Coleção pessoal de AlessandraLeal
Estou construindo a minha história, realizando os meus sonhos...faça o mesmo, não se perca misturando os seus sonhos com os meus, a sua vida com a minha...no final, não será nem eu, nem você, será um nada de algo meio perdido, meio bonito, meio feliz...mas não terá nome, nem forma, nem história que se conte com prazer.
Dúvida
Vou vivendo? Vou seguindo?
Vou mudando tudo? Vou administrando tudo?
É o fim? É o começo?
Ou trata-se apenas do meio...de um caminhar a mais do meio?
Sei lá! Vou seguindo...
O encontro
Em breve ao encontro daquele mar,
Da transparência,
Do arrepio da água fria,
Dos grãos de areia que juntos desenham pegada,
Ao encontro das gaivotas cantoras,
Maresia é cheiro de coisa boa,
De dia farto de risada,
Olhar a linha do horizonte e só olhar,
Ouvir o silêncio e nele, encontrar um barulinho bom
Espuminha branca marcando território,
Parece colarinho de chopp mas é salgada!
Deitar e olhar o céu,
Ver depois das horas,
O rosa pôr-do-sol,
Receber de brinde as estrelas,
Fechar os olhos,
Sentir o clarão da lua,
Dormir e ver,
Tudo recomeçar...
O grande homem é aquele que traz no coração a sua riqueza na mente a sua força e nos atos a sua doçura.
Pequena dança
Uma ciranda alegre,
Saia de retalho que voa,
Brisa que bagunça os fios,
Sapatilha rasteira no piso,
Sorriso de fada,
Giro de tontura,
Roda paisagem, roda,
Até cansar meus passos,
Até secar os lábios,
Instrumentos de madeira,
Soltam o som da pequena dança,
Balança o corpo, balança,
Chão batido,
Poeria que levanta,
Fumaça de areia,
É noite de alegria,
Balança a pulseira de gotas,
Faz dela a percussão dessa dança,
Dança sem medo da hora,
Que aqui só acaba com a aurora.
O que é o amor (Como é o amor?)
Que cara ele tem? Que tipo de roupa usa?
O que gosta de comer? É do dia ou da noite?
Será que gosta de ler? Usa óculos?
Tem fome ou já está satisfeito?
É de verão ou de várias primaveras?
Como ele se comporta quando está com frio?
Como anda atrás da gente? Se é que anda, porque ele pode voar.
O que é o amor?
É branco, é verde, é possível de tocar?
Ele é grande ou pequeno, tem a cara da verdade?
Tem curvas ou é uma linha reta?
Tem cheiro de flor?
Tem gosto de fruta ou de biscoito amanteigado?
A gente escolhe ou é escolhido?
Vem de calça, vem de saia? É salto alto que usa ou rasteira?
Vem da mata, vem do mar? Como é a expressão do seu olhar?
É firme? É doce? É ausente ou tão presente capaz de sufocar?
O que é o amor?
Tem o som do vento ou de rock and roll?
Como é o seu sorriso?
Como passeia pela rua? Pisando forte ou dançando por entre postes?
É rico ou pobre?
O que é o amor?
Se fosse bicho, seria peixe? Seria pássaro?
Se fosse humano, seria homem? Mulher ou criança?
É sábio? É burro?
Mora em casa ou apartamento?
Será que come feijão? Será que toma banho de borracha no verão?
Como são suas mãos? Longas, pequeninas?
Quentes, frias? Sedosas, ásperas?
Será que sabe desenhar ou faz rabiscos sem direção?
Já morou na lua? E numa casa na árvore, morou?
Gosta de usar cotonetes?
Quando se irrita franze a testa? Quando canta é desafinado?
Como é o amor?
É o que usa camisa azul ou o que segura o guarda-chuva?
Está parado na estação ou olha solitário pela janela de um vagão?
E suas palavras, são como sonhos de padaria?
Ele grita para todos ou susurra a um só ouvido?
Faz promessas? Se faz, as cumpre?
É narigudo, esquisito ou belo?
Usa meias furadas? Dorme de lado?
Gosta de brincar de dados?
Tem impressão digital? Será que vota nas eleições?
Prefere caminhar na chuva ou se esconder na caverna?
Que cara tem o amor?
Que tal um encontro?
Eu vou de verde e você “o amor”, leva uma rosa vermelha e segura pelo caule com a mão esquerda.
Se apresenta para mim, me diz como é, me mostra seu rosto, me conta do seu gosto, me deixa saber como você é e dessa forma eu prometo, não te erro nunca mais em nenhum outro encontro.
Fotografar, uma paixão.
Captar para eternidade uma fração de segundo que se desfaria no próximo movimento das nossas pálpebras, guardar de forma física aquilo que a nossa mente apreciou ver, tornar eterno o perecível.
Fotografar é registrar o mundo para que ele não acabe, é tornar mais longo o que de alguma forma se perderia.
Estrela cadente
Por onde anda a estela cadente que eu pedi?
De tão triste não cortou o céu, de tão pequena eu não vi.
Foi loucura ou dispersão? Não sei.
O céu sem as estrelas sempre parte meu coração...
É como apagar da mente os sonhos, mesmo sem intenção.
Que dura é a vida, que nos faz escolher entre todynho e vitamina.
E que bom seria, se assim dessa forma, tão pouco fosse, todas as minhas questões.
Pra que durar pra sempre, se o pra sempre, é sempre demente e nunca o se sente.
Quero então partir hoje se é pra brincar de ilusão.
Quantas pétalas cabem na palma da minha mão?
Quantos sonhos eu ainda abrirei mão?
Quantas vezes me disperdicei por tanta emoção?
O que sobra de mim é tão pouco e tanto que...
já nem sei.
Já nem sei das razões.
Já bem sei das aflições.
Já tentei novas invenções.
Já cansei das minhas intenções.
E a estrela cadente?
Caiu ou se perdeu na imensidão.