Cinzas
Estarei entre minhas paredes
Cinzas e Fria.
Estarei entre a dor do partir e a dor do não chegar.
Estarei entre memórias
Vivas e mortas
Mortas e vivas
Em sombras angustiantes
E em jardins abandonados.
Estarei onde não saberei estar.
Dançarei a música sem nem ao menos ouvi-la.
Ah ! Se tão somente eu tivesse asas .
Faria voos melodiosos.
Se tão somente pudesse escolher
onde recostar minha alma ,
Cansada, largada e angustiada.
Se tão somente pudesse...
Um dia pudesse.
Amar e ser amada.
___ Lene Dantas
Por hoje...
Eternize em mim esse sorriso
Pois dele me farei valer em dias cinzas
Aconchega-me assim nos teus braços
E perpetue em mim o seu perfume
Afaga meus cabelos em teus dedos
E decerto não terei noites insones
Me fala baixinho ao ouvido
E não estarei sozinha em pensamentos
Fica comigo por hoje
Pois em mim já o tenho pra sempre.
Dias cinzas....
Bom pra refletir, bom pra se encontrar
O melhor de nós espera pra se mostrar, assim, logo que a chuva passar...
O nosso melhor pode não ser tudo que gostaríamos de ser, mas sempre há tempo para se aprimorar, para aprender.
Tentar é exercício da alma, parar é desperdício de vida.
AS CINZAS DOS NOSSOS OSSOS
Escondi no tempo os meus sonhos
para que ele,amiúde, se transmudasse
na medida exata de minhas rugas
e percorrendo rios e montanhas
que escondo dentro de mim
soubesse de cada segredo que me prende.
O mundo está cheio dos meus passos
há tanto tanto tempo...
Ainda respiro o ar ameno da doce madrugada
a minha juventude: amante lasciva
percorrendo preguiçosa todo o meu espaço.
Aguardo a chuva branda para obter
a minha última colheita transformada:
um abraço frouxo de um amigo
um sorriso óbvio da amante
a paz serena nos olhos dos filhos
tudo que o tempo traz
e depois espalha: as cinzas dos nossos ossos
recriando outras vidas
Depois que eu morrer e for cremado podem jogar minhas cinzas dentro dos “zóio” dessas pessoas que duvidaram da minha capacidade.
Queimaram meu passado,onde só restaram cinzas,espalhadas pelo chão,onde não me deram a mão e fiquei sem chão.
Quão bom é pegarmos as cinzas do passado
E usarmos sobre elas a alquimia do amor
Transformando-as em poesia
Posto o que já é cinza não nos queima mais
Então porque fazer disso uma mágoa?
Espalhemos as cinzas com leveza
Desatemos os laços do passado
Deixando que seja levado aos ventos
Para colhermos paz e amor
Plantemos pitadas de doçura
Sobre as energias negativas
É cansativo demais
Ocupar nossos corações
Com coisas que não mudam
Com pessoas de espírito pequeno
Olhemos os gomos do tempo
A beleza de um entardecer
A majestade de um amanhecer
São linhas tão rápidas
Tão diferentes
Nunca as mesmas!
Espaços de luz e sombras
Que condicionam todo o esplendor
A suntuosidade dos intervalos
Saibamos aproveitar o néctar!
O sabor está na transição
A vida continua... ensina-nos
Tudo muda!
Acreditemos que podemos
E devemos fazer diferente
Melhor...
Sem medos
Com a alma leve
Renovada!
Com o coração aberto
Espalhemos as folhas do outono
Aproveitemos os espaços do tempo
O importante é caminhar
Continuar a travessia
Abrirmos os braços ao que está por vir
Semeemos hoje as sementes
Para colhermos as flores do amanhã
Da primavera que há de chegar.
E o coração que era todo de tons de cinzas, ficou colorido ao saber que o amor ainda era o mais nobre do sentimentos.
Sempre me espanto das grandes coisas que construímos das cinzas de uma catástrofe. Nada acontece por acaso, tudo tem motivo, causa e efeito.
Era uma dessas noites cinzas e nostálgicas com a névoa caindo por toda a parte. Combinava comigo. A noite lá fora combina com toda a escuridão e a frieza aqui dentro. Sei que em algum lugar por aí está meu sol, reluzindo e aquecendo alguém que não sou eu.
Sopro de vida
Quando as cinzas de uma paixão
A força do vento e o tempo levar
Quando tudo para nós for simples recordação
E a fumaça em teus olhos te obrigar a chorar
Restara ainda na terra a pequenina chama
A chama do nosso amor que nunca se apagará
Enquanto um sopro de vida em nós ainda restar
Às vezes o coração é como uma espécie de Fênix, que sempre ressurge das cinzas quando vc menos espera rs'.
CINZAS DA MADRUGADA
'Seguindo pelo caminho,
sem resposta.
Sentado sozinho,
com um copo se enchendo,
e o silêncio da varanda.
As fumaças mostrando,
seu rosto se criando.
As paredes se desfazendo,
nessa casa vazia,
e eu perdido na solidão.
Essas cinzas jogadas pelo chão,
o qual pertenço.
Seus amigos,
outra aposta.
Outro dia,
outra estrada,
passos sem volta,
em mais essa caminhada.'