Cidade

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Claro que deve haver alguma espécie de dignidade nisso tudo, a questão é onde, não nesta cidade escura, não neste planeta podre e pobre, dentro de mim? Ora não me venhas com autoconhecimentos-redentores, já sei tudo de mim, tomei mais de cinqüenta ácidos, fiz seis anos de análise, já pirei de clínica, lembra? (...) Perdi minha alegria, anoiteci, roubaram minha esperança, enquanto você, solidário & positivo, apertava meu ombro com sua mão apesar de tudo viril repetindo reage, companheira, reage, a causa precisa dessa tua cabecinha privilegiada, teu potencial criativo, tua lucidez libertária e bababá bababá.

Meu lar...
(Nilo Ribeiro)

Meu lar, meu canto,
pequeno, ou amplo,
na cidade, ou no campo,
é meu doce recanto

onde fico à vontade,
não incomodo ninguém,
onde guardo a saudade,
onde me sinto bem

meu mundo, meu paraíso,
lugar que eu reverencio,
onde é largo meu sorriso,
e meu espírito mais sadio

meu lar é caseiro,
onde gosto de receber,
onde curto meu travesseiro,
onde tenho mais prazer

meu lar é amado,
cada objeto tem história,
é um templo abençoado,
onde vivo minha glória

minha casa não tem segredo,
tem silêncio e festa,
lá não tenho medo,
lar onde Deus se manifesta

casa, casinha, casarão,
o tamanho é insignificante,
lá cabe o meu coração,
isto já é dignificante

“Deus abençoe meu lar,
obrigada, por meu abrigar...”

Os senhores que vêm da cidade não podem compreender os sentimentos de um caçador!

Bram Stoker
Drácula (1897).

Quando eu vou na cidade tenho a impressão de que estou no paraíso. Acho sublime ver aquelas mulheres e crianças tão bem vestidas. Tão diferentes da favela. As casas com seus vasos de flores e cores variadas. Aquelas paisagens há de encantar os visitantes de São Paulo, que ignoram que a cidade mais afamada da América do Sul está enferma. Com as suas úlceras. As favelas.

Uma pessoa é como uma cidade. Não se pode deixar que algumas áreas menos aprazíveis provoquem uma repulsa generalizada pelo todo. Pode ser que haja algumas partes das quais você não goste, umas ruas e uns bairros perigosos, mas as coisas boas fazem o todo valer a pena.

A Biblioteca da Meia-Noite (livro)
HAIG, Matt. A biblioteca da meia-noite. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2021.

Todas as pessoas que viajam apreciam essa sensação de andar pelas ruas de uma cidade que não é aquela em que se vive, sem pressa, sem hora de voltar para casa. Por quê? Porque não há casa, lar doce lar, para onde voltar. A casa é uma prisão, mesmo se você vive sozinho. Uma prisão à qual você se acostuma, como os animais do jardim zoológico se acostumam com as suas jaulas.

Paes é o prefeito mais feliz do mundo, que dirige a cidade mais importante do mundo e da galáxia. Por que da galáxia? Porque a galáxia é o Rio de Janeiro. A via Láctea é fichinha perto da galáxia que o nosso querido Eduardo Paes tem a honra de ser prefeito.

Não perca seu tempo!

Sêneca foi um filósofo estoico nascido em 4 a.C., na cidade de Córdoba, Espanha. Filósofo estoico de renome e autor de vários tragédias, suas obras inspiraram numerosos escritores e leitores durante séculos. Fiel à filosofia estoica prática, seu exemplo de vida em consonância com suas palavras confirma-as como verdades para a vida.

A filosofia estoica, fundada por Zenão, nascido em Chipre, no ano de 358 a.C., é uma filosofia completamente ligada à moral, a uma vida em conformidade com valores e princípios, virtudes e ética. É uma filosofia onde o ser humano livra-se do quaternário (pensamentos, sentimentos e emoções) para ser um homem livre de fato. É quando ele se livra de seus instintos para agir de forma ética, de acordo com a razão.
É quando o ser humano não mais age de acordo com seus interesses, em troca de algo para si, mas sim de acordo com seus valores e princípios. Segue a linha de raciocínio do imperativo categórico, que não visa resultados, e sim a prática de ações belas, bonitas e justas por si próprias.

No primeiro capítulo de Sêneca, do seu livro "Da Brevidade da Vida", ele aborda 4 aspectos muito interessantes:

1-) O ser humano queixa-se que o tempo passa rápido.

Sim, nos queixamos que o tempo voa, que os dias estão corridos, que já é final de ano, que o ano já acabou, que o tempo está passando muito rápido. Bom, na verdade o tempo sempre passou da mesma forma, nem muito rápido nem muito devagar. O tempo é imutável, transcorre no mesmo ritmo desde sempre. O problema é a nossa percepção de tempo. Temos a sensação de que o tempo passa muito rápido pois achamos que tempos pouco tempo. Dizemos que a vida está muito corrida e que sobra pouco tempo livre para nós.

2-) Querer viver quando se está para morrer.

A maioria dos seres humanos percebe o tempo que perdeu na terceira idade, lá pelos seus 70, 80, 90 anos. É quando ele percebe que está parar morrer, e aí quer voltar no tempo, recuperar o tempo que perdeu. A maioria de nós só percebe que o tempo passou e que não realizamos o que queríamos, ou que perdemos muito tempo com coisas fúteis, quando o tempo que já nos resta é pouquíssimo.

3 -) Ganhar tempo é dedicar-se a coisas boas, construtivas.

O tempo pode ser seu melhor amigo, se você souber ganhá-lo para si. Quando você dedica seu tempo a atividades construtivas e edificadoras, seu tempo não é perdido, ele é ganho. Agora, o que são atividades construtivas e edificadoras? Cada um sabe, ninguém pode dizer para o outro. Cada ser humano sabe quando está ganhando ou perdendo tempo. Eu, por exemplo, sinto que estou ganhando tempo quando estou estudando, aprendendo, lendo, refletindo, escrevendo, ou simplesmente usufruindo um momento de lazer. Cada um deve emitir o seu próprio juízo, e saber quais atividades irão contribuir para sua evolução e para a realização dos seus objetivos pessoais.

4-) Não importa se o tempo livre é pouco ou muito, o que importa é saber utilizá-lo.

Selecionar o tempo. Esse é o segredo. Quem seleciona o tempo ganha-o. É como selecionar comida. Quando você seleciona o alimento que come, está ganhando saúde. Quando você seleciona as atividades que irá realizar durante seu tempo livre, está ganhando tempo. Sempre lembrando que o ideal é "gastar" o tempo com coisas que irão edificar sua vida, que irão acrescentar aprendizado e sabedoria. Desta forma, você não irá se queixar que o tempo passa rápido, chegará à terceira idade com a sensação de que não perdeu seu tempo e com a satisfação de quem realizou seus objetivos, dedicar-se-á a coisas boas e saberá utilizar seu tempo.
Ah, e quanto aos tempos de lazer? Quando chega aquele sábado e queremos sair, quando chega o domingo a tarde e queremos dormir? Não tem problema utilizar seu tempo dessa forma, contanto que você saiba utilizar os outros tempos a seu favor.

Não precisamos esperar a morte para valorizarmos o tempo de vida.

Indo ao encontro do sorriso, olhando a beleza do luar
em busca do paraíso na cidade, na fazenda, sei lá
na procura de um sorriso que não sei onde encontrar
mais buscando sempre que posso teu olhar no meu olhar.
Cada vez que te encontro meu corpo flutua no ar,
meus olhos falam sorrindo palavras a tocar.
O mundo vira festa e saio a bailar, danço ao som
da tua voz, que toca sertão e mar !

a lenda do perdao

Conta uma antiga lenda que existia uma cidade onde a palavra perdão nunca existiu.

As pessoas eram, portanto, donas da verdade, arrogantes e sofriam de uma terrível moléstia, complexo de superioridade.

A convivência era bastante complicada porque todos se consideravam perfeitos e com isso não enxergavam, nem admitiam seus defeitos, erros e equívocos.

Nessa cidade reinava a vaidade, a competição e a inimizade, por mais que elas andassem disfarçadas por detrás de sorrisos e manifestações de afeto.

Um dia uma mulher, vinda de outra cidade, foi morar lá.

Todos as tardes ia até a padaria e na volta sempre passava por uma praça onde um grupo de rapazes jogava bola.

Seu trajeto seria bem menor se ela cruzasse a praça, mas para não atrapalhar o jogo deles ela fazia o seu caminho contornando a praça. Claro que nenhum deles nunca percebeu ou deu valor à sua gentileza. Naquela cidade muito poucos entendiam desse assunto.

Certo dia essa mulher estava cheia de preocupações, com a cabeça bastante perturbada e na volta da padaria não se deu conta do caminho que tomou e atravessou a praça no exato momento em que um dos rapazes ia fazer um gol. O jogo parou, todos se olharam e o tal jovem, muito bravo, perguntou à ela:
- A senhora não está vendo o que fez? Que falta de atenção, até mesmo de consideração! Custava dar a volta na praça?

E ela respondeu:
- Há cerca de seis meses que todos os dias eu dou a volta na praça para não atrapalhar o jogo de vocês. Hoje, no entanto, eu confesso que me distraí. Estava muito envolvida com meus pensamentos. Peço a todos vocês perdão por isso.

Ninguém entendeu o que ela quis dizer e um dos meninos perguntou:
- Perdão? O que é perdão? Nunca ouvimos essa palavra.

Perdão é um ato de humildade, embora alguns julguem ser um ato de humilhação.

Os meninos foram para suas casas muito pensativos e contaram a seus pais sobre o perdão.

Errar, cometer injustiças, tomar atitudes precipitadas que podem prejudicar e magoar terceiros são coisas das quais todo ser humano está sujeito.

Reconhecer seus erros e pedir perdão, no entanto, nem todos os seres humanos são capazes.. Para isso é necessária uma enorme dose de humildade, um coração sensato e um espírito elevado.

Só os grandes sabem pedir perdão!

Dizem que aquela cidade anda muito diferente, mais alegre, as pessoas mais amigas, menos rivalidades e que todos além de terem aprendido a pedir perdão, agora também estão aprendendo a perdoar.

(Silvana Duboc)

Colaboração enviada por: Sheila Manoel

Só que as más vibrações dessa cidade, God! Nem todo o sal grosso, nem toda a arruda do mundo dariam jeito.

Vamos nadar para a lua
Vamos escalar a maré
Penetrar na noite que
A cidade dorme para esconder

Vamos nadar essa noite, amor
É nossa vez de tentar
Estacionados ao lado do oceano
Em nosso passeio ao luar

Vamos nadar para a lua
Vamos escalar a maré
Nos render aos mundos que nos esperam
E lambem nosso corpo

Nada restou aberto
E não há tempo de optar
Paramos dentro de um rio
Em nosso passeio ao luar

Vamos nadar para a lua
Vamos escalar a maré
Você estendeu a mão para me segurar
Mas não posso ser seu guia

É fácil te amar
Quando te vejo deslizar
Caindo em florestas umidas
Em nosso passeio ao luar

Vamos, baby, vamos dar uma volta
Descendo, descendo para perto do oceano
Chegar bem perto
Chegar bem próximo
Baby, essa noite vamos nos afogar
Descendo, descendo, descendo

Jim Morrison

Nota: Tradução adaptada da letra da música "Moonlight Drive", The Doors

Debaixo do céu há uma coisa que nunca se viu,é uma cidade pequena,sem falatórios,mentiras e bisbilhotice

Parece cocaína
Mas é só tristeza
Talvez tua cidade
Muitos temores nascem
Do cansaço e da solidão
Descompasso, desperdício
Herdeiros são agora
Da virtude que perdemos...

Há tempos tive um sonho
Não me lembro, não me lembro...

Tua tristeza é tão exata
E hoje o dia é tão bonito
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso...

Os sonhos vêm e os sonhos vão
E o resto é imperfeito...

Dissestes que se tua voz
Tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira...

E há tempos
Nem os santos têm ao certo
A medida da maldade
E há tempos são os jovens
Que adoecem
E há tempos
O encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
Só o acaso estende os braços
A quem procura
Abrigo e proteção...

Meu amor!
Disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem (Ela disse)
Lá em casa tem um poço
Mas a água é muito limpa...

Mais fácil conquistar uma cidade inteira que o amigo ferido.

No interior.

Fica distante da cidade
mas isso não entristece
importante é a felicidade
dada pra quem merece
e eu amo a simplicidade
que o interior me oferece.

As luzes da cidade são débeis. Quando você não está de bom humor tudo parece diferente, assume outras atmosferas. Cores, luzes e sombras, um surriso que não aflora, que não adere.

A cidade não esconde mais sua miséria
O sol que esquenta o centro também está na favela
Há muitos sonhos e alguns perdidos nesse momento
O povo grita, chora ou apenas fica em silêncio

Se nós pudéssemos colocar uma legenda na frente de cada conjunto residencial, de cada cidade, de cada aldeia, de cada metrópole, de cada grande capital do progresso humano, se nós pudéssemos e tivéssemos bastante autoridade para isso, escolheriamos aquela frase de Nosso Senhor Jesus Cristo quando ele nos disse:
Amai-vos uns aos outros como eu vos amei!

Paranóia (1963)

Eu vi uma linda cidade cujo nome esqueci
onde anjos surdos percorrem as madrugadas tingindo seus olhos com
lágrimas invulneráveis
onde crianças católicas oferecem limões para pequenos paquidermes
que saem escondidos das tocas
onde adolescentes maravilhosos fecham seus cérebros para os telhados
estéreis e incendeiam internatos
onde manifestos niilistas distribuindo pensamentos furiosos puxam
a descarga sobre o mundo
onde um anjo de fogo ilumina os cemitérios em festa e a noite caminha
no seu hálito
onde o sono de verão me tomou por louco e decapitei o Outono de sua
última janela
onde o nosso desprezo fez nascer uma lua inesperada no horizonte
branco
onde um espaço de mãos vermelhas ilumina aquela fotografia de peixe
escurecendo a página
onde borboletas de zinco devoram as góticas hemorróidas das
beatas
onde os mortos se fixam na noite e uivam por um punhado de fracas
penas
onde a cabeça é uma bola digerindo os aquários desordenados da
imaginação