Coleção pessoal de albertinaelizabeth
Por essas nossas vidas, juntos:
Andamos
Por aquelas vielas estreitas de Ronn
Atrás de tecidos pras nossas roupas
Cantamos
Naquelas coxias do teatro San Carlo
Entonando plenamente a nossa voz
Comemos
No Bodin, em uma noite morna de verão
Pra comemorar a tua vitória
Amamos
À beira das águas cristalinas em Cadaqués
Onde me amavas pela primeira vez...
Choramos
Em nossa simples e bela casa
Ao primeiro sorriso do nosso filho
Sorrimos
Na Tour Eiffel ao passar por entre os espelhos
E ver a imagem refletida de nós três.
Cuidamos
De toda gente, de toda cor
Naqueles campos que não tem amor
Lutamos
Nas trincheiras de Varsóvia
Tua mão sem me largar
Olhamos
Serenos, em tudo o que vivemos.
Com a paz da certeza de quem pertencemos.
Por essas nossas vidas, juntos.
E inunda-me a mente
Esse ser, presente
Matéria de tantas vidas
Que aqui encontro novamente.
Já logro explicar que o coração meu sente
Todo o passado latente
Te vê por inteiro
Incessantemente.
Ah..
Já não tenho paz, alegremente!
Trago a todo momento e novamente
A vontade de viver
E (te) amar intensamente.
Ela nos diz em segredo aquilo que a voz silencia.
Busco, dentre as sombras desta multidão, lampejos de sonhos em mansidão;
Naquele olhar cheio de dia que o acaso acolheu.
Um Retrato,
Purificação.
Parece marfim:
As curvas dos lábios
O corpo à sombra do ar
E eu a te absorver em mim.
Em minha memória, estampado e
Como dizia uma vez Harry:
Fostes feito para ser amado.
Andar de mãos dadas naquela areia com o mar sem fim,
Sentir o vento, o sol do entardecer e teu sorriso pra mim.
Se de um lado o oceano, do outro o teu olhar,
E naquela imensidão, eu represada em amar.
Quantas luas este brado sustentou-se pra te adorar?
Venho rio a nado em busca só deste teu despertar;
Sigo aquele caminho, sem tua mão forte largar.
Não te pego mais sozinho: tens a mim pra caminhar.
Ao se chocar com aquele olhar.
Não quero esquecer um só detalhe deste dia!
Nublado, ventado, frio;
Mas minha alma incandescia!
O mundo, no relógio a trafegar
Deixava de lado nós dois
Pra o tempo se acalmar
Não percebia ele depois
Que tudo (nos fez achar)
Mal sabe ele onde foi
Ao se chocar com aquele olhar.
Então pegastes minhas úmidas mãos
E teu olhar, dimensionastes ao meu;
Naquele instante o tempo parou.
A fonte das horas secou.
À espreita do que me ias declarar
A minha volta não mais girou
E ao teu céu o meu se direcionou.
Palavras escritas no vento
emanavam da tua boca
para ecoar na eternidade
que se fez aquele momento.
Eu te amo...
E implode no meu ser
Feito canhão de luz
as vidas que contigo vivi.
O relógio volta a contar
Após tudo em torno, acompanhar
Da felicidade em recomeçar.