Frases marcantes de Rubem Alves

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Deus nos deu asas, mas as religiões inventaram gaiolas.

Amo aqueles que plantam árvores mesmo sabendo que nunca se sentarão em sua sombra.
Plantam árvores para dar sombras e frutos para aqueles que ainda não nasceram.

“Meu encanto precisa da saudade...”

“Era uma vez uma menina que amava um pássaro encantado que sempre a visitava e lhe contava estórias, o que a fazia imensamente feliz. Mas chegava um momento que o pássaro dizia: “Tenho que ir”. A menina chorava porque amava o pássaro e não queria que ele partisse. “Menina”, disse-lhe o pássaro, “aprenda o que vou lhe ensinar: eu só sou encantado por causa da ausência. É na ausência que a saudade vivi. E a saudade é um perfume que torna encantados todos os que os sentem. Quem tem saudades esta amando. Tenho que partir para que a saudade exista e para que continue a ama-la e você continue a me amar...” E partia.
A menina, sofrendo a dor da saudade maquinou um plano: quando o pássaro voltou e lhe contou estórias e foi dormir, ela o prendeu em uma gaiola de prata, dizendo: “Agora ele será meu para sempre.” Mas não foi isso que aconteceu. O pássaro, sem poder voar, perdeu as cores, perdeu o brilho, perdeu a alegria, não tinha mais estórias para contar. E o amor acabou. Levou um tempo para que a menina percebesse que ela não amava aquele pássaro engaiolado. O pássaro que ela amava era o pássaro que voava livre e voltava quando queria e ela soltou o pássaro que voou para longe.”

Não quero porto seguro, só âncora, vela e mar. Âncora para ser meu porto, vela para me levar, mar para, no litoral, as minhas ondas quebrar.

Suspeito que nossas escolas ensinem com muita precisão a ciência de comprar as passagens e arrumar as malas. Mas tenho sérias dúvidas de que elas ensinem os alunos a arte de ver enquanto viajam.

Quem é movido pela avareza não tem olhos nem coração para sentir o sofrimento dos outros, porque estes lhe são apenas um valor econômico. A avareza tira a capacidade de compaixão. E, com isso, nossa condição de seres humanos.

Pássaros engaiolados pensam em gaiolas. Pássaros livres pensam no azul infinito. Eu e os pássaros temos sonhos comuns. Sonhamos com voo e com a imensidão do céu azul."

Levou tempo para que eu percebesse que quem presta muita atenção no que é dito não consegue escutar o essencial. O essencial se encontra fora das palavras...

A vida é composta como uma partitura musical. O ser humano, guiado pelo sentido da beleza, escolhe um tema que fará parte da partitura da sua vida. Voltará ao tema, repetindo-o, modificando-o, desenvolvendo-o, transpondo-o, como faz um compositor com os temas de uma sonata.

Tenho uma tendência romântica para imaginar coisas.

Pois ser mestre é isso: ensinar a felicidade.

Essa é a missão da poesia: Recuperar os pedaços perdidos de nós.

Toda experiência de aprendizagem se inicia com uma experiência afetiva. É a fome que põe em funcionamento o aparelho pensador. Fome é afeto. O pensamento nasce do afeto, nasce da fome. Não confundir afeto com beijinhos e carinhos. Afeto, do latim "affetare", quer dizer "ir atrás". É o movimento da alma na busca do objeto de sua fome. É o Eros platônico, a fome que faz a alma voar em busca do fruto sonhado.

Esta é a regra fundamental desse computador que vive no corpo humano: só vai para a memória aquilo que e objeto do desejo. A tarefa primordial do professor: seduzir o aluno
para que ele deseje e, desejando, aprenda.

O ódio segura, para que o outro não seja feliz. O ódio gruda mais que amor. Porque o amor deixa o outro voar...

"Orações e poemas são a mesma coisa: palavras que pronunciamos a partir do silêncio, pedindo que o silêncio nos fale."

Ao lê-lo eu me leio, melhor me entendo. Somos do mesmo sangue, companheiros no mesmo mundo.

“...Quando tudo se aquieta,
e o tempo diz sua passagem
nas cores que se sucedem,
o rosa, o vermelho, o marrom,
o roxo, o negro...
Sabe-se então que o fim chegou.
Pôr-do-sol é metáfora poética,
e se sentimos assim é porque
sua beleza triste mora em nosso
próprio corpo.
Somos seres crepusculares..."

Pessoas que sabem as soluções já dadas são mendigos permanentes. Pessoas que aprendem a inventar soluções novas são aquelas que abrem portas até então fechadas e descobrem novas trilhas. A questão não é saber uma solução já dada, mas ser capaz de aprender maneiras novas de sobreviver.

As crianças não tem ideia religiosas, mas têm experiências místicas. Experiência mística não é seres de um outro mundo. É ver este mundo iluminado pela beleza ...