Coleção pessoal de adson_medeiros

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LUGARES

Lugares são perfeitos.
Ali nos encontramos.
Lugares áridos, campinas, mares e montanhas.
Lugares recebem sempre os encontros.
E deles fazem novos encantos.
Se movem em danças, marcadas pelo ritmo dos encontros.
Corações acelerados, almas silenciosas e ternuras em chamas.
Lugares nunca se desfazem.
São eternos, são lembranças.
E nenhum desencontro jamais consegue destruir lugares!
Porque lugares só existem em corações apaixonados.

Quando não se tem aquilo que se gosta é necessário gostar-se daquilo que se tem.

O Primo Basílio

... tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!

Ergueu-se de um salto, passou rapidamente um roupão, veio levantar os transparentes da janela... Que linda manhã! Era um daqueles dias do fim de agosto em que o estio faz uma pausa; há prematuramente, no calor e na luz, uma certa tranqüilidade outonal; o sol cai largo, resplandecente, mas pousa de leve; o ar não tem o embaciado canicular, e o azul muito alto reluz com uma nitidez lavada; respira-se mais livremente; e já se não vê na gente que passa o abatimento mole da calma enfraquecedora. Veio-lhe uma alegria: sentia-se ligeira, tinha dormido a noite de um sono são, contínuo, e todas as agitações, as impaciências dos dias passados pareciam ter-se dissipado naquele repouso. Foi-se ver ao espelho.

É que o amor é essencialmente perecível, e na hora em que nasce começa a morrer. Só os começos são bons. Há então um delírio, um entusiasmo, um bocadinho do céu. Mas depois! Seria pois necessário estar sempre a começar, para poder sempre sentir?

O amor eterno é o amor impossível. Os amores possíveis começam a morrer no dia em que se concretizam.

Que mérito há em amar os que nos amam?

Sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo conduzia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!

É o coração que faz o caráter.

A arte é um resumo da natureza feito pela imaginação.

Quem sem descanso apregoa a sua virtude, a si próprio se sugestiona virtuosamente e acaba por ser às vezes virtuoso.

Os sentimentos mais genuinamente humanos logo se desumanizam na cidade.

Pensar e fumar são duas operações idênticas que consistem em atirar pequenas nuvens ao vento.

O apreço exterior pela arte é a sobrecasaca da inteligência.

Nas nossas democracias a ânsia da maioria dos mortais é alcançar em sete linhas o louvor do jornal. Para se conquistarem essas sete linhas benditas, os homens praticam todas as ações - mesmo as boas.

"A arte existe porque a vida não basta"
verso citado como sendo de Ferreira Gullar e nunca o foi. Ele é que o dizia, sem falar o nome do autor que sou eu. Na forma original o verso é:
"não que a poesia seja arte:
é a vida que não basta".
Jamais o autor foi Ferreira Gullar; são versos finais de meu poema "Zeugma" . Primeiramente publicado à página 13 em "ANTO- Revista Semestgral de Cultura" nº 3, primavera, 1998, Amarante, Portugal. Revista subsidiada por Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Ministério da Cultura, Câmara Municipal de Amarante. Esse n} 3 da revista "ANTO" é uma antologia de poetas brasileiros, em que Ferreira Gullar está presente e eu também.
Peço, por favor, retirar essa indicação errônea de autoria. Será que terei de ajuizar ação para defender meus direitos autorais? Várias pessoas ouviram Gullar dizer esses versos, mas ele jamais os publicou e assinou, porque não são seus.

Ensinaria leitura dos signos para uma boa produção da semiose no intuito provocar uma catarse e empatia para com o outro sem gerar preconceitos, pois toda leitura fora contemplada e resinificada sobre o bom aspecto da resiliência. Gratidão mútua na convivência pela evolução da essência pessoal e dualística.
A fantasia nasce do pensamento em conjunto à imagem, memórias guardadas que ajuda como base à configuração da personalidade onde moram as mais secretas características, traços que determinam uma ação ou pensamentos que estimulam, motivando e ajudando na empatia com o outro.