Coleção pessoal de agdayokowo
Gosto de rir dos seus erros e perdôo com mais facilidade os percalços da vida a dois.
O amor pra mim é diversão. Foi o que aprendi com todas as desilusões do passado.
Pelo menos tento.
Quem sabe é pedra, o que tenho do lado esquerdo.
Não sei.
O vale da solidão é cômodo demais pra mim.
E eu me espreguiço.
Me canso.
Me deito.
Me esqueço.
As palavras são concretas demais. Elas permanecem aqui, ainda que os sentimentos passem. Ainda que eles pereçam. Ainda que não façam mais sentido. No exato momento em que as coloco aqui, elas tomam o mundo. Me definem. Me torturam. Me salvam. Me aliviam. Travam uma batalha constante com meus sentimentos que teimam em correr de lá pra cá, como criança traquina. As palavras ficam. Contra a minha própria vontade. Na esperança, de que um dia, quem sabe, voltem a fazer sentido.
Meu pensamento relembra, repassa, recorda cada segundo ao seu lado só pra ver se a dor vai embora... mas ela não vai enquanto você não vem.
Acordar cedo. Ganhar pouco. Ouvir sempre. Calar quando preciso.Ouvir sua voz pelo telefone. Comer moderadamente. Planejar. Chorar baixinho embaixo do chuveiro. Calar minha dor frequentemente.
Sabe, a gente se acostuma sim. E se acostumar quase sempre, machuca.
Por favor, fecha teus olhos, me dê a mão. Faz de conta comigo. Deixa eu sentir tua respiração, teu riso, tua voz. A ausência da ausência. Canta baixinho nossa música enquanto caminha. Faça dessas palavras a minha presença. E espera...
Fecha teus olhos, me dê a mão. Faz de conta que não existe distância. Só pro meu tolo coração acreditar. E pedir à nostalgia que pare de formular regras. Que feche os olhos e sinta. Somente. Cada palavra sua pulsar em minha alma. A dor da saudade me acalma, porque ainda que seja dor, é melhor que a da solidão. Todo medo foi embora, e eu posso respirar enfim.
Por favor, fecha teus olhos, me dê a mão. Faz de conta comigo. Deixa eu sentir tua respiração, teu riso, tua voz. A ausência da ausência. Canta baixinho nossa música enquanto caminha. Faça dessas palavras a minha presença. E espera...
E eu só preciso de você pra me aliviar o cansaço. Pra acalmar meus hormônios e fazer passar a dor da distância. Sim, da distância, essa maldita que nos separa. Que nos tortura. E que nos prova.
Ah, tola distância, eu adoro provar que sou mais!
É, eu vejo pouco a pouco a menina se tornar mulher.
Sabe, dessas de cabelos lisos que balançam ao vento. Dessas, que se pintam. Que se enfeitam. Que se perfumam.
Ela agora olha no espelho e suspira admirada. A garotinha gorda nunca imaginou que ia se tornar uma mulher tão bonita.
Os meus princípios ninguem toma.
As minhas regras sou eu quem faço.
A minha vida sou eu quem dirijo.
Simples assim.
O coração da menina se cansou do mundo, de suas promessas, de suas ilusões.
Agora ele bate devagarinho, cansado, calmo e sereno. Pedindo um pouco de Deus.
É como deitar na rede, olhar o céu.
Debaixo deste mesmo céu, estamos. Este céu que abriga todas as pessoas do coração da menina.
E então, aqui, agora, faz de conta que não existe distância.
E daí, nada mais importa.
As metáforas fazem cosquinhas na sua cabeça.
E seus olhos fazem poesia da vida.
Sem o dever de ser tristeza ou alegria...
Quero saber. Do seu beijo. Seus olhos. Sua voz. Sua boca. Sua nuca. Seu coração. Ah, eu preciso saber. Que dia sua vida topa na minha. Que dia seus olhos seguirão meus passos. E minha imagem existirá em sua mente, em seus desejos, em seus sentimentos.
Quero saber. Do seu beijo. Seus olhos. Sua voz. Sua boca. Sua nuca. Seu coração. Ah, eu preciso saber. Que dia sua vida topa na minha. Que dia seus olhos seguirão meus passos. E minha imagem existirá em sua mente, em seus desejos, em seus sentimentos.
A multidão passa. A passos lentos. Cansados. E a menina insiste em procurar. Reluta em meio ao passado. Contra seus próprios medos.
Insiste em acreditar. Na sua voz calma. Suas mãos. Seu cheiro. Seu sentimento. Sua imagem desconhecida.
E a tua ausência me move.
Mesmo sem saber quem é você...
Eu me acostumei a guardar os sonhos no armário.
A andar calçada ao caminhar.
A adiantar o relógio.
E a sufocar meus gritos.
Normal. As regras. As normas. E os principios.
Tudo metódicamente planejado.
Sempre.
E agora, não sei.
Caminhar de mãos dadas com a sua me assusta.
O que eu quero agora é achar respostas pras lágrimas que caem quietinhas embaixo do chuveiro.
E pra dor que se sente quando se olha para o lado.
Para o silêncio.
Para o espaço ao meu lado enquanto caminho.
E para o telefone que insiste em não tocar.
Eu preciso de respostas, porque meu nome é egoísmo e o centro do mundo é o meu umbigo.
Tem certas coisas que eu tenho medo de escrever.
De escrever e de falar em voz alta.
Porque tenho medo de minhas próprias dúvidas.
E de minhas convicções abaladas.
Tenho medo de perder as certezas que um dia tive...
E de ver meus principios fazerem eco na escuridão.
De perder o chão. ...
Porque no exato momento em que me deito, as dúvidas preechem minha falta de sono.
E me fazem doer a cabeça.
E pedir ao relógio que pare.
Ao mundo que silencie.
E à vida que espere: porque a menina, agora, está perdida...
As palavras não têm sentido.
Não são sentidas pela tela fria.
Nem pelo papel em branco.
Nem ao menos por aquele que as lê.
Não procure sentido, pois não há.
Não há no que se vê.
Não há no que se pega.
Há no que se sente.
No que se vive e se tenta escrever.
Essas palavras são poucas.
São vazias
São frias.
Eu tento juntá-las, tento apenas.
Só porque eu não gosto do silêncio e não consigo suportar guardá-las aqui...
... dentro de mim.