Coleção pessoal de alexandrapenso
Tenho uma doença sem cura. O nome dela é "vida". Sei que não sairei dela viva. As vezes vivo como se a "vida" não existisse, sou imortal, auto suficiente e indestrutível: sorrio sem limites, trabalho ininterruptamente e sonho incansavelmente. Também consigo ferir, magoar e ignorar. Sei exatamente quando a "vida" se manifestou em mim, mas não tenho a mínima ideia de até quando conseguirei conviver com ela. Percebi que sou portadora de "vida" há pouco tempo. Vi pessoas amadas morrerem de "vida", algumas de "vida" amarga, outras de "vida" feliz, umas de "vida" ilusória, umas de "vida" curta e outras de "vida" longa. A lição que aprendi com tudo isso é que a minha "vida" tem que ser tratada e seus limites respeitados. A maioria das pessoas com quem convivo está infectada com "vida", não buscam tratamento adequado e acabam por contaminar negativamente aqueles cuja a "vida" está sob controle.
Como pode o perdão perdoar a mentira recorrente? Como pode o perdão alimentar-se da esperança da mudança alheia? Como pode o perdão ser tão cego e inocente? Talvez o perdão só acredite que todos aqueles que ele ama sejam capazes de, em algum momento, serem verdadeiramente bons. Seria o perdão um belo idiota ou simplesmente puro de coração?