Coleção pessoal de adrifrases08

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Gosto do outono porque ele é frio suficiente para refrescar o calor...
E é quente o suficiente para aquecer o frio!

Repara que o outono é mais estação da alma do que da natureza.

Não, não ofereço perigo algum: sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro, definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto - se tomada com cuidado, verto água límpida sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto, mas se tocada por dedos bruscos num segundo me estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada. Tenho pensado se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques, embora sempre os tenha evitado aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia, e mesmo assim insisto - meus gestos e palavras são magrinhos como eu, e tão morenos que, esboçados à sombra, mal se destacam do escuro, quase imperceptível me movo, meus passos são inaudíveis feito pisasse sempre sobre tapetes, impressentida, mãos tão leves que uma carícia minha, se porventura a fizesse, seria mais branda que a brisa da tardezinha.

Mas desde que, há duas semanas, uma cigana desvendou as fracas linhas das palmas de minha mão, pouco sossego encontro até em meu próprio sossego: dois amores, ela apontou, um já passado, e com amargura localizei na memória aquele sôfrego estudante, e outro em breve por chegar. Desde então, me desconheço. Abreviaram-se-me as idas ao banheiro para molhar os pulsos e os lóbulos das orelhas, animando a circulação que se me estanca nas veias, por vezes olvido a torneira aberta e surpreendo-me a odiar minhas próprias tranças, as manchas roxas sob os olhos e tudo que me torna assim, fugaz. Mal posso conter um susto investigando o porte de cada homem que se aproxima, em cada esquina que dobro, em cada ônibus que tomo para ir e vir, sinto que busco prometido e me detesto por essa inquietação febril, pelo amor que desconheço e mal consigo supor, tão parca é minha vida de memórias ou medidas. Esforço-me por dar-lhe pinceladas tênues, não me atrevo aos óleos nem aos acrílicos, é nos guaches e sobretudo nas aquarelas que procuro o verde esmaecido de sua tez, mas por vezes alguma coisa se alvoroça e me surpreendo alucinada, incontrolável, a chafurdar em tintas fortes, berrantes cores primárias, formas toscas, símbolos sensuais, e é então que mergulho em banhos gelados no meio da noite para apaziguar a carne incompreensível, fremente qual Teresa d’Ávila, afogada entre lençóis, as palavras da cigana me embalando feito uma berceuse, imagino se não será o próprio Senhor este que se aproxima, e não conheço. Em cada junho, sei que não suportarei o próximo agosto, me debato elaborando aquela futura tarde gris para encontrá-lo - não aqui, entre torpezas, mas numa outra dimensão de luz maior, além de meu próprio corpo, irmão-burro aprisionado pelos instintos, num espaço discreto e contido como eu mesma venho sendo através destas quase três décadas que, álgida, sobrepujei. Sobrevivo a cada manhã quando, cruzando as portas e corredores que me conduzem às ruas intermináveis, imagino sempre que sou invisível para cada um dos que passam. Ninguém suspeita de meu segredo, caminho severa pelas calçadas, olhos baixos para que minha sede não transpareça: ah sou tão morena e magrinha que ninguém me adivinha assim como tenho andado - castamente cinzelada no topo deste morro onde os ventos não cessam jamais de uivar, tendo entre as mãos, como quem segura lírios maduros dos campos, uma espera tão reluzente que já é certeza.

⁠Porque devo enxergar o físico, se posso ver a alma?

⁠Não é da minha conta, eu sei, mas gostaria que você não manchasse seu pulmão.

⁠Há luares assombrosamente irresistíveis.

⁠Algumas vezes um poema é uma pessoa.

Não devo ser como o vento.
E nem deixar a vida me levar.

⁠Humildade ...

O que seria em nossa definição esta palavra e seu significado. Uma simples palavra que encerra um dos defeitos mais graves que muitas vezes insistimos em não usar em diversas ocasiões de nossa vida.

O que na realidade seria a definição de uma pessoa humilde? O que representa uma pessoa humilde?

Precisamos como pessoas esclarecidas e inteligentes que somos, entender que muitas vezes temos a necessidade de ter um comportamento e porque não dizer o cuidado no trato seja com pessoas, seja num contexto de uma conversa, uma reunião de trabalho, um lazer, uma reunião social.

Sempre e muitas ocasiões nos perdemos em palavras e até mesmo numa situação de se valorizar sempre um pouco mais sobre alguém. A capacidade de raciocinar se torna escrava de palavras que na verdade são para engrandecer e valorizar o que somos e o que fazemos.

Entra em ação o orgulho, a vaidade, a soberba, tudo para não nos sentir apequenados e principalmente sermos vistos em segundo plano. Queremos sempre o primeiro lugar, os holofotes, a primazia, os comentários e as opiniões que somos os melhores e que somos o que há de melhor. Nossa postura as vezes nos torna insuportável ao convívio com outras pessoas.

Cabe uma reflexão, que tudo que fazemos dependemos de outro. Tudo se completa, nada somos sozinhos, nada podemos e muito menos somos imprescindíveis como achamos que somos. Nos falta capacidade para compreendermos que fazemos parte de um todo, que cada situação ou eventos de nossas vidas, até os mais simples, seremos apenas uma parte de tudo que está acontecendo, não a peça principal, muito menos o ator principal. Para vivermos precisamos entender que nada somos sem outras pessoas.

A humildade está justamente neste ponto. Entender que por mais que estejamos preparados, nos julgando muitos superiores, outros também são importantes e com isto vemos que todos estão nivelados no mesmo patamar. Portando mesmo que alguns não gostem do que vou falar, mas a constatação é simples.” SOMOS TODOS IGUAIS”.

Humildade é aceitar que por mais que aja diferenças entre pessoas, como escolaridade, conhecimento, riqueza, aparência. Devemos entender que somos iguais e todos dependendo uns dos outros.

Em todas as áreas precisamos de pessoas para que seja executada uma atividade, nada fazemos sozinhos. Precisamos entender que humildade é uma virtude que caracteriza a consciência das próprias limitações, sendo assim, tendo modéstia, sendo simples nas palavras e atitudes.

Embora não queira dizer com isso que ser humilde, signifique um sentimento de fraqueza, ou de demonstrar inferioridade com relação a alguém ou uma situação vivida. Muito menos demonstrando uma submissão, ou um acatamento seja de ordens, ou atitudes ou mesmo pensamentos com relação a uma função ou a uma pessoa.

Humildade é uma pessoa despojada de luxo, de ser o centro dos holofotes, sendo sempre simples nas atitudes e opiniões e muita sobriedade. Isto que importa na realidade.

Marcelo Martins

Guie uma criança pelo caminho que ela deve seguir e guie-se por ela de vez em quando.

Não deixes crescer a erva no caminho da amizade.

Se você encontrar um caminho sem obstáculos, ele provavelmente não leva a lugar nenhum.

A infelicidade é apenas um estágio de superação. Passamos por ela. Apenas passamos! Ela não é um estado permanente.

Recomeçar é mais difícil que começar, por requerer a coragem do início e a superação do fracasso.
Então hoje… arrisque-se!

As pessoas comuns pensam apenas como passar o tempo. Uma pessoa inteligente tenta usar o tempo.

Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.

A personalidade criadora deve pensar e julgar por si mesma, porque o progresso moral da sociedade depende exclusivamente da sua independência.

A meta de uma discussão ou debate não deveria ser a vitória, mas o progresso.

"Gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, consegue mudanças extraordinários."

Se você mudou não diga a ninguém, mudanças não devem ser anunciadas,devem ser notadas.