Coleção pessoal de alanisc

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Quando todos falam ao mesmo tempo e a maioria pensa que é portadora de uma grande mensagem, é melhor calar um pouco.

Entre as muitas vozes, qualquer som vira ruído.

O que quer ser ouvido grita e o grito ensurdece.

Entre surdos gritando o silêncio é a linguagem da lucidez.

O homem criou asas e ganhou o céu. Deixou a gaiola e os outros perplexos: Quanto mais subia menor se tornava diante dos que ficaram. Ele diminuiu, diminuiu, diminuiu e uma hora sumiu. Todos voltaram cabisbaixos. “Sair da gaiola é perigoso. A gente diminui, perde o brilho e um dia desaparece”.

Talvez não sejam as injustiças do mundo, nem a falta de grana.
Não é a corrupção na política, nem o rebaixamento do time, nem a depressão.
Talvez seja só cansaço.
Por que tantos pesos? Tantas pautas? Tantas idéias? Tantas buscas?
Sobrecargas!
Descansam os que descobrem o essencial.

Qualquer pessoa que julga conhecer a verdade absoluta se transformará em inquisidora. Caberá a ela convencer os “errados” e transformar o mundo à imagem e semelhança de suas certezas.

Já reparou? A verdade nunca diz olhe para fora, lá está a verdade. Ela diz olhe para dentro, é aqui que ela está. Nossas verdades só revelam a perspectiva de onde vemos. O que diferencia uma verdade da outra é apenas o ponto onde cada um a descreve.

As grandes coisas são reflexos das pequenas. Sempre.
São as pequenas que importam.
O distraído espantou-se com a velhice no espelho.
Esqueceu-se dos sinais dos dias, assustou-se com o anúncio dos anos.

"Felizes os que buscam sabedoria. Mais do que inteligência, a sabedoria lhes dá capacidade de discernir as palavras, ler os olhares, interpretar o espírito das coisas, e isso não tem preço.

Gratidão é uma dimensão, e manter-se nela já é o suficiente.

Tudo o que fazemos responde a algo que provavelmente nem temos consciência.
Somos pontas de galhos, milhares, milhões, bilhões de galhos de uma árvore enorme.
Cada galho enxerga-se autônomo, mas estão ligados uns aos outros alimentando-se da mesma raiz.

Abundância e escassez são estados mentais. Pensamentos de dádiva, de doação, de amor, produzem abundância, pensamentos mesquinhos, gananciosos, egoístas, produzem escassez. Há milionários escassos, há gente pobre abundante.

O que chamo de certo e errado, meus limites, minha moral, minha fé… Tudo me aponta e não mostra nada além de mim, da minha cultura e de onde estou. Movimento-me um pouco, minimamente que seja, e a perspectiva alterará. Meu universo sempre será exatamente do tamanho dos pensamentos que tenho.

Creio que lidar com a própria fragilidade é uma das maiores experiências humanas.
Em nós a eternidade contrasta com a finitude, a vida, pontuada pela morte, e os mistérios em toda parte. Gosto disso.
É como olhar para o céu a noite e não ter nada a dizer.
Perceber-se insignificante, habitando um planeta perdido no infinito, passageiro, e mesmo assim encantar-se com o que sequer pode explicar.
O encanto, o mistério, a finitude, todas compondo partes do que somos, preenchendo seres tão pequenos com algo que talvez nem caiba em nós.

A maçã cai da macieira e apodrece no chão. Os bichos comeram, a terra absorveu e transformou a maçã em outra coisa. Outra maçã foi colhida do mesmo galho, virou torta de maçã. Nenhuma maçã se perdeu. Nada se perde. Nunca. E a macieira? A macieira continua produzindo suas maçãs. A macieira continuará sendo macieira.

Há sentimentos que não podem vestir-se com palavras. Nesses casos as palavras seriam como roupas apertadas que escondem, modelam, disfarçam. Me refiro aos movimentos interiores que expressam escancaradamente a nudez da alma. Não cabem nas roupas, só podem ser encarados no espelho, nu, e talvez por isso tenhamos tanto pudor em fazê-lo.

Muitas vezes o “algo” que nos falta é justamente o que nos mantém em movimento. É o espaço entre as certezas acomodadas e o descontentamento angustiado.

Mais do que as palavras, é o conjunto do que pensamos. agimos, sentimos e, sobretudo, o reflexo da maneira como nos vemos, que dirá ao mundo quem somos. Mesmo distorcidas, as palavras só refletem uma condição interior. Quando elas estão em descompasso com o que somos, por mais belas e certeiras que sejam, não carregarão significado e, ainda que as pessoas gostem de ouvir, não lhes fará grande diferença. Isso porque não se estabelece diálogo apenas com o ajustamento de letras, nem com a pronunciação de sílabas.
Palavras são apenas elementos acessíveis aos nossos sentidos, que de alguma maneira decodificam sentimentos que não se expressam com voz ou letras. Quando você fala com o mundo, o que o mundo vê é você. Quando aprender a dialogar com o mundo, aprenderá a interpretá-lo.

Acidentes acontecem, desvios nos caminhos são inevitáveis, mas se retirarmos do nosso olhar o julgamento moral, começaremos a experimentar a sensação de viver em paz. Isso porque a paz não é fruto de uma vida estável, longe das surpresas desagradáveis do dia a dia. A paz é fruto de sua disponibilidade mental em entender que, apesar dos pesares, quem dá significado a cada acontecimento é você.

Uma das maiores dificuldades dos seres humanos é aceitar a liberdade. Muitas vezes preferem criar muletas, apoios e não sentirem a vertigem de quem de repente se vê livre. É mais fácil criar amarras para alimentar a sensação de que tem onde se apoiar. Para andar em liberdade há necessidade que comecem a caminhar sozinhos, sem se escorar nas paredes

Você vive o reflexo do que foi feito pelos que viveram antes, mas não é por isso que deixa de recriar seu mundo todos os dias. Não há dia em que você não tenha a chance de se recriar; fazer outras escolhas e começar um novo mundo a partir de você.

Queremos Deus, mas não vemos quem está em nosso caminho. Procuramos vida em outros planetas e desconsideramos a diversidade de vida do nosso. Queremos iluminação e nem sabemos o que é ser humano. Tememos a morte, mas vivemos com pressa, olhando pra fora, sempre a espera de algo que só existe dentro da gente.