Coleção pessoal de 99561913453
Tenho uma coisa pra contar
Porém não sei se eu devia
Talvez você nem contaria
Se eu tivesse em seu lugar
Por muito te considerar
Também não quero nada em troca
Não sou de conversar Potoca
Mas como a gente é colega
O fofoqueiro não sossega
Enquanto não conta a fofoca.
O vício é contra gotas
De um elixir de veneno
Igual um café pequeno
Tomado em colher de chá
É corda de se enforcar
Com laço de marinheiro
O vício faz Prisioneiro
Sem paredes para confinar.
O elemento que mantém-me aceso
Inspira-me do veículo temporal esmaga- me na camada sideral
Pois nú ainda permanecerei preso.
Das altas camadas fui expelido
Para larva embrulhada de vida.
Capa onde nascem as feridas
Frestas que engolem os fluídos.
O meu canto tem sotaque nordestino
Esse oxe, visse! é muito arretado
Neles ando sem pantim amorcegado
De bigú desde os tempos de menino.
A densa noite cobriu-se de chuva
Que alagaram ruas e vielas
Vestido negro, assim como uma viúva
Saiu trancando portas e janelas.
Silenciosa a velar mistérios
Que na Cristalina luz do dia não existe
E vão seguindo com semblantes sérios
A chuva, a noite e o instante triste.