Coleção pessoal de agenciadk
Depois de algum tempo eu aprendi a conviver com a presença de algumas pessoas e com a ausência de outras.
Pessoas irão falar sobre você ao redor do mundo porque você nasceu para ser notícia, sua presença é um evento.
As vezes é necessário andar para frente, e isso significa que em alguns momentos você poderá ter que deixar algo para trás.
Não tenho medo, fecho os olhos e confio em ti, ainda que chegue o inverno, me sinto acolhida. Me sinto forte, já me sinto curada, por ti.
Se você for cair, caia de pé! Não se curve às dificuldades e não tenha pena de si, enfrente, em frente!
Estou pronta.
Para seguir, para sorrir, para me redescobrir, para recomeçar, para voltar a me reconhecer no espelho, para ser feliz.
Não é que eu goste de viver na estrada, é que eu não consigo me encaixar em nenhum outro lugar que não seja nas asas da liberdade.
Eu sou isso que está diante do espelho, não há nada de oculto em mim que eu não possa ver nesse momento e sabe o que eu sinto?
Paz.
s praias lotadas, pessoas sem máscaras, confraternizações sociais com aglomerações e hospitais operando acima da capacidade de lotação. Essa é a vergonha do Brasil, que constará nos livros de história das próximas gerações, no mundo todo. Imagino que deverão incluir imagens das regiões litorâneas do país e a legenda: “O número de mortes se agravou em decorrência da negligência dos cidadãos.”.
É triste.
Com tantas intercorrências ocasionadas pela crise do coronavírus, o Brasil se mostrou um país dividido em muitas partes. Conflituoso politicamente, bipartidário, controverso, guerreiro e individualista.
Decidi me despir, tirar a roupa, esvaziar a mente, arrancar a coroa e lavar o rosto.
Descobri em mim, algo que nem mesmo eu sabia: Eu sou melhor nua.
O tinhoso não vazou do céu por sua identidade de gênero ou por sua sexualidade, vazou por querer o que não lhe cabia.
Julgar os outros não cabe a nós, o trono de juiz é de Deus e não nosso.
O que há de errado com as pessoas, que não enxergam meus limites? O que há de errado comigo, que não consigo impor eles? Porque ninguém me fala nada de um modo que eu possa entender? E eu, fico aqui sentada, olhando para a porta a espera do socorro, ou, do último nascer de sol.
O processo de mudança a qual tenho sido constantemente submetida anda me causando grande desconforto e como se não bastasse ter que viver com minha própria dor, com meu próprio desespero de alma, com minha própria tristeza, ainda tenho que conviver com a cobrança de que eu cresça, que é indireta, porém, constante.
Eu sinto que não entendo o que se passa dentro das pessoas, sinto que não sei exatamente o que esperam de mim, mas também sinto que esperam que eu faça mais, que eu seja mais, que eu realize mais, que eu evolua mais, que eu acerte mais, que eu cresça mais.
Todos estão me puxando para qualquer lado, sinto que não pertenço a lugar algum mais. Perdi minha referência, perdi meu lar, minha família, meus amigos, meus pensamentos, minhas memórias, perdi a mim mesma.
Quando estou com quem me ama, sinto que ainda não estou em lugar algum. Quando estou em algum lugar que amo, sinto que ainda não estou com ninguém.
Eu não sei mais como lidar com esse furacão que habita em mim, não sei mais como conduzir isso tudo, estou tão cansada de mim mesma que a morte me parece até exaustiva, visto que a alma é eterna.
Ando carregando fardos que todos desconhecem, estou sofrendo com meus próprios demônios, encarando minha dor e ninguém está vendo, ninguém me enxerga além da minha saúde, ninguém me vê realmente.