Coisas Novas
As necessidades políticas e sociais dos seres humanos sendo repensadas, não segundo um padrão de conduta social quotidiano, mas segundo um padrão de conduta estereotipada pelos personagens e pelas estórias realizadas dentro da artificialidade dos meios.
O desejo de o povo buscar uma exteriorização de sua própria
imagem num meio de comunicação, ligado mais à imagem, principalmente da televisão, é um fenômeno criado a partir de um vácuo das sociedades pós industriais que, desde a revolução industrial na Inglaterra despertou no ser
humano a necessidade de se exteriorizar para se autoprojetar.
Hoje, buscando
no infinito do mundo das novas tecnologias, essa necessidade se intensifica como forma de recuperar a capacidade lúdica enlatada pela fabricação em massa e em série dos comportamentos herdados por essa nova fase robótica e capitalista retórica.
Há uma visão estereotipada na sociedade do que seja política.
Sempre se pensa em política como algo vinculado aos gabinetes públicos,
partidos, agremiações políticas ou sindicatos e, pior ainda, existe a convicção de que as pessoas que fazem política são somente aquelas ligadas a esses órgãos de representação popular, jurídica ou pública.
Segundo alguns estudiosos de comunicação, a política não se
faz na arte, a não ser quando a arte tem caráter ideológico; há preconceitos, às vezes por parte dos mesmos, em contextualizar novelas, filmes, livros ou desenhos animados como obras políticas. Veremos que elas, mesmo os desenhos animados e as histórias em quadrinhos (que parecem serem obras ideologicamente inocentes) nada têm de inócuo, pois são muitas vezes impregnadas de características de cunho político.
Obras artísticas em geral,
mediadas ou não pelos meios de comunicação e pelas novas tecnologias, são elementos de formação política, de maneira direta ou indireta.
Isso até pode agredir artistas de esquerda engajados, mas,
mesmo os que se propõem a ser alternativos, têm que aceitar a realidade de que cultura e arte são mercados, são serviços, são produtos disponíveis no mercado. Até os alternativos formam uma facção de produtores diferenciados,
e mais do que nunca, na era da informática, cultura e informação são armas de sobrevivência dentro do mercado, tanto artística quanto profissionalmente.
Até os alternativos formam uma facção de produtores diferenciados, e mais do que nunca, na era da informática, cultura e informação são armas
de sobrevivência dentro do mercado, tanto artística quanto profissionalmente.
Cercados por “fetiches” e conceitos rudimentares em relação ao que seja política, alguns estudiosos de comunicação e profissionais da área
dizem que não estudam ou fazem política em suas atividades profissionais e, pior ainda, afirmam que não fazem política porque não se envolvem em política de militância ou de representação sindical, que são apolíticos por serem apartidários, sem filiações em partidos políticos.
A epiderme de todos os estudos humanos é o tecido social, porque está abaixo das cicatrizes da vida humana.
Debaixo de todas as máscaras socioculturais, como arte, cultura,
tecnologia, mercado, comportamento, modismo, religião e outras, a política
vai sempre ser encontrada. E como se a política fosse um ralo por onde tudo
deságua.
Obviamente, nem sempre a questão política ocorre em via direta
como nas produções de filmes em série sobre questões da guerra realizados
por exemplo nos períodos da Primeira e da Segunda Guerra; nem sempre
vão ser desnudadas aos olhos do receptor. Ao contrário, na maioria das
vezes, passam de forma sutil, são sedutoras por outras maneiras, e não
precisam de manifestos para se manifestar, nem de operários nem de
políticos tradicionais.
Hoje, quando se discutem as influências que as novas
tecnologias de comunicação exercem na vida política, tanto na partidária
quanto na social, em escala planetária, parece que estamos falando de algo
completamente novo e que ocorre fora da sociedade, do corpo econômico e
das relações políticas. Em parte estamos falando de algo novo mas, por outro lado, isso nunca teve um significado histórico tão profundo
As novas tecnologias de comunicação são objetos de poder. A história dos meios de comunicação sempre esteve aliada à história política mundial ou local, desde a invenção dos primeiros meios de comunicações impressos: livros e jornais.
Os meios de comunicação, por sua vez, interferem em todos os âmbitos da vida pública, familiar e das comunidades, interligando às partes um todo desconhecido.
Quando os meios de comunicação passam a ser elementos de
formação política, temos que ver que isso faz com que sejam também
modificados todos os contextos políticos, bem como a historicidade da
humanidade, enquanto agentes próprios de suas ações históricas.
Depois, com a invenção da televisão, o rádio perdeu a força de sua influência, permitindo que o novo veículo de comunicação se tornasse a
“toda-poderosa” máquina de influenciar a sociedade, aquela que faz com que
os parafusos de uma estrutura engrenem sem que se perceba que estão engrenando.
Todas as tecnologias juntas, redimensionadas, melhoradas e
ampliadas. Isso é permitido entre tantas coisas, tornando a comunicação
planetária e não somente local, com o advento da Internet.
Essas novas tecnologias de comunicação são, portanto, uma amálgama de tudo o que o homem já inventou até hoje para se comunicar com seu semelhante, de forma dinâmica, moderna e sofisticada.
As novas tecnologias de comunicação em si não têm a capacidade e o poder de influenciar as pessoas, pois elas são tão somente artefatos de comunicação; o poder é construído por um discurso
comunicativo, e esse discurso é que deve ser analisado, porque ele nunca
pode ser neutro.