Cidade
saltar o muro
corrida ávida
ao teu encontro
dançar pela cidade
ritmo solto
passos da madrugada
rodopios ao teu encontro
lá está você
seus braços, sua imensidão
rodopios ao meu encontro
aqui estou eu
entregue ao momento, nosso momento
encontro de corpos, almas e gostos
pessoas dormem
a cidade descansa
somente a lua da madrugada
é a testemunha da dança da paixão.
Eu irei contigo ó meu amado rei
Eu irei contigo pra cidade de Sião
Contemplar tua face e rever
os meus irmãos.
Eu irei contigo pra Nova Jerusalém
Contigo eu quero está,
e comprir as tuas leis
Seja a feita a tua vontade
Ó meu amado rei.
Cadillac
Conduzido pelo vento,
Um certo dia cheguei em uma cidade,
Praças e quermesses,
Tudo era diferente,
E todas as pessoas eram gente decente,
De um bairro a outro fui percorrendo ruas e vielas,
Uma festa já datada estava ali para acontecer,
Eram rimadores de todos os Estados,
Que naquele palco iam se apresentar,
Como peão trovador não podia ficar de fora,
O prêmio era um Cadillac e uma mochila cheia de dinheiro,
Se bem me lembro,
Eram mais de cem vintens,
Pois o alto valor era para não tão cedo acabar,
Como companhia,
Chegou o Zé furação e o famoso Tião,
O rei dos trovadores,
Outros nomes da época,
Eram mais de trinta entre eles,
E como sanfoneiro chegou o Valentino belarmino,
E no fole não tinha pra ninguém,
Chegou um moço no tablado e começou a falar,
Hoje,
Hoje estão aqui presentes os grandes repentistas,
São humanos e são artistas,
E quero ver quem vai esse automóvel de luxo levar,
E como recordação,
Vai também essa sacola,
Nela contém uma herança,
E o seu diferencial,
É que não mais precisarão trabalhar,
Na hora da chamada veio um estranho,
Cabelo castanho e ele era do Sul,
Chegava gente de todos os lados,
E o arraial ja estava começando,
Uns se apresentaram,
E muitos deles foram vaiados,
De repente,
Esse moço alto desconhecido,
Bota boiadeira de salto,
E a espora batia na madeira e começava a relampiar,
Chapéu quebrado na testa,
Leventou a cabeça e começou a recitar uma trova em tom alto.
Nesse momento o silêncio foi geral,
Pois o trovador era um
Cabra da voz bem afinada,
E com duas rimadas,
Botou todos com a cara no chão.
Sua educação era notória e admirável,
Pois o artista não era uma pessoa comum.
Com toda elegância falou a plateia:
-Sou trovador de grandes ideias,
Falo aqui e falo acolá e não me apavoro,
Bato no pinho e piso no solo,
Esse quatro rodas com essa sacola , sou eu quem vou levar....
Autor :Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
O nível dos vereadores e prefeito de uma cidade reflete grande parte do seu próprio povo, pois eles não assumiram seus cargos por encanto.
Moramos juntos por uma primavera.
Foi o nosso acordo até ela se restabelecer na cidade.
-me avisa quando você quiser ir lá em casa. - e desapareceu porta afora.
Rápido,
porque nós dois somos péssimos pra despedidas.
Pronto!
Agora as tampas
dos tubos de pasta de dente
ficarão enroscadas.
O sofá,
absolvido das toalhas úmidas.
A louça,
protegida pelo armário
e salva dos escorredores.
Tudo no seu devido lugar.
Agora que estou sentado e bêbado penso sobre essas coisas.
Me sinto aliviado,
mas meus olhos parecem molhados e alguém está apertando a minha garganta como quem faz um suco de limão.
Malditos acordos que chegam ao coração.
Eu me chamo Lavrador
Olá!
Bom dia!
Me chamo Cidade Grande,
Meu pseudônimo é Capital,
E você ?
Qua é o seu nome?
____Opa !
Bom dia!
____Eu ?
Eu me chamo lavrador
Você já ouviu falar de mim ?
Não , não ! Na verdade é a primeira vez,
Aliás!
Ja ouvi sim,
Faz tanto tempo,
Mas nem dei ouvidos,
Sinceramente nem sei o que isso significa.
____Correto!
Então vou te falar apenas o mínimo do que sou.
___Eu!
Eu sou aquele que levanta cedo e faço o almoço e o café;
Eu!
Eu sou aquele que enfrenta o vento gelado para ir pro roçado;
Eu!
Eu sou aquele que deixo minha casa de madrugada para lavrar a terra;
Eu!
Eu sou aquele corro riscos e semeio sementes;
Eu!
Eu sou aquele que recebo ordens;
Eu !
Eu sou aquele que pego na enxada e começo a capinar;
Eu!
Eu sou aquele que ando pelas lavouras enfrentando bichos peçonhentos;
Eu!
Eu sou aquele que colho,
E o meu patrão leva para vender;
Eu!
Eu sou aquele que não sei do que você gosta,
Mas sou aquele que planta e colhe tudo que te alimenta;
Eu!
Eu sou uma interrogação sem respostas.
Onde eu moro não temos escolas,
Apenas trabalho bruto,
Mas temos de tudo de bom que você possa comer.
Eu!
Eu sou o dono dessa enxada,
E sabe o que ela me diz toda hora ?
____Não !
Ela é minha parceira,
E constantemente ela me diz:
-Use-me ! Oh lavrador dos braços doloridos e mãos calejadas,
Faça de mim o que quiser,
Bem sei que somos sofredores,
Pois os cegos das grandes cidades
Não sabem o quanto sofremos,
Para levar as suas mesas,
Tudo que plantamos e colhemos...
Autor :Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
"As luzes da cidade, ofuscam as luzes das estrelas.
A sua presença, de felicidade, inunda o meu eu, que é só tristeza.
Abro mão de tudo, por ti, larguei minha avareza.
Só no castanho dos seus olhos, fui capaz de descobrir a real beleza.
Só o seu toque drena minha força, sua pele, o seu cheiro, são minhas fraquezas.
Você faz com que, nem meu próprio coração, me obedeça.
Você ofusca minha sanidade, turva por completo, minha clareza.
Você é para mim como as luzes da cidade, que ofuscam as luzes das estrelas..."
Foi com saudades daquela cidade, daquela gente que quase me viu nascer que parti e fui parar no sul do Maranhão.
Como não amar essa cidade? Como não ficar fascinado com as portas e janelas que ela sempre deixa aberta para você?
Ele é a coisa mais óbvia que já me aconteceu, e por toda a cidade isso está acontecendo com outras mulheres...
Questão de tempo, partidas das horas, ventos trazendo a briza do mar, longe está a minha cidade, e perto sinto nós, da nossa liberdade!
Não quero mais nada me indicando as horas! Voltar?
Ou partir para outra história.
BN1996
18/08/2020
No lugar de um mundo, há uma cidade, um ponto, em que toda a vida de vastas regiões se acumula enquanto o resto seca. No lugar de um povo verdadeiro, nascido e crescido no solo, há um novo tipo de nômade, coando instavelmente em massas fluidas, o habitante da cidade parasita, sem tradição, totalmente realista, sem religião, esperto, infrutífero, profundamente desdenhoso do camponês e especialmente daquela forma mais elevada de camponês, o cavalheiro do campo.
O último homem da cidade-mundo não quer mais viver - ele pode se agarrar à vida como um indivíduo, mas como um tipo, como um agregado, não, pois é uma característica desta existência coletiva que elimina o terror de morte.
É a cidade tardia que primeiro desafia a terra, contradiz a natureza nas linhas da sua silhueta, nega toda a natureza. Ele quer ser algo diferente e superior à Natureza. Essas empenas altas, essas cúpulas, torres e pináculos barrocos não estão, nem querem ser, relacionados com nada na Natureza. E aí começa a gigantesca megalópole, a cidade-mundo, que nada sofre além de si mesma e se propõe a aniquilar o quadro do campo.
Muito, muito tempo atrás, o país gerou a cidade do interior e a nutriu com seu melhor sangue. Agora a cidade gigante suga o país, exigindo insaciável e incessantemente e devorando novos rios de homens, até que se cansa e morre no meio de um deserto quase desabitado de país.
Pantanal -verde sem par.
Casario -que é um tesouro.
Cidade Branca -Luar!
Turismo - sua fonte de ouro!
Benedito C G Lima.
A cidade toda pode te odiar e falar mal de você para mim, mas se tu me tratar bem eu vou te tratar melhor ainda. Não crio opinião pela cabeça dos outros.
sem tempo
Eu andava pelas ruas da cidade cantarolando cantigas e observando as lojas em que eu tanto sonhava entrar mais eu não tinha tempo.
Comecei então a observar o quando eu era triste e sozinho é tentei encontrar algo para me alegrar mais eu nao tinha tempo.
Então no meu tristonho trabalho me apaixonei pela mulher mais linda que eu ja avia visto,ela puxou assunto com migo e me chamou para tomar um cafe pós trabalho,mais eu não tinha tempo.
É entao na minha correria do dia a dia eu atravesso a rua com muita rapidez pois eu tinha pressa,vejo então uma luz é tudo fica claro então escuto uma voz,mais eu nao prestei atenção,eu nao tinha tempo.