Citações de Filósofos
Me sinto tão velho, doído, machucado. Quase um enfermo convalescendo de verdade. Esperando o tempo passar. Esperando as paredes brancas, encardidas ficarem, e as frestas das janelas chorarem com a ventania em chuva lá fora.
Me sinto tão velho. Tão doído. Um enfermo, sentado observando o céu que se desnuda ao amanhecer. Não eu não gosto das manhãs de sol. Odeio os dias ensolarados e o cheiro de praia. Prefiro quando é noite, quando venta. Quando posso olhar mil e um janelas acesas da minha varanda ao som da voz de uma cantora frondosa num bom e velho toca discos.
Eu sou tão velho. Doído. Enfermo. Permaneço sentado, perdendo a vitalidade, o tempo e o sorriso.
Quisera que toda vida humana fosse pura e transparente liberdade.
Sei o que é o amor. Tinha, com efeito, entrevisto algo novo. Meu pai, minha mãe, minha irmã, os que eu amava, eram meus. Pressentia pela primeira vez que a gente pode ser atingida no próprio coração por uma irradiação vinda de outro lugar.
A vida de uma pessoa tem valor quando ela atribui valor à vida das outras, seja por meio do amor, da amizade, da indignação ou da compaixão.
À minha volta, reprovava-se a mentira, mas fugia-se cuidadosamente da verdade.
Nada nos limitava, nada nos definia, nada nos sujeitava; nossas ligações com o mundo, nós é que as criávamos; a liberdade era nossa própria substância.
(...) uma acrimônia no vazio é tão perigosa quanto a outra e isto lhe cola ao âmago; e quando estiver na sua frente ela ficará totalmente tomada, sobretudo com a sexualidade, a coisa vai rápido - se quiser terminar essa história, talvez seja possível sem desastre, mas não sem barulho e será preciso muita dureza: diminuir lentamente a paixão nas cartas e dar um adeus frio.
Ela nunca iria mudar, mas um dia com o toque de um dedo, ela cairia em pó.
Mesmo com toda libertação feminina essa grande "paciência" que nos caracteriza não deve nunca acabar. É uma riqueza de infinitos alcances que aumenta os poderes de paz do Universo.
Se a mulher foi, muitas vezes, comparada à água, é entre outros motivos porque é o espelho em que o Narciso macho se contempla; debruça-se sobre ela de boa ou de má-fé. Mas o que, em todo caso, ele lhe pede é que seja fora dele tudo o que não pode apreender em si, pois a interioridade do existente não passa de nada e, para se atingir, ele precisa projetar-se em um objeto. A mulher é para ele a suprema recompensa porque é sob uma forma exterior que ele pode possuir, em sua carne, sua própria apoteose
Tesouro, presa, jogo e risco, musa, guia, juiz, mediadora, espelho, a mulher é o Outro em que o sujeito se supera sem ser limitado, que a ele se opõe sem o negar. Ela é o Outro que se deixa anexar sem deixar de ser o Outro. E, desse modo, ela é tão necessária à alegria do homem e a seu triunfo, que se pode dizer que, se ela não existisse, os homens a teriam inventado.
Pela primeira vez na vida, tinha a impressão de que o bem não coincidia com a verdade.
A humanidade é masculina e o homem define a mulher não em si mas relativamente a ele; ela não é considerada um ser autônomo.
“Julguei que seria resolvido com muita facilidade: é possível conciliar fidelidade e liberdade? E se for, a que preço? (…) Se os dois aliados permitem-se apenas ligações sexuais passageiras, não há dificuldade, mas isso também significa que a liberdade que se permitem não merece o nome que tem. Sartre e eu fomos ambiciosos; foi nosso desejo experimentar amores contingentes. Mas, há uma pergunta que evitamos deliberadamente: como a terceira pessoa se sentiria em relação ao acerto?”
Levando minhas repugnâncias até o vômito, meus desejos até a obsessão, um abismo separava as coisas de que gostava das de que não gostava.
A ação das mulheres nunca passou de uma agitação simbólica; só ganharam o que os homens concordaram em lhes conceder; elas nada tomaram; elas receberam.
Eu sei quem sou e, porque estou aqui! Os outros, só imaginam... Por isso, vou vencer essa batalha. Porque a força não está na imagem ou no olhar do homem, mas sim, em seu coração. E isso, é velado.