Coincidência
Você não pode atribuir grande significância cósmica a um simples acontecimento mortal. Coincidência. É o que sempre é. Nada mais que coincidência. Milagres não existem, e essa coisa do destino também não. Nada tem que acontecer.
A coincidência, o “se” e a sorte, foi o homem que inventou para se convencer das coisas que ele não tem capacidade e competência para poder explicar.
- Eu não acredito em coincidência, acredito em destino.
- É mesmo? Eu também.
- Nossa, que coincidência!
É brutal coincidência? Os que são contra a proibição jamais terem sido alvo de biografias-não-autorizadas? Ou é engano meu? Hein? | 00663 | 15/10/2013 |
" Quando Deus te mostra de novo o que o tempo te fez esquecer, não é mera coincidência. Isso se chama destino"
Efê(mera-coincidência)
Observei-me por outros olhos
diferente superficialmente
a palavra em minha mente
era como verbos andarilhos
-azul aparenta ser o mar
o céu adora espelhar-
Mesa ao ar livre, céu estrelado
fumantes embriagados
sem ninguém ao lado
corações abandonados
Corpos e olhares mundanos
atraindo-se pela beleza irreal
dos lábios profanos
que prezam fé ideal
-aqui dentro desaparecia
a vontade de conversar
e a pessoa não ser fútil, tai! se distinguia-
Me achei lá, como uma peneira a buscar
o que de melhor eu puder guardar
vida insana
noite arcana.
-vi tudo como um mero esboço
manequins de uma vitrine
nenhum aposso-
palavras andarilhas
abracei-as com toda força
sem armadilhas:
não há forca.
-pessoas só
me fazem pensar
no verdadeiro sentido de amar.-
trechos de sinônimos me olhando
substantivos me embriagando
me achei versificada no fim
belo exemplo de mim.
Nando, traga a conta.
é muita fumaça
dentre esta efêmera raça.
Triste era ter que conviver com a coincidência rotineira dos finais de tarde, quando ia embora para casa depois de dias longos — e todos eram. Era sempre pôr-do-sol.
— É quando a gente se sente mais solitário do que nunca.
Essa era a explicação de Aurora. Mas o que eu acredito é que ela era uma pessoa realmente solitária, independente dos ponteiros do relógio e da posição do sol. Se apegava à qualquer chance de bater um papo com algum dos colegas de trabalho, mas o que me parece é que por lá ela não era das mais interessantes para conversar.
Se segurava firme ao ver o tom alaranjado do céu quando o sol ia se despedindo. Há algumas estações, esse era o seu momento preferido de todo o dia. Os pôres-do-sol eram seus bons acompanhantes. O sol continua indo embora ao final de cada dia, mas ela, essa menina de quem falo, parece ter tomado um rumo inesperado até por ela própria.
Em um de seus piores dias, olhou para o céu ao cantarolar suas velhas canções tolas e apreciou melancolicamente a revoada que, assim como ela, atravessava as ruas da grande cidade ao final de mais um dia de trabalho. Desejou ser um deles. Parou em meio à calçada, e mirou com seus olhos ingênuos seus próprios pés. Por que diabos eles tinham de ser mais como raízes do que como asas?! Era justo, meu Deus? Era justo que essa menina, tão pequena e leve como pássaro e tão sutilmente grande em sua essência, fosse privada de voar? Estava fatigada da calçada dura e fria sob os seus pés. Queria mesmo era o vento forte arrastando seus cabelos vermelhos e machucando com carinho a sua pele cheia de sardas. Onde é que estava as asas dessa menina, quando o que ela mais precisava era voar para longe? Por qual trilha imunda haveria de ter caído suas penas, afinal?
E em invernos mais amenos, Aurora tinha descoberto que, se andasse com certa pressa, olhando as nuvens ao invés do chão, poderia ter a sensação de voar. Sua descoberta, porém, fora útil apenas por alguns segundos, já que a menina tinha pavor de não saber onde pisava. Era por isso que sempre mirava o chão. Era por isso que tinha aquela postura cabisbaixa tão questionável — não era tristeza, como diziam. Era medo. Medo de cair.
Tola! Mas que menina tola! Era por isso que não tinha asas. Era por isso que não podia voar junto dos pássaros que sobrevoavam sua cabeça a cada dia. Não é permitido se deixar levar pelo medo quando a ambição é tão grande como voar. Ah, se tivesse apressado os passos, se tivesse aberto os braços e mirado as nuvens… menina, você teria voado para longe! Você teria virado pássaro.
Os sofistas da nova era são apenas a coincidência do lamento de hoje estarem no poder por ser a representação do mesmo para uma classe de incrédulos que se quer param para imaginar que a armadilha que montaram contra a si próprios surge pela incapacidade de muitas vezes parar para pensar que na sua correria uma decisão pode mudar todo o destino da sua vida