Coisas que Voce Aprende depois dos 40
A borboleta, depois de esvoaçar muito em torno de mim, pousou-me na testa.
Consigo suportar a ideia de que poucas horas depois que eu morrer, os vermes comerão meu corpo, mas estremeço ao imaginar professores criticando minha filosofia.
Era malcriada demais, revoltada demais, embora depois caísse em si e pedisse desculpas.
Duas vezes se morre:
Primeiro na carne, depois no nome.
Os nomes, embora mais resistentes do que a carne, rendem-se ao poder destruidor do tempo, como as lápides.
Se a um espelho e depois a outro,
pergunto se tudo vai bem
não é por vaidade:
procuro o rosto que tinha
antes do mundo o transformar”.
" Morrer pertence à vida, assim como nascer. Para andar, primeiro levantamos o pé e, depois, o baixamos ao chão (...) Algum dia saberemos que a morte não pode roubar nada do que nossa alma tiver conquistado, porque suas conquistas se identificam com a própria vida."
Para onde vão os trens, meu pai? Para Mahal, Tamí, para Camirí, espaços no mapa, e depois o pai ria: também para lugar algum meu filho, tu podes ir e ainda que se mova o trem, tu não te moves de ti.
Se me abandonar, ainda vivo um pouco, o tempo que um passarinho fica no ar sem bater asas, depois caio, caio e morro.
"Sem muita frescura, sem muito desgaste, sem muito discurso. Tudo o que a gente quer depois de uma certa idade, é ir direto ao assunto."
É preciso antes saber, depois esquecer. Só então se começa a respirar livremente.
Estou sempre interessado na coisa certa no momento errado. Eu deveria só me interessar depois que não estou mais interessado.
Está limpo. Sem ironia. Sem engano. Amanhã, depois, acontece de novo, não fecho nada, não fechamos nada, continuamos vivos e atrás da felicidade, a próxima vez vai ser ainda quem sabe mais celestial que desta, mais infernal também, pode ser, deixa pintar. Se tiver aprendido lições (amor é pedagógico?), até aproveito e não faço tanta besteira. Mas acho que amor não é cursinho pré-vestibular. Ninguém encontra seu nome no listão dos aprovados. A gente só fica assim. Parado olhando a medida do Bonfim no pulso esquerdo, lado do coração e pensando, pois é, vejam só, não me valeu.
Trabalhou para viver; depois, ainda para viver, porque o coração também necessita de alimento, amou.
A força de um ato
Dura o tempo exato
Para ser compreendida
Depois disso é bobagem
Vira longa-metragem
Por acaso estendida
Fora o essencial
Nada mais é natural
Vira apenas suporte
Pena a vida não ter corte
Nunca se pode dizer até onde esse caminho nos levará; cede-se primeiro em palavras e depois, pouco a pouco, em substância também.
Não sei se primeiro fomos amigos e depois nos amamos, mas porque nos amamos, seremos sempre os melhores amigos!
Gemeu baixinho cansada e depois pensou: o que vai acontecer agora agora agora? E sempre no pingo de tempo que vinha nada acontecia se ela continuava a esperar o que ia acontecer, compreende?