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E o que dizer aos que nunca dizem o que querem dizer?
Dizer que não sei o que dizer por não saber ao certo o que dizem?

Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim tão diferente
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber, que o pra sempre, sempre acaba

Cassia Eller

Nota: Composição de Renato Russo.

'Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, diverso, móbil e só, não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo como páginas, meu ser. O que segue não prevendo, o que passou a esquecer. Noto à margem do que li o que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.'

Não sei fingir. Abraço minhas vontades, mesmo que a minha cara fique roxa de tanto apanhar. Cumpro minhas promessas, mesmo que me doa. Não brinco com os outros para me distrair, tampouco dou uma de boa samaritana para depois me esconder atrás da moita. Isso não. Por isso, digo e repito: gosto de gente de verdade. Se você é assim, por favor, senta aqui e vamos conversar.

Tudo isso dói. Mas eu sei que passa, que se está sendo assim é porque deve ser assim, e virá outro ciclo, depois.

Eu sei se eu tiver fé, eu volto até a sonhar.

Tão correto e tão bonito o infinito é realmente um dos deuses mais lindos, sei que às vezes uso palavras repetidas mas quais são as palavras que nunca são ditas?

Não sei mais o que dizer para te agradecer, por isso toda vez que eu quiser te mostrar o quanto eu te adoro e o quanto te sou grato por tudo, eu sairei por aí a saltar e a virar cambalhotas! E, por favor, não me interne!

Escrevo porque encontro nisso um prazer que não sei traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando...

Clarice Lispector
Minhas queridas. Rio de Janeiro: Rocco, 2007.

Nota: Trecho de carta para Tania Kaufmann, escrita em 23 de fevereiro de 1944.

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Não sei se me explico bem, nem é preciso dizer melhor para o fogo a que lançarei um dia estas folhas de solitário.

Machado de Assis
Memorial de Aires (1908).

Não sei se a gente pode continuar amigo. Não sei se em algum momento cheguei a ver você completamente como Outra pessoa, ou, o tempo todo, como Uma Possibilidade de Resolver Minha Carência. Estou tentando ser honesto e limpo. Uma possibilidade que eu precisava devorar ou destruir. Porque até hoje não consegui conquistar essa disciplina, essa macrobiótica dos sentimentos, essa frugalidade das emoções. Fico tomado de paixão. Há tempos não ficava.

Se..........

Más hoje estou assim não sei como
Não sei se escrevo o que penso
Ou se penso o que escrevo.

Se a lembrança me traz saudade
Se a saudade me traz lembrança
Se escrever de quem penso
Se pensar de quem escrevo.
Se caminhar me faz sonhar
Se sonhar me faz caminhar.
Se o sentimento me aflora
Se me aflora o sentimento.
Se tudo isso tem sentido
Se tiver sentido tudo isso.
Se sentires o que sinto
Se o que sinto sentires.
Se com amor tudo pode
Se tudo pode com amor
Se amor com pode tudo
Se pode tudo com amor
Se com tudo pode amor
Se amor pode com tudo.

Não sei se em algum momento cheguei a ver você completamente como Outra Pessoa, ou, o tempo todo, como Uma Possibilidade de Resolver Minha Carência. Estou tentando ser honesto e limpo. Uma Possibilidade que eu precisava devorar ou destruir.

Não sei se ela entendeu. Isabel já não me entendia, nem eu a ela: era um mistério para mim. Eu não sabia se ela havia mudado, ou se eu é que ia me tornando outro homem.

Até hoje eu não sei se o nosso grande problema é o seu apego idiota a sua liberdade, ou a minha bipolaridade maldita que na nossa história, de alguma forma, é abafada por essa sua escolha de ter a mim e ao mundo, sem abrir mão de nenhum dos dois. Também não sei se o que me prende tanto a você é justamente essa impossibilidade de sermos, finalmente, nós. Mas alguma coisa me prende, e me prende demais.

Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade

Não sabia que as pessoas também podiam naufragar em aventuras. Hoje sei que todo mundo deve ter muito cuidado com elas.

São coisas, palavras, gestos que guardo comigo, e só eu sei, mais ninguém.

Eu ainda não sei controlar meu ódio mas já sei que meu ódio é um amor irrealizado, meu ódio, é uma vida ainda nunca vivida. Pois vivi tudo – menos a vida. E é isso o que não perdoo em mim, e como não suporto não me perdoar, então não perdoo aos outros. A este ponto cheguei: como não consegui a vida, quero matá-la. A minha cólera – que é ela senão reivindicação? – a minha cólera, eu sei, eu tenho que saber neste minuto raro de escolha, a minha cólera é o reverso de meu amor; se eu quiser escolher finalmente me entregar sem orgulho à doçura do mundo, então chamarei minha ira de amor.

Clarice Lispector
Para não esquecer. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Uma ira.

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Não sei amar pela metade, sem exagero. Não sei me conformar com o quase, não sei sonhar meio sonho. Se amo, amo inteira, me entrego, sinto mais do que deveria. Se amo, amo e protejo, amo e me esqueço da existência de limites. Não sei cuidar só às vezes, não sei me preocupar só com o que devo, não sei não me importar com cada detalhe secreto teu. Se amo, amo intenso, amo ao extremo, amo ao quadrado multiplicado por um zilhão. Não sei amar por partes, com condições. Sou assim, vivo com o coração nas mãos, sou inquieta e não calculo conseqüências. Sou boa ouvinte e vou saber até o que você não diz. Vou te observar, mimar e te cuidar. Quando amo, sou sua, totalmente sua. Porque se amo, amo e pertenço, amo e sofro com tua dor. Se amo, te espero, te guardo, morro e continuo viva!