Cidade
A cidade onde nasci só me ofereceu de bom a oportunidade de oferecer a ela o que a mesma nunca me ofereceu.
SONETO
A PONTE DA SAUDADE
Havia uma ponte sobre um rio,
Um rio que cortava uma cidade
A carne que gemia, um calafrio
Na ânsia de sentir uma saudade.
A ponte de tão frágil, caiu na` água
Só mágoa, num suspiro se afogou
Agora se travessa o rio a nado
Corrente dos desejos se quebrou.
As almas traspassadas em dores cruciantes
o rio e a cidade afastados hoje choram
a sorte esquecida, da ponte e dos amantes.
Mas a ponte da esperança não tem chão
na mente dos amantes que se encontram
distante da cidade do desejo e da ilusão.
Apesar da massa acinzentada da cidade, dos dias mecânicos que todos temos, das pessoas mal humorada, da correria do dia-a-dia, ainda a beleza e graça nas coisas. O céu azul, os dias de chuva, o nascer do sol ou quando ele se põe, as flores, as árvores, dias frios os quentes, as ondas do mar a faixada de areia, as estrelas, a lua, enfim diversas coisas e detalhes são maravilhosos, e que me fazem agradecer por cada um deles, todos temos as nossas singularidade e vemos, beleza e a felicidade, de formas diferentes, mas nunca deixe de agradecer por elas, mesmo que seja tão pouco ou algo simplório, e o mais importante encontre a beleza, felicidade e paz em si próprio e sempre seja grato, por tudo, por todos, por ser, existir, pela vida, sua casa, família, amigos, trabalho, às lutas e também as derrotas.
Enfim, agradeça seja grato. A gratidão é a forma mais simples de reconhecer e retribuir, tudo o que a vida oferece!
Brooklyn in the dark
Na cidade escura e fria do Brooklyn eu estou aqui, num bar bem "caídinho", depois de sair do trabalho frustrante e do namoro depressivo, vim nesse bar para afogar as mágoas do mundo e da vida.
A poucas pessoas nesse bar, seriamente nenhuma, deve por ser madrugada.
O mundo é realmente como uma roda gigante, sempre tem altos e baixos.
E agora estou em baixo.
Uma cidade segura tem o comercio aberto de venda e de serviços, 24 horas por dia. Uma cidade segura movimenta se, não precisa parar em função do calendário e do relógio.
Dizem que quem desta água beber nunca esquecerá e voltará.
Tem muitos motivos para nesta cidade voltar e pensar em permanecer.
Pessoas inesquecíveis
Lugares que conquistam
Tranquilidade e inspiração
Identificação e muito amor
Santa Cruz da Conceição é o meu viver!
"O povo de uma cidade ocupada, e administrada com tirania tendem a se voltar contra o seu governante ditador"...
No local menos improvável entre a rádio e a farmácia da cidade, você me abraça e, olhando nos meus olhos, diz: Depois de dois anos você é a única que desperta em mim essa vontade, então quer ser minha namorada? E a minha resposta foi a melhor possível, um beijo de sim! Desde aquele momento, senti que você era quem eu tanto procurava!
Tenório, o homem da capa branca
Artigo publicado no dia 12 de maio de 1987- Folha da Cidade-Caxias
Não teremos, de agora em diante, a força física do grande homem público, pai e avô, Tenório Cavalcante. Ele veio como um cometa e o brilho intenso de sua presença marcante ofuscou
os olhares daqueles que ainda não se acostumaram a olhar para cima. Por esta razão nem todos entenderam o comportamento resplandecente de sua genialidade.
Jamais passará desapercebido aos olhares do passado, do presente e do futuro, aquele que um dia enfrentou, como um gigante, o golias social. As quarenta e sete marcas de agressão que atingiram seu corpo não lhe feriram a alma. Muito mais respeitada do que temida essa vida de homem público escreveu uma das páginas mais interessantes da nossa história.
Tenório, o homem da capa preta não assustou os humildes, os fracos, os oprimidos. Ele veio como advogado dos pobres e o procurador das causas perdidas. Ele subiu aos palanques e falou como povo. Sofreu, porque se vestiu como as águias. Abriu as asas imensas da liberdade e se aninhou no coração das pessoas.
Tenório Cavalcante é uma espécie rara de político. Sua arma principal não falhou fogo- a justiça. As outras armas denunciadas pelos inimigos apenas compunham a fantasia preta que escondia o verso branco da paz.
Hoje, o coração da terra caxiense bate mais forte e seus filhos enxugam as lágrimas de saudade naquela capa que não é mais preta. Tenório redimiu-se dos seus pecados pelo sacrifício do Cordeiro e lavou suas vestes no sangue de Cristo. O homem da capa preta subiu ao céu de capa branca.
Rainha das festas na pequena cidade, ela sai por aí com seu vestido vermelho, ela diz: Um pouco de festa nunca matou ninguém... Então está tudo bem
Vestindo seu disfarce, ela sai.
Você pode vê-la sorrindo, mas não pode ver sua alma chorando.
Rodando pela noite, ela não é má
Só nasceu pra causar
Ela tem muitos aos seus pés, mas no final da noite está sempre solitária, sem ninguém para amá-la de verdade.
Desfilando com sua pele cor de bronze, ela é fria e insegura. Encontra refugio nas boates da cidade
Ela está tão perdida, que se ela olhar pra dentro ela pode se achar.
A propagação desta geometria, vaga e abstrata, encrostada pelas ruas da cidade, entre portas e janelas, musgos e reboques, revelam outros pontos de uma mesma história, vista por um milhão de olhos inocentes que plantam flores ou espinhos, sobem escadas atropelando seus próprios vizinhos sem carregar alguém ao colo, murmuram versículos mas sempre cruzam os braços. O que é uma boa música para quem nunca pôde escutar? Um dia. Sol, euforia, correria, poesia.
UM CONTRAPROGRAMA
1
esta montanha invade a cidade
e à sua margem penso
não no silêncio, na astúcia
e no exílio (que já foram
tentados a contento) mas
do lado de dentro
mesmo que impossível
extraviar-me no alheio
2
o alheio: não o outro
do morro ou o rosto
da rua, mas o que
ainda despercebido pulsa
e sobreviverá ao tempo
porque o fim disto
– desta cidade – não é
o de todas as coisas.
eu caminho seguindo
o sol
sonhando saídas
definitivas da
cidade-sucata
isto é possível
num dia de
visceral beleza
quando o vento
feiticeiro
tocar o navio pirata
da alma
a quilômetros de alegria