Citações Paixão
Eu sempre gostei de conversar com pessoas mais velhas. Há uma sabedoria nelas que não se encontra nos livros de autoajuda ou nas palavras repetidas de coachs modernos. É algo que não pode ser comprado, mas vivido. Hoje, ouvi um senhor de 101 anos dizer, com a voz serena e o olhar carregado de uma vida inteira, que o "ontem é história, o amanhã é um mistério, e o hoje é presente." Ele disse isso com uma simplicidade que me tocou profundamente, antes que seus olhos se enchessem de lágrimas, como se aquele pequeno ensinamento fosse a chave de sua própria jornada.
Parece uma frase comum, uma dessas que encontramos em cartazes motivacionais, não é? Mas, não. Não é isso. É a pura verdade, a sabedoria destilada ao longo de um século de vida. E esse "hoje" não é apenas uma palavra. O "hoje" é o presente, sim, mas é também um presente. Um regalo de vida. Como uma tela em branco, esperando por nós, como se cada um de nós fosse um artista, com as ferramentas que só o tempo pode nos oferecer.
Aprendi, de maneira dolorosa e muitas vezes amarga, a encarar o presente como uma oportunidade única. Não há reprises, nem um botão de replay. Não podemos voltar atrás. Assim, tenho buscado não perder oportunidades de dizer o que sinto, de expressar o quanto as pessoas ao meu redor me fazem bem. Sempre que alguém me faz sorrir, faço questão de que ela saiba disso. E quando alguém está linda, não hesito em falar, porque, sim, ela precisa saber que meus olhos perceberam o brilho de sua presença.
Eu envio mensagens aos meus amigos, dizendo-lhes que minha vida não seria a mesma sem eles. E faço isso porque não sei se terei outra chance de fazê-lo amanhã. Afinal, o amanhã é um mistério, como disse aquele senhor, com sua sabedoria imensurável.
Aprendi também a sair de casa com um propósito. Eu preciso fazer as pessoas sorrirem. Pode ser através de uma piada boba, de uma história contada com gestos exagerados, ou simplesmente oferecendo um elogio sincero. Eu quero que o mundo sorria. Quero dar a razão de um instante de alegria, por um sorriso verdadeiro. Mas também aprendi a chorar com os que choram. Não sou de esconder minhas emoções. Choro quando é necessário, e, no meio do pranto, tento gerar um pouco de esperança. Como alguém que segura a mão de outra pessoa, oferecendo conforto em meio ao desespero.
Às vezes, sou mal compreendido. E está tudo bem. A verdade é que, muitas vezes, eu mesmo não me entendo. Eu tento, mas é difícil. Há momentos em que as palavras não são suficientes para expressar o que sentimos. Quando isso acontece, me viro para gestos sutis, para meias palavras e olhares que tentam, com um toque de timidez, transmitir o que o coração grita. São pistas lançadas ao vento, na esperança de que a pessoa, de alguma forma, perceba.
Porque, no fim, o ontem é história, o amanhã é um mistério, e o hoje é o presente. E algumas pessoas, ah, elas são verdadeiramente o presente. Um presente que bagunça nossa vida de uma forma tão intensa que, sem perceber, nos vemos como duas crianças no parque, que nunca se viram antes, mas que já estão de mãos dadas, brincando juntas, rindo juntas, desde o primeiro momento em que se encontraram. E nesse encontro, no meio dessa bagunça que elas causam dentro de nós, algo bonito acontece. Algo que só pode ser vivido no hoje.
A arte não reprime as pulsões nem repreende as paixões exprimidas por um artista. Em Justaposição, semelhantemente observável em diferentes continentes, em qualquer momento de seu estado emocional, jamais um artista se deixa fragmentar em predominância pela inveja, ciúme ou ganância, pois se autosobrepõe ao universo sem disputa alguma para com outro artista, arte, ou outra pessoa qualquer em estado de sublimação.
Quando as paixões desnecessárias se esgotam ou são abnegadas na distopia dissipativa da vida social, apenas a pulsão de viver ou continuar vivo faz um ser humano lutar até o fim pela sobrevivência por mais um dia.
Um Grito
Abdico-me de efêmeras paixões
Nesta vida belamente moderna!
De sorte, escrevo grandes emoções,
Aceitando a Morte, Naturalmente Eterna!
Sussurro poemas às minhas amantes
Aflorando em pequenas linhas minhas dores,
Dando aos meus mais majestosos amores,
Delírios em prantos serenos ofegantes!
Às minhas intensas e eternas paixões,
ainda que eu viva, peço que me sobreviva
numa estrofe, uma grito de Eternidade!
Aos meus intensos e eternos amores,
Antes que eu morra, peço que me socorra
em um só verso, um Grito de Liberdade!
Jeazi Pinheiro Souza
Uma pessoa romanticamente apaixonada, por mais que seja advertida e/ou aconselhada para não se casar com uma determinada pessoa, por ser ela alguém que não vá lhe corresponder satisfatoriamente, seja sentimental, moral e espiritualmente, e mesma assim ela se casa, é porque está surda e cega pela paixão. Nem é capaz de ouvir quem a aconselha, nem é capaz de enxergar os defeitos de sua paixão. Resultado: se casa e se dar mal!
Assim como a paixão romântica, a paixão política também provoca surdez e cegueira. Assim como uma pessoa cega pela paixão romântica não ouve conselhos, por melhores que sejam, nem enxergam os defeitos da pessoa pela qual está apaixonada, por mais perceptíveis que sejam, assim acontece com os apaixonados politicamente. Que fazer? Deixar de dar conselhos? Creio que se assim agirmos, estamos pecando por omissão. Se dermos o conselho, mas não formos levados em conta, é opção do outro. Onde se adota a liberdade de escolha e consciência, ninguém impõe nada a ninguém! Porém, em se tratando de vida em sociedade, em especial no tocante a escolha de governantes, quando a escolha dos apaixonados politicamente prevalece, todos sofrem. Queira Deus que os que escolhem por consciência sempre prevaleçam!
SONETO OCULTO
Tua poesia veio a mim. Donde viera?
Que canto? Que harmonia? Encanto
Rima doce: - tão sossegada quimera
De leve compasso verso sacrossanto
Inspiração de furiosa paixão sincera
Magnetizando os meus olhos, tanto
Em cada estrofe, que o ledor espera
A todo a leitura, e a todo o recanto
Ai! eu nunca mais consegui esquecer
A fleuma das trovas que ali exalava
E em cada linha o sentimento eleito
E a emoção subiu ao peito sem conter
Os suspiros, que cada verso provocava
Ah! versar: terno, amoroso e perfeito!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
03/04/2020, 22’32” – Cerrado mineiro
FASCÍNIO (soneto)
Beija-me! O teu beijo ardente e brando
Entra-me o sentimento, intenso e forte
De arrepios e de suspiros, vivo, entrando
No afeto, e assim, acontecendo a sorte
Olha-me! O teu olhar, na alma radiando
Felicidade, luz, em um cálido passaporte
De ter-te aqui, e no querer ter-te amando
Onde a poesia e o poeta têm o seu Norte
Fala-me de sonho, de um límpido recanto
Onde o trovar conversa com a lua cheia
E o teu fascínio adentra em meu verso
Beija-me! Olha-me! Fale-me! Ó encanto:
- de amor... de paixão. Prenda-me na teia
Do teu magnético e tão delicioso universo
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07/07/2020, 05’45” – Triângulo Mineiro
Olavobilaquiando
ESPAÇO (soneto)
Tragando a vastidão do cerrado profundo
A solidão num canto, a saudade devassa
Saudade do afeto que no peito arregaça
E que vagueia na dor, lamentoso mundo
E na esteira sem fim da tristura sem graça
Ei-la embalada na sofregdão de moribundo
Recostado no abismo sepulcral sem fundo
Do pesar, e encruado suspiro que não passa
Poeto. Me elevo em busca de um conforto
Vou pelo estro de encontro a outro porto
Pra aurorear a sensação com cheiro de flor
E nesta emoção que se tornou um lastro
No vazio. Cheio de pranto no árduo rastro
Cato a poesia para abrir espaço pro amor...
© Luciano Spagnol -poeta do cerrado
19/07/2020, 15’10” - Triângulo Mineiro
O AMOR QUE É AMOR
O amor que é amor jamais vacila
Nas paixões iradas entra sem medo
Leva consigo a afeição e o enredo
Do doce olhar, e o abraço que asila
O desejo é uma variedade tranquila
Pra quem cobiça, pois, vence o quedo
E dum para o outro não tem segredo
Enquanto o apuro o veneno destila
Amor que é amor, a tudo transforma
Um ato de grandeza e de plataforma
Do bem, onde se tem a sorte ao dispor
Esse esplendor, regado com flores
São muito mais que simples amores
É a natureza do amor que é amor...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14 de agosto de 2020 – Araguari, MG
e neste ato permanente
dessa busca continente
insistente
de querer, desejar, encontrar
o amor perdidamente!
eu mi vi amando... pra poder amar!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 de setembro, 2011 - Rio de Janeiro, RJ
AMOR VENTUROSO
Elevai, amor meu, pois que a ventura
Já vos tem no sentimento elevado
Que a boa sensação de que é gerado
O mais poético haver vos assegura
Se desejar por amor na sua candura
Não vos espante ter sonho sonhado
Porque é do bem todo este cuidado
E da emoção, a cortesia mais pura
Celebre, amor, a todo o momento
O coração bate acelerado, airoso
Na devaneada paixão o portento
É merecimento, e mais saboroso
Porque se o amor for o real intento
De amor se tem o amor venturoso
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/11/2020, 07’39” – Triângulo Mineiro
A MINHA SORTE
Quis Deus dar-me a sorte dum amor amado
Como o pôr do sol no cerrado, pura poesia
Dar-me uma cumplicidade, ser apaixonado
Um bailado de emoção em boa companhia
Quis Deus dar ao fado fortuna e empatia
Com sensação ardente e olhar enamorado
No prazer ter a sede com volúpia e ousadia
Incrível, como é bom ter o afeto povoado!
Quis Deus mimar-me com áurea dourada
Da satisfação, e então, a graça encantada
Dos carinhos e dos beijos que eu sonhei!
Anda! Depressa! Onde? Eu posso embalar?
Nada mais se esconde, no vão, quero amar
E suspirar o viril sentimento que encontrei!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/11/2020, 20’01” – Triângulo Mineiro
CERTEZA
Este – o soneto da felicidade completa
Em que, poetando as horas de emoção
Sorri nas delineies, desfastio do poeta
Em um coração fiel e cheio de paixão
Este – o conteúdo de sensação, direta
Festeja, alucina, traz ventura na razão
Pondo a alma na completude, quieta
Cheios de harmonia e boa adoração
Este – o soneto da exaltação maior
Em que a frase terá aquele melhor
De tudo, pois é desprovido de dor
Este – poema dos poemas nascente
Que nos faz enamorados realmente
Este – é o verídico soneto de amor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07 dezembro de 2020 – Triângulo Mineiro
paráfrase a João de Barros
8
A SÚPLICA
Inspiração, há um tempo, um certo dia
Ideei amor, que eu ainda não houvera
Ideado, uma paixão que fosse sincera
Na poética, tal a uma emotiva poesia
E eu aqui na tocaia do que não viria
Poetando de primavera a primavera
Crédulo, insistia na furiosa fantasia
Onde meu sonho vive à sua espera
Ó má sorte, porque toda essa sofrência
Na alma que só deseja ter a inocência
Dum amor? E não mandas dos perversos
Sentimentos. Que cava a meta da vida
Numa dor da prosa atroz e desmedida.
Então, suplico por graça, fazendo versos!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07/01/2021, 12”01” – Triângulo Mineiro
ASSIM SEJAMOS! ...
Dourado sentimento, num querer constante
Em um querer as sensações tão carinhosas
Povoados de sede de emoções fantasiosas
Como uma comichão de apetite, doidejante
E nesta nau do destino eu vou tripulante
Num lago manso e feroz tal espinho e rosas
Ou no dorso das mais quimeras preciosas
Garimpando o reluzente notável diamante
Ao alçar os sonhos mais raros, vai correndo
A imaginação donde jamais imaginamos
Criando algo sedutor e, no peito gemendo
O amor, esse sentimentalismo que amamos
Onde é bom estar, e a ilusão vai movendo
Cada paixão cálida. Então, assim sejamos! ...
12/01/2021, 19’24” – Triângulo Mineiro
OUTRO ALENTO ...
Encontrei-te em um desejo tão divino
E o destino das emoções nos levaram
Pela mão da sensação, em um desatino
Que no peito afáveis sentidos brotaram
Outra estrada, outro sonho, descortino
Os poemas descontentes se alegraram
Pirralho como menino e de novo a pino
Pois, as invocações ao amor positivaram
Antes, a poesia, sem ousadia e a esmo
Compartindo a tristura comigo mesmo
Via cada trova marcada com torpe pó
Agora, alentado por teus gentis cortejos
Teus beijos, tenho motivo, vivas e festejos
E já não amargo, atrofio e nem sorrio só! ...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/01/2021, 05’45” – Triângulo Mineiro
INTEIRAMENTE ...
Tenho saudade do que algo mais diga
Amor de silêncio valeroso e inteiramente
Amor que tece prosa, sensação e cantiga
No mistério, magia e poética pra gente
A proximidade que no desejo causa liga
E, assim, na emoção ardente e fremente
Aquele afeto duma cumplicidade antiga
Amiga, sem nunca com paixão ausente
A atração socia, amante e enamorada
Amor que embala a cortês madrugada
Acalentando as mãos, forma e segredo
O amor tal ao perfume da primavera
Caprichoso e, olhar cheio de quimera
Sem privação, solidão e sem degredo...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05/02/2021, 10’11” – Triângulo Mineiro
AMÁSIO...
Amásio! Sonho maior e tão cândido
Que nos seduz e embala a emoção
Precioso, terna sensação no sentido
Dum amor apetecido, cheio de ilusão
Bendito e desejado, pleno, querido
Duro, às vezes, mas tino ao coração
Um bem inocente que nasce podido
Na soma, de uma razão da paixão
Aí, genuína e bem, sempre é hora
Nos faz multiplicar pela vida a fora
Cantante na alma, rica e feliz união
Uma ternura indo pelos caminhos
Frágil e forte, a disfarçar espinhos
Arando devoção e tenção pelo chão!...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/02/2021, 07’43” – Triângulo Mineiro
Nós não podemos nos perder ...
O destino fugiu de ter lavras
Nos rabiscos de nosso amar
O que ficou em meias palavras
Podemos escolher o recomeçar
Quero ainda de te saber
Tenho fome desta vontade
Satisfação de poder te ter
Por total, não só metade
Se último for este passo
Levando-me ao início do fim
Saudosar-me-ei do teu abraço
Mas antes, brandarei pra valer
Na voz do poetar, a ti saber:
- nós não podemos nos perder!
(é amor! e amor tem que viver!)....
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 de maio de 2010, 10’00” - Rio de janeiro, RJ