Coleção pessoal de aillondias
NOSTALGIA PROPOSTA
Eu canto o Amor
E nestes versos vou propor
Um apelo à nostalgia
De uma paixão fui co-autor
Experimentei aquela dor
Que só quem ama vivencia
Nos lábios senti o esplendor
que brotava em teu interior
e o meu corpo todo envolvia
Num infame dia, tudo acabou!
Mas em mim ainda restou
Um pouco de fantasia
CHUVA DE VERÃO
A chuva começa a cair repentinamente
E eu adoro quando isso acontece
Sem mais nem menos, começa a chover
Pegando todo mundo de supetão
Só eu que não!
De certa forma eu pressentia o sublime momento
E isso me enchia de contentamento...
Contemplo as gotas caindo em mim
Tocando-me suavemente
Mas cessam de repente,
não mais que de repente...
VAIDADE CASTIGADA
Olho no espelho e não me vejo
Oh, maldita maldição que me aprisiona!
Castigo para um ser tão vaidoso como eu
Trocaria a imortalidade
para poder contemplar a minha vaidade
Despedida
Um ciclo se encerra em minha vida
É mais um momento de despedida
Mais uma batalha que por mim foi vencida
Mas chegou o momento da ida
Não esquecerei o que aqui vivi
Os laços de amizade que estabeleci
Sinto, mas devo partir.
SEXTA 13
Um dia como outro qualquer
Mas há quem diga que não é
O que há de errado com o dia 13 do mês
quando cai no dia da semana 6?
Quem vê como um dia sorte
se mantém forte
E uma outra porcentagem
em que se ausenta a coragem,
tudo parece visagem.
Medo pra quê?
Pra que superstição?
Pois outras sextas como esta virão
Mas se vir um gato preto, mude de direção!
COMCISÃO
Era grande
E aqui não ia caber
Com precisão cirúrgica
Cortei o que não me era essencial
E agora podes ver o que sobrou
LEITURA LABIAL
Meu coração pulsa
E em cada batida expulsa
Palavras que não fazem sentido pra ti
Resta a mim te beijar
E com meus lábios te explicar
MELHOR É AMAR
Por que condenas minha forma de amar
Se sequer és capaz de enxergar
Que condenável mesmo é não amar?
SÓIS
Não quero ser como o Sol e nunca quis
Não preciso estar no centro pra me sentir feliz
Não quero ninguém traçando sua órbita ao meu redor
Apenas refletindo e não irradiando luz por si só
O que eu quero é ver todos estrelas anãs
Fulgurando vida em todas as manhãs
CHUVA DE AMOR SEM FIM
Gosto de sentir as gotas deste amor que chove em mim
Amor que é tempestade e, às vezes, calmaria
Esta chuva que lava as minhas tristezas
E faz brotar em mim a alegria
Que molha o meu jardim
Que parece não ter fim...
PENA & PERGAMINHO
Com a pena na mão
Me distancio do chão
E neste pergaminho
Vou descobrindo o meu caminho
Pra onde estou indo agora?
ANEXOS
Eu te vejo e você me vê
E nos unimos num amplexo
E na cama vamos estabelecer
A união do côncavo e do convexo
POLISSEMIA
Se não fizer sentido pra ti
Fará pra mim
Porque surgiu de mim
Não quero te dizer como entender
Não usarei palavras pra descrever
Vou te deixar livre pra interpretar
Pois nada está acabado
Apenas está colocado
Resta a ti significar
CARDIOPATIA
A dor que há em mim
Que me consome a cada dia
Que nos traços de nanquim
A minha pena anestesia
É uma dor que não tem fim
É o estopim da minh’agonia
MULTIVERSOS
Quantos eus há em mim
Habitando em outras dimensões
Alimentados com minhas emoções
Mergulhados em minhas frustrações?
São vários, são infinitos
São universos distintos
Num multiverso irrestrito
DEVANEIO...Nº04
Eu escolhi você
Mas por quê?
Só queria entender
Se bem que isso não faria diferença
Não diminuiria minha querência
Apenas justificaria o meu sofrer
SelvaGens
O gentio virou gente
A nudez virou vergonha
O verde virou cinza
O caule virou concreto
O rio virou asfalto
Tupã virou Deus
A selva continua...