Frases de Clarice Lispector de reflexão

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Quando eu era pequeno pensava que de um momento para outro eu cairia para fora do mundo.

Clarice Lispector

Nota: Nota escrita por Clarice em um dos parágrafos do livro "A hora da estrela".

A moralidade. Seria simplório pensar que o problema moral em relação aos outros consiste em agir como se deveria agir, e o problema moral consigo mesmo é conseguir sentir o que se deveria sentir? Sou moral à medida que faço o que devo, e sinto como deveria?

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Clarice Lispector
Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

Nota: Trecho do conto Felicidade clandestina.

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– Você tem paz, Clarice?
– Nem pai nem mãe.
– Eu disse “paz”.
– Que estranho, pensei que tivesse dito “pais”. Estava pensando em minha mãe alguns segundos antes. Pensei – mamãe – e então não ouvi mais nada. Paz? Quem é que tem?

Clarice Lispector
Moser, Benjamin. Clarice, uma biografia. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

Nota: Entrevista a Marisa Raja Gabaglia, em 1973.

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Depois que descobri em mim mesma como se pensa, nunca mais pude acreditar no pensamento dos outros.

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Crônica As negociatas.

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Será que isto que estou te escrevendo é atrás do pensamento? Raciocínio é que não é. Quem for capaz de raciocinar – o que é terrivelmente difícil – que me acompanhe.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por portalraizes

Eu fingi por orgulho que não doía, eu pensava que fingir força era o caminho nobre de um homem e o caminho da própria força. Eu pensava que a força é o material de que o mundo é feito, e era com o mesmo material que eu iria a ele.

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.

Nota: Trecho da crônica Uma ira.

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Parecia-lhe que havia cometido um crime e que comera um anjo e, porque acreditava, eles existiam.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Apenas isso: chove e estou vendo a chuva. Que simplicidade. Nunca pensei que o mundo e eu chegássemos a esse ponto de trigo. A chuva cai não porque está precisando de mim, e eu olho a chuva não porque preciso dela. Mas nós estamos tão juntas como a água da chuva está ligada à chuva. E eu não estou agradecendo nada.

Clarice Lispector
Onde estivestes de noite. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por portalraizes

Um meio de obter é não procurar, um meio de ter é o de não pedir e somente acreditar que o silêncio que eu creio em mim é a resposta a meu – a meu mistério.

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por leticiaroseira

E poucos suportam perder todas as outras ilusões. Há os que se voluntariam para o amor, pensando que o amor enriquecerá a vida pessoal. É o contrário: amor é finalmente a pobreza. Amor é não ter. Inclusive amor é a desilusão do que se pensava que era amor.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Atualidade do ovo e da galinha (II).

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Inserida por biancavasconcelos

Tão difícil tomar as coisas que haviam nascido bem dentro dos outros e pensá-las.

Clarice Lispector
O lustre. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por pensador

Às vezes quase aproximava de um pensamento porém jamais o alcançava embora tudo ao redor lhe soprasse o seu começo.

Clarice Lispector
O lustre. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por pensador

Fiz da língua portuguesa a minha vida interior, o meu pensamento mais íntimo, usei-a para palavras de amor.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Esclarecimentos – explicação de uma vez por todas.

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Inserida por pensador

Todos nós que escrevemos estamos fazendo do túmulo do pensamento alguma coisa que lhe dê vida.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Declaração de amor.

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Inserida por pensador

⁠O mar é impossível de se acreditar. Só o imaginando é que se chega a ver sua realidade.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por pensador

Escrever pensando em leitor é bobagem. Leitor não existe.

Clarice Lispector
Gotlib, Nádia B. Clarice: uma vida que se conta. São Paulo: Ática, 1995.

Nota: Trecho de entrevista com Ziraldo, em 1974.

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Inserida por pensador

Tão poderosa que imaginava ter escolhido os caminhos antes de neles penetrar – e apenas com o pensamento.

Clarice Lispector
Perto do coração selvagem. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.
Inserida por pensador

Eu agora sei pensar em nada. Foi uma conquista. Não pensar significa o contato inexprimível com o Nada.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 2015.
Inserida por pensador