Clarice Lispector (1920 - 1977) continua sendo uma das mais célebres e amadas escritoras da literatura nacional.
Décadas depois da sua morte, Lispector ainda é um dos nomes literários que despertam mais interesse do público. Se você quer mergulhar na escrita da autora e não sabe por onde começar, confira as nossas sugestões:
1. A hora da estrela (1977)
A hora da estrela é uma das obras mais conhecidas da autora, narrada por Rodrigo S.M., um escritor fictício. A história gira em torno de Macabea, umajovem nordestina que se muda para o Rio de Janeiro, procurando uma vida melhor.
Ela trabalha como datilógrafa e encontra no rádio uma companhia para seus dias. Seu destino se transforma no dia em que resolve consultar uma cartomante.
2. A paixão segundo G. H. (1964)
Esta é uma das obras mais enigmáticas da autora. O livro apresenta o monólogo da protagonista, identificada apenas pelas iniciais G.H., o que lhe confere um certo anonimato, como se pudesse ser qualquer um.
Após demitir a empregada, a mulher vai até o antigo quarto para limpá-lo e se depara com uma barata, que acaba esmagando. Esse simples acontecimento desencadeia um turbilhão de pensamentos e questões existenciais.
3. Perto do coração selvagem (1943)
Lançado em 1943, foi o romance de estreia de Clarice, escrito quando a autora tinha apenas 20 anos. No livro, já se nota o seu tom intimista.
A trama foca na vida interior de Joana, uma jovem órfã, acompanhando sua infância e sua vida adulta. Ao longo da narrativa, a protagonista busca sua identidade e é perseguida por dúvidas existenciais.
4. Laços de família (1960)
O livro é composto por 13 contos que retratam cenários cotidianos da vida carioca, tecendo críticas à classe média da época.
Os personagens parecem ter epifanias em momentos banais, com posturas angustiadas e solitárias. Sob uma capa de normalidade, as histórias revelam protagonistas acorrentados pelas convenções sociais, como no conto "Amor".
5. A legião estrangeira (1964)
Os 13 contos que compõem o livro abordam temas variados como infância, família, velhice e solidão.
A obra reúne alguns textos soltos, que a autora nunca tinha publicado, como o conto "Viagem à Petrópolis" que escreveu quando tinha apenas 14 anos.
6. Felicidade clandestina (1971)
Felicidade clandestina reúne 25 textos escritos ao longo da vida de Clarice, ambientados nas décadas de 50 e 60. Alguns eram inéditos, enquanto outros já haviam sido publicados como crônicas.
Acredita-se que algumas narrativas podem ter um caráter autobiográfico, como o conto homônimo, que fala sobre uma menina, sua paixão por livros e a crueldade da infância.
7. Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres (1969)
O sexto romance de Lispector fala sobre a ligação amorosa entre Loreley e Ulisses. Ela é uma professora primária que se muda para o Rio de Janeiro e conhece, durante uma carona, o professor de filosofia.
Juntos, os dois embarcam num relacionamento, conhecendo os seus desafios, mudando e se descobrindo.
Clarice Lispector: bibliografia
Romances
- Perto do coração selvagem (1944)
- O lustre (1946)
- A cidade sitiada (1949)
- A maçã no escuro (1961)
- A paixão segundo G.H. (1964)
- Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres (1969)
- Água viva (1973)
- A hora da estrela (1977)
Contos
- Alguns contos (1952)
- Laços de família (1960)
- A legião estrangeira (1964)
- A felicidade clandestina (1971)
- A imitação da rosa (1973)
- A via-crucis do corpo (1974)
- Onde estiveste de noite? (1974)
- A bela e a fera (1979)
Crônicas
- Visão do esplendor (1975)
- Para não esquecer (1978)
- A descoberta do mundo (1984)
Livros infantis
- O mistério do coelhinho pensante (1967)
- A mulher que matou os peixes (1969)
- A vida íntima de Laura (1974)
- Quase verdade (1978)
Correspondências
- Correspondências (2002)
- Minhas Queridas (2007)
Sobre Clarice Lispector
Nascida na Ucrânia, numa família russa de origem judaica, Clarice veio para o Brasil com os pais logo na primeira infância.
A autora cresceu no nosso país e se naturalizou brasileira, vivendo em vários locais como Maceió, Recife e Rio de Janeiro. Pela sua literatura intimista e psicológica, e também pela sua figura charmosa e enigmática, conquistou os corações da crítica e do público.
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