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- Tenho medo do chão.
- Queres dizer alturas.
(...)
- Eu sei o que quero dizer! O que nos mata é o chão!

Sei que todos, algum dia, acordamos com a senhora desilusão sentada na beira da cama. Mas a gente vai à luta e inventa um novo sonho, uma esperança, mesmo recauchutada: vale tudo menos chorar tempo demais. Pois sempre há coisas boas para pensar. Algumas se realizam. Criança sabe disso.

Mas quando for a hora de ir embora
sei que, sofrendo, deixarei você longe de mim.
Não me envergonharia de pedir ao seu amor esmola,
mas não quero que o meu verão resseque o seu jardim.

Quando rever é reviver

Preciso reviver, eu bem sei,
mesmo que só na lembrança,
voltar à minha antiga casa,
rever a minha infância
e todos os momentos felizes que lá passei.

Não sei onde eu tô indo, mas sei que eu tô no meu caminho.

Raul Seixas

Nota: Trecho da música No fundo do quintal da escola.

Faço o possível para escrever por acaso. Eu quero que a frase aconteça. Não sei expressar-me por palavras. O que sinto não é traduzível. Eu me expresso melhor pelo silêncio. Expressar-me por meio de palavras é um desafio. Mas não correspondo à altura do desafio. Saem pobres palavras.

Clarice Lispector
Um sopro de vida. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Então comecei uma listinha de sentimentos dos quais não sei o nome. Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto – como se chama o que sinto? A saudade que se tem de pessoa de quem a gente não gosta mais, essa mágoa e esse rancor – como se chama? Estar ocupada – e de repente parar por ter sido tomada por uma súbita desocupação desanuviadora e beata, como se uma luz de milagre tivesse entrado na sala: como se chama o que se sentiu?

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Brincar de pensar.

...Mais

Não estejas longe de mim um só dia, porque como,
porque, não sei dizê-lo, é comprido o dia,
e te estarei esperando como nas estações
quando em alguma parte dormitaram os trens.

Não te vás por uma hora porque então
nessa hora se juntam as gotas do desvelo
e talvez toda a fumaça que anda buscando casa venha matar ainda meu coração perdido

Ai que não se quebrante tua silhueta na areia,
ai que não voem tuas pálpebras na ausência:
não te vás por um minuto, bem-amada,

porque nesse minuto terás ido tão longe
que eu cruzarei toda a terra perguntando
se voltarás ou se me deixarás morrendo

Contemplo o lago mudo
que a brisa estremece
Não sei se penso em tudo
ou se o tudo me esquece

O lago nada me diz,
não sinto a brisa mexe-lo
Não sei se sou feliz
nem se desejo se-lo

Tremulos rincos risonhos
na agua adormecida
porque fiz eu dos sonhos
a minha única vida?

Não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou.

Fernando Pessoa
Livro do Desassossego por Bernardo Soares. Lisboa: Ática, 1982.

Eu sei que nunca mais encontrarei nada nem ninguém que inspire uma paixão. Você sabe, não é tarefa fácil amar alguém. É preciso ter uma energia, uma generosidade, uma cegueira. Há até um momento, bem no início, em que é preciso saltar por cima de um precipício: se refletirmos, não o fazemos. Sei que nunca mais saltarei...

Jean-Paul Sartre
SARTRE, J., Náusea, 1938

Sei a minha sina.
Um dia meu nome será lembrança de algo terrível.
De uma crise como jamais houve sobre a Terra.
Da mais profunda colisão de consciências.
De uma decisão conjurada contra tudo que até então foi acreditado, santificado, requerido.
Não sou um ser humano, sou uma dinamite, na transvaloração de todos os valores.
Eis a minha fórmula para um ato de suprema octognose da humanidade que em mim se fez gene e carne...

Pertencia àquela espécie de gente que mergulha nas coisas às vezes sem saber por quê, não sei se na esperança de decifrá-las ou se apenas pelo prazer de mergulhar…

Pense que eu cheguei de leve, machuquei você de leve, e me retirei com pés de lã. Sei que o seu caminho amanhã, será tudo de bom, mas não me leve.

Desconfortável. Não me sinto bem. Não sei o que é que há. Mas alguma coisa está errada e dá mal-estar. No entanto estou sendo franca e meu jogo é limpo. Abro o jogo. Só não conto os fatos de minha vida: sou secreta por natureza.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

De vez em quando eu não sei o que fazer comigo mesmo e com o meu gênio. É um saco estar sorrindo e dois minutos depois chorando.

Dá-me a tua mão desconhecida, que a vida está me doendo, e não sei como falar – a realidade é delicada demais, só a realidade é delicada, minha irrealidade e minha imaginação são mais pesadas.

Clarice Lispector
A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

E sei que passei todas as vidas, antes desta, procurando você. Não alguém como você, mas você, porque a sua alma e a minha têm de estar sempre juntas.

Noah Calhoun
SPARKS, N. O Diário da Nossa Paixão. Lisboa: Presença, 2001.

Sempre sei, realmente. Só o que eu quis, todo o tempo, o que eu pelejei para achar, era uma coisa só - a inteira - cujo significado e vislumbrado dela eu vejo que sempre tive. A que era: que existe uma receita, a norma dum caminho certo, estreito, de cada uma pessoa viver - e essa pauta cada um tem - mas a gente mesmo, no comum, não sabe encontrar; como é que, sozinho, por si, alguém ia poder encontrar e saber?

Por enquanto

Mudaram as estações
Nada mudou
Mas eu sei que
Alguma coisa aconteceu
Está tudo assim
Tão diferente...

Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era para sempre
Sem saber
Que o para sempre
Sempre acaba...

Mas nada vai
Conseguir mudar
O que ficou
Quando penso em alguém
Só penso em você
E aí, então, estamos bem...

Mesmo com tantos motivos
Para deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz
Estamos indo
De volta para casa...