Citações de Livros
Com o pobre, porém, seja compreensivo, e não o faça esperar muito pela esmola. Por causa do mandamento, socorra o indigente conforme a necessidade dele. Não o despeça de mãos vazias. Perca o dinheiro com o irmão e o amigo, para que ele não se enferruje inutilmente debaixo de uma pedra. Use seus bens segundo os mandamentos do Altíssimo, e eles serão mais úteis para você do que o ouro. Dê esmola daquilo que você tem nos celeiros, e ela o livrará de qualquer desgraça; mais do que forte escudo e lança pesada, ela combaterá por você diante do inimigo. (Eclo.29, 8-13)
Castigando o erro, tu educas o homem,
e como traça tu róis os tesouros dele. Os homens todos são apenas um sopro!
Salmo 39,12
Se um ladrão for surpreendido arrombando uma casa e sendo ferido morrer, não será caso de homicídio culposo. / Contudo, se o ferir à luz do dia, será caso de homicídio. O ladrão restituirá, e quando não tiver com que pagar, será vendido para compensar o que roubou. / Se o boi, jumento ou ovelha roubados forem encontrados vivos na mão do ladrão, ele deverá restituir o dobro.
Ex 22,1
Quando no seu meio houver um pobre, mesmo que seja um só de seus irmãos, numa só de suas cidades, na terra que Javé seu Deus dará a você, não endureça o coração, nem feche a mão para esse irmão pobre. / Pelo contrário, abra a mão e empreste o que está faltando para ele, na medida que o necessitar. /Quando você lhe der alguma coisa, não o faça de má vontade, porque, em resposta a esse gesto, Javé seu Deus abençoará você em todo o seu trabalho e em todas as suas iniciativas. / Veja bem! Não faltam indigentes na terra. É por isso que eu ordeno a você: abra a mão em favor do seu irmão, do seu pobre e do seu indigente na terra onde você está. (Deut.15,7-11)
Lembre-se: olhar ávido é coisa má. Existe criatura pior que o olho? É por isso que o olho lacrimeja por qualquer motivo
(Eclo 31,13)
Nunca peça conselhos a uma mulher sobre a rival dela; nem a um covarde sobre a guerra; nem a um negociante sobre o comércio; nem a um comprador sobre a venda; nem a um invejoso sobre a gratidão; nem a um egoísta sobre a bondade; nem a um preguiçoso sobre o trabalho; nem a um empreiteiro sobre o fim da tarefa; nem a um empregado preguiçoso sobre um grande trabalho. Não procure nenhuma dessas pessoas para receber delas algum conselho.
(Eclo 37,11)
A insônia por causa da riqueza consome o corpo, e a preocupação que ela provoca afasta o sono. / As preocupações do dia não deixam dormir, e são piores que doença grave para tirar o sono.
Eclo 31, 1-2
O rico se afadiga para acumular riquezas e, quando descansa, afoga-se em prazeres. / O pobre se afadiga, consumindo suas forças e, quando descansa, cai na miséria.
Eclo 31, 3-4
“Vaidade das vaidades – diz o Eclesiastes –,
vaidade das vaidades, tudo é vaidade!”/
Que proveito tira o ser humano de todo o trabalho
com o qual se afadiga debaixo do sol?/
Uma geração passa, outra vem,
e a terra continua sempre a mesma./
O sol se levanta, o sol se põe
e se apressa para voltar a seu lugar, onde renasce./
O vento gira para o sul e dobra para o norte;
passando ao redor de todas as coisas,
ele prossegue e volta aos seus rodeios./
Todos os rios correm para o mar,
e o mar contudo não transborda;
para o lugar de onde saíram
voltam os rios, no seu percurso./
Todas as coisas são difíceis
e não se pode explicá-las com palavras.
A vista não se cansa de ver,
nem o ouvido se farta de ouvir./
O que foi, é isto mesmo que será.
E o que foi feito, é isto mesmo que vai ser feito:/
não há nada de novo debaixo do sol.
Uma coisa da qual se diz: “Eis aqui algo de novo”,
ela já nos precedeu, nos séculos que houve antes de nós./
Não há memória dos tempos antigos.
E, quanto àqueles que vierem depois,
tampouco deles haverá memória junto
aos que vierem por último.
Não podemos esperar por uma vida isenta de desafios, ao contrário, é na superação dos desafios que o homem encontrará o sentido da própria vida ao descobrir que pode fazer em ponto menor o que Deus faz em ponto maior."
As palavras de Deus são lanças arremessadas de uma mente a outra. A Torah divina é o nosso alvo certo. Porque nela encontramos felicidade e vida para o nosso coração.
O infinito
É mais que finito
Para quem sabe sonhar
As estrelas são contáveis
Para quem tem tempo
Para imaginar
É de cegar os olhos
Tanta massa e concreto
E velocidade
Da uma felicidade
Ir para o meio do mato
E saber que elas estão sempre ali
E sempre estiveram
Ganha-se tempo
Para perdê-lo
Que prazer enorme
Parar para recontar
Quantas estrelas tem no céu.§
Nasci
Nu da razão
Tenho muito para agradecer
A tantas pessoas.
Vestiram-me com amor
Com a arte da paciência
Ensinaram-me
Sobre a luz e as trevas
Ensinaram-me a caminhar
Gastaram seu tempo
Tempo é vida
E a cada gasto
Um pouquinho a mais que se morre.
Tenho tanto para agradecer
A tantas pessoas
Que sou o que sou
Graças a boa intenção
De muitos.§
Queria continuar um poema de Gullar
A Adélia falou que não,
Deixou claro que no trem não cabia,
Era sentimento demais.
Drummond concordou,
Falou que José era um chato e não gostava de passeio.
Pessoa chegou com Eros
E mostrou para Camões, que estava cansado do amor.
Neruda tentou ajudar,
Mas Wilde, com toda rebeldia,
Fez o poema correr.
Blake, com sabedoria,
Capturou tudo num pincel
E me deu de graça e sem explicação.
E eu flertei com a tinta,
Por causa de um sorriso. §
O meio fio
Que divide em dúvida a lembrança
Faz do homem um romeiro
O azedume
Fê-lo sério em brincadeira
Crente no in-crível
Ele acredita na vida velha
Deseja que sua tigela
Apague da barriga a ideia da fome
Na última estação
O passageiro espera
Que passe trem
Chamado esperança.§
Você que faz do ponto de ônibus
A sua sala de estar
Dos pedestres
Estranhos dentro de sua casa
Você que deseja
E não pode ter
Você que não tem idade para contrapor aos instintos corporais.
Você, sem tempo para semear sabedoria
Você que teme por sua saúde
Não tem em quem confiar e para onde ir
Você de sorriso banguela
De esperança cansada
Você de olhos sem brilho
Você medroso do assalto
Você que é parte do futuro
Você a quem o tempo não pertence
Você que vive só do presente
Você que não sonha
Você que deseja morar numa próxima estação
Que machuca sem saber
Você que é só pedra
Pra quem não quer te ver.§
A vida novamente bateu a minha porta
Para mostrar quem era.
Levou toda a minha tranquilidade
Que pensei ter conquistado para sempre.
Ela bateu a minha porta
Tomou conta da minha energia
Para mostrar de perto o meu drama.
Eu, homem formado,
Deitei na cama como um menino.
Porém, naquele momento,
O tempo tinha me levado muitas pessoas
Nem colo eu tinha
Olhei para a única coisa que me restava:
Uma janela.
Através dela eu vi o lixeiro,
Vi o vendedor e uma pessoa que atravessava a rua.
Num primeiro momento, tive pena da minha fragilidade.
Mas, a força da fé e da honra me fez levantar.
Com a humildade apreendida,
Pude fazer como homem:
Que mesmo sem saber o que fazer
Escuta seu coração
Sem perguntar por que bate.§