E não decifram. Coração não amadurece, não cresce. Ele descobre a desilusão e adormece ao som de uma bela canção. Não existem corações ruins, existem pessoas teimosas que não sabem ouvi-los. Cansei, cansei de gente assim. Cansei de quem foge de si.

Preciso lhe contar, meu caro amigo. Eu desisto. Desisto de ser refugio, desisto de ser abrigo. Dentre canções, dentre emoções, dentre, dentro... Não saia, por favor. E para cantar não precisarei de voz. Para dançar, não necessitarei das pernas. Apenas de você... Dentre, dentro. Não sou flor de plástico, desgastar-me então, perdendo pétalas, talos, deixando espinhos. O sol, o sorriso, só risos, o só rir, entristeceu. E não tenho mais tempo, meu trem, meu bonde, meu coração, está para partir às dez. E me perco entre os bancos acolchoados, a nitidez do vidro, as folhas das árvores que sapateiam. A melodia é valsa, mas elas não respeitam. Passa-me na cabeça o corte dos tocos, a fumaça desgastando os olhos, a rouquidão da canção. O sapateado vira medo, absorve-se, se calam. E me fazem chegar a conclusão de que nenhum final é feliz. Nem o nosso.

Olá.
Essa semana eu tenho prova, e meu objetivo é apenas estudar. Você vai trabalhar, mas deve ter dentista, almoço com os amigos e um encontro com conjugue. É, antes eu poderia até descrever a sua programação, mas hoje não posso mais. Não posso te mandar uma mensagem, nem te fazer uma ligação, pois, a mensagem não será respondida, a ligação não será atendida. Talvez você retorne, talvez não. Não posso mais me aproximar como antes, nem te tocar como antes. O pronome de tratamento voltou ao normal, não sei mais te chamar pelo apelido. Você não é mais o meu “pronome possessivo”, nem meu anjo, nem nada mais. Não sei mais quem você é, ou quem se tornou, ou voltou a ser. Talvez nossa amizade esteja se desfazendo... Eu deveria ter te dado uma flor de plástico, e ela não iria se acabar igual o meu amor por você. Antes eu não me via sem ti na minha vida, era impossível passar um dia sem te ver sorrir. Hoje me sinto seca, vazia. A culpa é minha, eu sei. Me apego rápido, desapego aos poucos. Mas se pararmos para pensar, a culpa pode ser tua também. Um carro precisa de combustível para andar, e ninguém é amiga sozinha, eu não sustento nada sozinha. E você foi sumindo aos poucos. Não das minhas vistas, pois te vejo e te sinto a cada passo, mas sim de dentro de mim. E quem se ausenta, minha querida, acaba sendo esquecida. Mas eu resisto, luto com o meu próprio coração para não deixar-te sair de mim, quer eu queira ou não, você me faz bem. E eu? Quem sabe te faça bem também?! E prossigo, persisto, cuidando de você sem nem perceber e me protegendo dessa tortura de manter-me longe para não sofrer a cada passo que vejo você dar para trás.
Ando sonhando constantemente com tsunami, e dizem que todo sonho tem um significado. Então meu inconsciente deve está me alertando que algo virá e levará a pessoa que eu mais amo, levará você. E tento conter essa ansiedade pelo sofrimento, gosto de sofrer, ou não. A ansiedade é para que a dor acabe, por que odeio te ver partir sem dizer adeus. E a paixão que aumentava a cada dia se resumiu ao respeito. Isso é realmente triste, é um desrespeito.
O meu defeito com certeza é ser sincera. Deixe-me explicar, li que em latim, a palavra sincera significa “sem cera”, ou seja, sem retoques, sem máscaras, sem ser o que não é. Para você eu devo ser sincera. Mas meu bem, entenda, dói muito ser para você uma “sem cera”. Se isso é bom? Não sei. Diga-me você!

Recuar. Permanecer. Manter a guarda. Não desistir, porém não persistir. Confundiu-se. Obter a certeza. Gesticular. Direito de ficar parado. Não hesitar. Hesitar-se com o maior êxito possível. Transmitir seguranças. Achar-se com o poder de ser inseguro. Não assegurar nada. Se meter em furada. Falar mal sem parar. Comporta-se como Lolita. Respeitar-se. Respeitá-lo. Deixar o sapatinho de cristal para trás. Voltar para pegá-lo. Virar abobora. Quebrar as cadeiras e beber mingau. Derrubar a casa de madeira e de palha com um sopro, pegar o martelo e derrubar a de tijolo. Fazer do impossível possível. Do fácil difícil. Da vida um filme de sucesso. Do sucesso o labirinto. Do labirinto a morada. Morar, habitar, habitar-te. O vão do porão não clareou-se. Está perto e longe. Está deserto e inseguro. Está tão confuso como eu.

Me faz transbordar e logo anseia por um abraço?
Vem aqui e me abraça.

Cheguei a uma clara conclusão: eu não consigo nem pensar em fazer algo que te magoe. Meu único desejo é ver-te feliz. Eu me esforço tanto para te deixar bem, que essa obsessão dá-me o falso sentimento de que minhas atitudes egocêntricas foram erradicadas e me tornei uma Madre Teresa de Calcutá. Quando te vejo cheia de papeladas, tenho um grande desejo de absorver os seus problemas para mim e resolvê-los até que eles não mais te sobrecarreguem. Mas o que me faz crer que você também está comprometida em suprir minhas necessidades, e que não fará nada para me magoar? E quem disse que preciso de algo em troca por te fazer sorrir? Realmente, esse modo de pensar é uma utopia. Não é que sejamos hipócritas sobre o que pensamos e sentimos, mas é algo comigo, admito que preciso de um tratamento ou qualquer dia desses morrerei de ciúmes da mosca que passar voando do teu lado. Tem dias que anseio por estar junto a ti e pergunto-me se enlouqueci, mas passar um tempo com você é como estar na antecâmara do céu, e muitas vezes sinto como se nossos corações batessem no mesmo compasso... Acho realmente lindo esse pensamento. Você tem a capacidade de me irritar e com apenas um olhar me fazer esquecer o que acaba de se passar, logo sinto que consigo irritar-te também com algumas palavras duras e julgamentos críticos. Quer concordemos, quer não, mas fomos lançadas a uma órbita emocional diferente de tudo que porventura experimentamos, afinal, onde já vimos uma amizade tão linda entre uma adulta disciplinada, consciente, organizada, reflexiva e cuidadosa por natureza e uma adolescente que é totalmente o seu inverso? Por você eu fujo completamente da minha razão, me levo a fazer e dizer coisas que nunca faria ou diria, em momentos de sobriedade. De fato, mereço que devolva-me e permita que eu ponha meus pés no chão, não posso ficar d’baixo das suas asas de anjo por mais tempo. O amor que sinto por ti é lindo, racional, volitivo, é o tipo de amor para o qual os sábios nos conclamam.

Mulheres gostam de rosas e de preferência vermelhas. Eu acho a rosa muito semelhante ao amor. Temos que renová-la, substituí-la por uma mais vermelha e ardente a cada dia que passa e se isso não é feito, ela vai perdendo a cor, as pétalas e fica só o talo e os espinhos. Não dê uma rosa se tem consciência de que não poderá trocar a água do jarro, ela precisa de cuidados… O espinho dói.

Peguei uma foto nossa nos meus documentos, sentei na cama e fiquei a observá-la. Seu rosto estava tão iluminado, seus olhos estavam nos meus olhos, seu sorriso era sofisticado e tímido. É até irônico dizer que foi o melhor dia que passei ao seu lado, por que, apesar de termos duas fotos parecidas, elas não conseguem me fazer lembrar como ele foi. Senti vontade de chorar, tem bastante tempo que não te vejo passar mirando-me como uma presa mira o alvo antes de atacá-lo. Eu não sabia fugir, deixava você atacar-me com toda beleza que portava e me tirava o fôlego. Agora eu estou chorando. E não consigo expressar nem derramar o meu desconforto nesse papel. As linhas parecem ser mais longas e a minha letra diminuiu ao ponto de não conseguir chegar ao final da margem. Quero muito saber o motivo do meu choro, deve ser saudade, ou angustia… E novamente não acho palavra alguma que se encaixe no contexto. Eu nunca escrevi muito bem, e nunca quis que você me lesse, mas desta vez, meu bem, me ler… Só desta vez.

De repente me deu uma grande vontade de escrever. Talvez expressar a minha animação por estar entre amigos e fazendo coisas que conquiste a gratidão dos mesmos. Mas alguém ainda chama a minha atenção e deixa-me despeça. Faz-me afogar, nem sei onde. Acabei de tentar falar com Ela. É, Ela mesmo. Mas tive uma surpresa, até esperada, mas indesejada. Não vou aquietar/descansar em quanto não matar a saudade – Falta apenas um dia- repito na correria e entre as risadas que por alguns segundos me faz esquecer. Por alguns segundos, apenas. E ao sentar e pedir uma folha do caderno do Felipe me dói a cabeça e desespero-me. Confesso que não deveria ter ligado. Ela não queria falar comigo. Daí, a lua que já estava adormecida acorda, e volta à “tona” mais forte. Ela me atenderia e os meus olhos brilhariam, fazendo o meu coração palpitar e dançar ao som da trilha sonora dos meus sonhos. Por que, querida minha? Uma lágrima acaba de escorrer entre os traços da minha face. A quem eu quero enganar? Não adormeceu. A lua estava escondida atrás das nuvens, e se fez transparente, iluminando as águas que deságuam. O medo me difere dos demais jovens ao redor. Cadê a animação? O meu final de semana tivera sido maravilhoso… – Adeus- Chamaram-me, voltarei ao trabalho.

Eu não sabia como era ter alguém que amamos por perto e não poder tocá-lo. Pegar na mão, beijá-lo. Brincar com os dedos, bagunçar o cabelo. Eu não sabia, não sabia. Mas daí tudo mudou, me vejo parada observando ele passar e deixar para trás passos solitários, clamando por cuidados. Eu não sabia, não sabia que iria doer tanto. Pergunto-me se não tem algo que o conforte, e que o traga aos meus braços e mostre o que é ser amado. Será que ele é feliz? Que ele vive bem lá pelas “bandas” de jornadas bem feitas? Bem planejadas? Não posso justificá-lo, defendê-lo, mesmo que ele pareça clamar com o olhar um resgate, uma proteção e até dois acontecimentos simultâneos. Buscar o que almeja. Não desistir. E me aquieto assim, sem a certeza de que o certo é prosseguir ou abaixar a cabeça e adormecer.

Não pedi que me levasse a dor, o rancor e o temor. Não respeitaram, me levaram. Eu tentei não escrever. Prometi a mim mesma que esse seria o ultimo texto falando sobre você, mas prometo a cada página que olho e logo está com o teu nome… Ah, não, essa é a minha letra. Não posso prometer, devo parar. Há um tempo eu não prometia o que não poderia cumprir, estava esgotada. Mas hoje… Ta, não quero falar sobre hoje, nem sobre ontem e nem sobre o amanhã. E quem vai querer me ler, me diz? Não me importo, na verdade, não entendo essa minha fome pela escrita. Às vezes eu queria escrever bem, para mostrar que sirvo em alguma coisa, e dessa vez, alguma coisa que eu ame. Pouco me importo, ando me importando pouco demais. Devo parar de reclamar quando passo dos limites em algo, mas penso que estou certa, pois nada demasiado é bom. Aprender a viver na medidinha certa está sendo um sacrifício. Sinto-te longe, mas é onde estás…, longe de mim. Queria saber se tu te lembras de algum pequeno gesto meu que conseguia te fazer sorrir. Fico assim, querendo saber, me excedo e invado o “demais” que tanto eu queria excluir. Afundo novamente na saudade, no apelo, nos pesadelos. Não posso sufocar a vontade de querer, de te querer. Sei que possuo o que me consome, sei que corro atrás do que me corrói. Afogar-me em seus sonhos sem nem fazer parte deles é uma tortura. Queria torná-los reais. Observa, novamente eu querendo demais.

Sinto frio,
calor.
Medo,
dor.
Desafio,
desapego.
Edifico,
completo.

Sabe? Não, não sabe. Mas na maioria das vezes é isso mesmo, não sabemos de nada e nem queremos saber. As palavras voam, os olhares não escolhem outro local para cravar, o coração pula, dança, balança a cada lembrança. O que podemos fazer para se sentir por perto, assim fazemos. As feridas latejam e clamam por cuidado a cada esbarro. E no final? Não sabemos e não admitimos o que se passa. Ferrou-se. Passa a acontecer por horas, minutos, segundos e nos toma literalmente. Me assusta o fato de não pedir licença. Tentamos desfocar, esquecer. E como sempre, continuamos sem saber. Medo? Ignorância? Aflição? Não faço esforços para entender. Não quero.

Sem premência nos tempos de outrora.

Admito: pouco a conheço, pouco desfruto da tua linda presença. Me impressiono com umas visões que tenho de ti que jamais considerei. Sempre me pareceu tão controlada, tão calma e imperturbável. Mas eu sei que passo a mesma impressão para as outras pessoas. Será possível que por baixo você seja tão confusa como eu? Podemos ser mais parecidas do que penso! Sabes mais de mim do que sei de ti. Por mais que eu veja os teus olhos transparecerem duvida, dores e temores, me calo e a deixo a vontade. Prefiro desabar... Não sei se acontece com você, mas esqueço das dores me preocupando com as dos outros, e tento te ver bem assim, cuidando de mim.
Cuidas muito bem, querida.
Às vezes te vejo transparente, esbanjando essa luz que reluz. Outras vezes, te vejo... É, não te vejo. Parece que construiu um muro em volta de si mesma. Sei que não deixará que alguém derrube esse muro. O que é uma pena. Em algumas situações me surgem pensamentos, idéias ridículas de tão simples e claras. Sem esquemas complicados, sem tempestades. Tenho tanto medo. Mas não nego que preciso de ti por perto.
Já falei que a curva mais bonita do teu corpo é o teu sorriso? E que a parte mais quente e linda é o teu coração? Não consigo falar, simplesmente travo. Mas sou assim, uma menina, apenas uma menina, que só sabe expor o que sente por palavras. Nem sempre com concordâncias perfeitas, nem simples de ser entendidas, mas algo me diz que ler as minhas entrelinhas e entende até o que eu mesma não consigo entender.
Ainda não amadureci completamente, preciso de colo. Talvez eu até tenha amadurecido, mas como as flores no outono, um vento qualquer me deixa instável e uma noite fria me acaba. Estou cansada, não me recuperarei, sei disso, e tento me confortar e adormecer o que ainda grita. Sinto-me como se eu fosse um relógio ou coisa assim, com a corda cada vez mais apertada. Mas só há uma coisa que me importo agora: perdoar a mim mesma.
Nossa diferença de idade não vai impedir que fiquemos juntas. Que Deus sele a nossa amizade por longos anos.
Não me deixa, mãezinha. Eu te amo mais do que podes imaginar. Não tenta imaginar, perderá a graça.






‘’Prefiro não me mostrar, mas decidir andar corretamente, por mais que eu me perca no caminho. ’’

Me deixa quieta, sem mais dores, sem palavras que acabam deixando o meu coração em pedaços. Agora prefiro esquecer, do tempo em que você fazia questão de falar comigo, não demorava de responder minhas mensagens, sabia o meu prato preferido e se esforçava para prepará-lo. Pensava bem antes de escolher os meus presentes e quando me entregava sorria tendo a certeza que eu iria gosta. Respeitava a minha “bipolaridade” e percebia quando tinha algo errado na minha vida. Fazia planos para o futuro e eu sempre estava inclusa neles da melhor forma possível, e para sempre. Não media palavras em uma briga, mas sempre sabia o que falar tentando não me magoar. Os seus conselhos eram os melhores e eu precisava deles na maior parte do dia. Sua presença era a única coisa que me acalmava, sua foto no meu plano de fundo do meu computador não me deixava parar de pensar em você. Ligava-me por minuto para ver se eu estava bem ou se precisava de algo. Reclamava das minhas notas baixas e até ajudava a recuperá-las. O seu beijo na minha testa passava um grande respeito, os seus lábios tocando os meus, passavam segurança. A forma que achava tudo normal me surpreendia. Lembra? Nossos filhos teriam a cor do teu cabelo, com os meus olhos castanhos. Nossa casa seria perto da praia, e nosso filho acordaria ás 7 horas da manhã querendo jogar futebol. Você me abraçaria todo final de tarde lembrando-se do que havia me prometido. Eu achei que tinha entendido quando disse que o meu coração escolheu outra pessoa para amar, mas na verdade é com você que eu quero estar. Era tudo perfeito, você, o seu jeito… Até que eu acordei.