Coleção pessoal de adrianosoares69
FOME DE AMAR
Eu te amo,
E te amo tanto e de tantas formas,
Que em mim já não mais cabe
O tanto que te amo.
Amo-te com fome,
Com um desejo além de mim mesmo.
Amo-te com tamanha intensidade
Que já não me sou.
E te amo por seres quem és,
Sem retoques, sem máscaras.
E te quero porque te quero,
Sem razão, senão a razão de te amar.
És bela, és doce, és mulher.
Amo-te por tudo isso.
Amo-te porque em ti sou feliz:
Em ti me encontro em quem sou.
Amo-te ainda mais,
Porque se sei que te amo,
É porque em ti e em teu corpo
Aprendi o sentido da palavra amor.
Buscar a felicidade como fora ela uma realidade pronta e acabada é uma empresa fracassada desde o início, porque ela não é uma coisa, uma pessoa, uma situação.
A felicidade é a energia gerada continuamente
pela conquista de si mesmo através da realização na vida dos melhores sonhos, dos mais elevados valores e da empatia com os que nos cercam.
A felicidade brota do amor, das conquistas honestas, da execução de projetos desafiadores e floresce no mais bonito encontro: aquele consigo, em suas dores e mazelas, na aceitação dos próprios limites e derrotas. Tudo isso, no percurso para todos os dias ser a melhor e mais bonita versão de si mesmo!
Faça o seu time pensar grande e
se comprometer com o sonho.
Esteja ao lado, estimule, estabeleça
metas desafiadoras e premie os
que se comprometeram de corpo
e alma. Também não seja complacente
com os que não se esforçaram ou não
se engajaram. A complacência para
uns gera o sentimento de injustiça
nos demais, enfraquecendo os
laços compromissórios que forjam
os grupos vencedores.
Quando alguém diz coisas ambíguas sistematicamente é porque deseja ser ambíguo. A ambiguidade discursiva é a arte de gerar confusão, de promover a dúvida, sempre tendo, porém, uma rota de escape adrede preparada para quando lhe convier, dizendo que não disse o que disse.
NAVEGAR
Navegar é preciso; os navegadores usam astrolábios, bússolas; antes, usavam as estrelas como mapas do caminho.
Aprenderam a ler os sinais e souberam assim para onde ir. Viver não é preciso; não tem linhas retas, não tem predeterminações, não tem os mapas do caminho apontando de modo claro o rumo.
Naveguemos e vivamos. Como precisão e sem precisão, podemos seguir olhando para o mapa, para as estrelas, para os sinais.
Às vezes o céu está nublado, é certo. Às vezes resta apenas o silêncio do céu, a escuridão da noite, e os ventos vão nos levando sabe-se lá para onde. Mas notem vocês: até a precisão da navegação pode sucumbir. Porque as certezas são - eia pois! - incertas, são provisórias em nossas vidas.
Mas há um algo em nós que nos anima a que nunca devamos deixar de olhar para o céu, para a noite... Porque nalgum ponto do breu, há a chance de vermos os sinais, o brilho das estrelas...
Navegar é preciso; viver, precisamos.
Sobre a frase : "Navigare necesse; vivere non est necesse" - latim, frase de Pompeu, general romano, 106-48 aC., dita aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra, cf. Plutarco, in Vida de Pompeu]
ESPERANDO CATEDRAIS.
Se nada há para dizer, seja silêncio. Deixa que as palavras sejam guardadas como velhos objetos que já não decoram adequadamente o ambiente e se tornaram fora de lugar.
Se há a falta, seja o vazio preenchido do que importa. Não se incomode com a ausência se tudo é presença e não há espaços para a solidão. A saudade é também um modo de encontro na alma.
Se há tristeza, submeta-a como fazem os vencedores em uma guerra aos vencidos. Deixa-a prantear-se sozinha até o esgotamento de si e olha para o dia seguinte como a certeza do sorriso que chegará.
Se há saudade, come-a para que não lhe devore. Crava os seus dentes como se cravam na carne de quem se ama, com a mesma paixão e vontade. A saudade nunca será amiga, mas será companheira de jornada até o abraço e o beijo.
Se, por fim, há amor. Seja ele silêncio, tristeza, falta e saudade. Porque sabe ser espera, sonho e certeza. Amor que se constrói como se erguiam as grandes catedrais: a antevisão da obra pronta animava o processo devotado de construção pelos anos e anos sem fim...
MEUS MEDOS
Meus medos dizem quem sou. Contam a minha história, o que em mim é preservação e o que também é sonho, busca e sofreguidão.
Meus medos dizem das minhas perdas, daquilo que me é importante. Falam também sobre o horizonte, as linhas distantes que me chamam e empolgam como o navegador em caravelas, sem a ciência para dominar o que vem depois.
Meus medos são espera, gravidade que me segura e me deixa no eixo onde circulo em segurança. São, porém, a ânsia do voo, a vertigem do abismo que fez Ícaro saltar com suas asas imperfeitas, olhando para o brilho do sol e para a grandeza dos sonhos.
Meus medos sou eu. Meu instinto de sobrevivência, o segundo a menos para pensar, o tempo lento do relógio prudente.
Meus medos, ei-los, na noite escura que se deixa desvirginar pela lua branca, pelos sinais tingindo o céu, mostrando os caminhos que quero percorrer feito coragem, porque a vida vale a pena.
Meus medos, enfim, são autênticos porque eles me dizem: não paralise, não se esconda, não deixe que a vida silencie em você a ânsia do próprio viver. Seja resiliência. Seja gana. Seja luz. Seja a beleza fraterna e generosa do girassol.
Eles, meus medos, se enchem de coragem para ter mais medo e mais superação. Porque - que bom! - meus medos são a coragem que adiei para se fazerem o concreto passo que quero dar no momento adiante. E, passo a passo, sou menos o medo de ontem e mais o sonho do dia seguinte.
BATALHA DE CORPOS NO AMOR
Dá-me o teu gosto, teu cheiro, num momento suspenso.
Dá-me um abraço silencioso, em que só haja o pulsar do coração.
Nada mais exista nesse agora. Só o sentir de almas e corpos.
E mãos que se deixam viajar sem rumo nem pejo.
Dá-me teu olhar. Que ele, em chamas, me esquente o sangue.
Seja sem culpas, sem medos, sem religião nem credos.
Olhar de quem tem fé na revelação daquele instante profundo.
Dá-me tua boca. Faz-me sentir a fome em teu beijo,
O apetite infame do desejo rasgando cada fibra de teu corpo.
Um beijo descortinando o querer sem castidade e sem trégua,
Em línguas devassas e imprudentes, que apontam a perdição do que virá.
Deixa que teus seios se avolumem num abraço grave e constante;
Faze-me senti-los tomados em minha mão sem escrúpulos.
E neste instante delicado, que sejam compreensíveis os botões da tua blusa,
Soldados sem forças para impedir a tomada das torres e cidadela.
E que fartos ante meus olhos, se permitam tragar em demasia,
Sorvidos como fossem morangos maduros saciando um famélico.
E na circunstância indômita, florete já na mão adversária, tudo se permita.
Dá-me, nessa guerra intensa, uma derrota justa, rosto perdido em teus pomares,
Onde sinta o cheiro e gosto de fruta orvalhada por rios que molham tuas planícies.
E me faça morrer de queimadura de primeiro grau, ao invadir teus territórios,
Sem piedadade, em luta corporal insana, desnuda, inopinada.
Seja-me permitida uma pugna até as últimas energias, em que percorra
Todas as tuas instâncias, sem tréguas nem respeito, em idas e vindas profundas.
E assim sendo, que não haja território não percorrido, nem batalha que não tenha sido travada.
Que tua vitória seja absoluta, subjugando meu corpo desfalecido entre tuas pernas.
E num momento de misericórdia, que teu coração de mulher acalante o derrotado,
Tomando-me em teu peito, num último gesto de vitória e piedade.
E assim, em tuas mãos, já dominado, faz-me teu escravo, como espólio de uma guerra consumada.
Deixo-me teu, assim, inteiramente e para sempre, dominado por teus beijos.
(Junho/2018)
Não tenho perguntas para todas as respostas,
porque não tenho certezas que possam traçar linhas precisas entre o que sou e o que sinto.
Não tenho perguntas porque há já respostas:
Sempre que meus olhos caem sobre os seus
Tenho a convicção precisa que apenas sou se neles mergulho.
Não tenho perguntas porque para que respostas?
Se no exato momento em que lhe abraço cessam interrogações, dúvidas e medos?
Tudo se resume àquele instante...
Nem perguntas nem respostas, simplesmente,
Porque naquele encontro de corpos me compreendo:
Nele me deixo dominar apenas para poder no ato de entrega me achar completo em você.
NÃO ME NEGUES
Não me negues o gosto da tua boca, que a minha carece sempre dos teus beijos.
Não me negues a tua voz de acalanto, que meus sentidos todos te escutam.
Não me negues estar em minha vida, que ela se esvaziaria sem a tua presença e sincero desejo dos teus carinhos.
Não me mates a expectativa das tuas palavras de amor, já expressadas timidamente no olhar;
Se matares for, que seja com a ira das tuas unhas rasgando a minha carne e o sufocar do meu pescoço aprisionado em tuas pernas.
E me mate de mil mortes, se preciso for, me sepultando em teu ventre sem piedade ou misericórdia, após ter me perdido nos percursos das tuas sardas...
Deixa eu olhar os teus olhos. Sem pressa, que possa me encontrar neles. Deixa que possam eles me tomar, como fossem um ébrio a um último gole ainda pendente no copo.
Se for possível, deixa que meus olhos se iluminem nos teus, brasas vivas que consomem a minha alma com a intensidade das tuas chamas. Deixa, assim sem relutância, que esse encontro seja íntimo, como são íntimas as declarações de amorsussurradas ao ouvido, com ditos sem qualquer acanhamento ou vergonha.
Se fores amiga, demasiadamente amiga, deixa que a minha boca repouse na tua, em um encontro sensível, já pronunciado pelo abraço antecipado do olhar.
E, se amiga fores, de fato, que não mais seja, porque não a quero assim, mas mulher, que é o que tu és, desde sempre, desde que meus olhos viram as tuas formas, a tua boca alargada pelo sorriso, a tua blusa denunciando teus seios, as tuas ancas sem excessos ou perdas, as tuas formas femininas, enfim...
Mas não silencia... Tua voz doce, às vezes agitada, me invade. Deixa que as palavras não calem. Pouco se me dá o que dizem elas; quero é ouvir o timbre, a suavidade ou - amiúde - a pressa ansiosa, o enlace da tua voz. E só. E nada mais.
Ah, tu pensarás, mas o que quer ele de mim? Já não me conhece tanto? O que há de novo para tantas palavras de amor? Eu, então, acho graça nessa hora. Tu não sabes o que quero? Quero-te! Quero-te inteira, desde o cheiro que teu corpo exala até os sons que meus ouvidos não cansariam de ouvir em teus momentos de entrega, quando - aí, sim - nem palavras ao certo há, senão dizeres cujo sentido é o sem-sentido do momento profundo.
Deixa eu olhar os teus olhos novamente. Deixa que eu queira um dia encontrar neles a satisfação consumada, a paz do pós-guerra, o sonho realizado à espera do que virá. E nesse olhar, deixa que minha boca te diga: amo-te! E amando, assim, que haja um dia o repouso da alma e do corpo, que possa vir o sossego saciado e que o coração bata forte, como se batesse por duas vidas.
05.06.2018
Tu tens dúvidas sobre quem és? Temes pelas consequências da tua fé, dos teus sentimentos? Sentes faltar-te força e resiliência? Olha-te no espelho. Pergunta-te o que queres para a tua vida: ser escravo das circunstâncias ou livre para semear novas terras sob novo sol? E da resposta que obtiveres, saberás se tu és digno de seres quem és; se a tua vida é uma dádiva ou um peso; se a felicidade que buscas é um sonho a ser conquistado ou apenas a confirmação da tua indolência e covardia para seres, enfim, tu mesmo.
Quando todos lhe disserem que não vai dar certo, mas você tem a sensibilidade e a coragem para fazer a diferença, aja, assuma os riscos. As histórias de sucesso são sempre pautadas na coragem de fazer o certo, mesmo contra a opinião dos que não enxergaram o que você anteviu. O importante, quando se está em equipe, é fazer com que os outros, mesmo não vendo, mesmo com receio, se disponham a lutar pelos sonhos despertados pela sua atitude inspiradora. Liderar é justamente suscitar sonhos a serem alcançados coletivamente.
Se não tens palavras, cala-te. Se não tens ideias, escuta e aprende. Se não tens atitudes, inspira-te com quem as têm. Sê melhor a cada dia; busca-te. E se nas buscas te perderes, acalma-te. O tempo sempre acolhe a quem acordado está. E sigas em frente como seguem os que querem algo da vida. Não tenhais medo, não tenhais culpas, não tenhais angústias. Vás aonde te levam os passos teus, amparados em tuas buscas, repleto de sede de felicidade, que não se encontra como as águas do rio, porém se constrói como os jardins tratados por jardineiro zeloso.
Cedo aprendi que as buscas que valem a pena ferem, machucam. Mas nos fazem mais fortes e nos tornam pessoas melhores. Porque nos desinstalam.
A ignorância é ousada, no mais da vez, porque se refestela ao depois de qualquer leitura e, empanturrado, o ignorante arrota qualquer dizer acaciano como sabedoria desde já irrefutável pelo argumento categórico final: - Esse é o meu ponto de vista!
Quando perseguimos um sonho que vale a pena temos que ter foco, fazer a travessia por mais dura que seja. Sonho que merece ser sonhado é aquele que nos desafia a dar o melhor das nossas forças, nos fazendo maiores e melhores do que somos.
Entaramelar palavras soltas quando se quer dizer de um único jato o que vai no coração; tartamudear os sentimentos mais íntimos que tomam a alma inteira. Há momentos em que as palavras tropeçam porque são pobres para veicular a grandeza do que grita em nós. E nesse instante, melhor o silêncio, os gestos às palavras, o olhar ao dizer. As expressões cedem lugar ao beijo, ao abraço, ao sorriso terno... E no momento em que corpos se fundem na entrega de almas tudo está dito, tudo revelado. E resta a respiração ofegante e o sorriso comum nos lábios que se deram.
Deixas eu sorrir o teu sorriso e chorar todas as tuas lágrimas. Deixas eu olhar a vida pela luz dos teus olhos, caminhar os teus passos, sabendo que eles levarão sempre para os nossos sonhos.
Deixas que as tuas mãos estejam ao meu alcance; permitas, sem mais, que o teu corpo me acolha e que os teus braços me dominem, não pela força física, porém pela firmeza dos teus sentimentos e fervor da tua paixão.
Digas o que quiseres dizer; ouço-te mesmo quando não possuas razão, mesmo não concordando, mas com o coração aberto para te acolher e mostrar-te, aos poucos, as razões pelas quais dissentimos. Sim, tu saberás construir comigo uma relação de respeito, em que as palavras sejam amigas e revelem, sem pejo algum, o que sentimos um pelo outro por toda as nossas vidas.
Vem ser minha mulher. Vem ser a chegada do caminho, o equilíbrio que preciso, o carinho que acalma, o silêncio que fala as coisas mais lindas da compreensão. E sendo assim quem és, faze tu o que quiseres de mim.
ERA PARA SER...
Era para ser como o encontro do rio com o mar. A convulsão do encontro antes da calmaria profunda, que é a vocação dos amantes.
Era para ser como um sorriso aberto, largo, pleno, do que se deixou encantar pela entrada dos olhos, pelo que se viu esperado e achado entre as esquinas da vida.
Era para ser como a estrela primeira a brilhar, quando a tarde começa a dormir e a noite lhe toma o lugar e ilumina o céu com o descortinar das estrelas.
Era para ser como um sonho bom, que deleita o sono profundo e faz com que o acordar seja pesaroso e triste.
Era para ser como a alegria de um momento que se eterniza em nós, para além do tempo e das vicissitudes da vida.
Era para ser... E ao não ser, tanto se perdeu, tanto ficou por ser vivido e feito. E restou o sorriso que não veio, o olhar que não brilhou, a estrela que ficou submissa às nuvens, a alegria que não se viveu.
E a vida seguiu assim, como uma nau sem velas, levada pelo fluxo das marés, sem ter sonhos para sonhar e terras novas a descobrir.
E veio o tempo... E ao olhar para trás, tudo era apenas a ausência do que não foi. E o viver - esse dom maravilhoso - ficou como um projeto não realizado, um passar de dias sem sentido e sem fé. E tudo era nada, e tudo era desilusão, e tudo era a certeza dos erros das dúvidas e dos medos.