Cidade
MINHA RUA (soneto)
Das tuas sombras dos oitis a saudade ficou
És a rua do príncipe dos poetas, laranjeiras
Coelho Neto, onde sonhei de mil maneiras
E alegre por ti minha felicidade caminhou
Das tuas pedras portuguesas, o belo, cabeiras
Ao chegar de minas só fascinação me criou
Se triste em ti andei também o jubilo aportou
Me viu ser, indo vindo emoções verdadeiras
Em tuas calçadas a minha poesia derramou
Criando quimeras, quimeras tais derradeiras
Da Ipiranga a Pinheiro Machado o tempo passou
Em ti a amizade os vizinhos em nada mudou
Carrego tua lembrança, lembranças inteiras
Rua da minha vida, estória comigo onde estou...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro, 16 de 2017
Cerrado goiano
ao dia 16 de fevereiro 1976,
quando chegamos ao Rio de Janeiro...
VISITA (soneto)
Nos paralelepípedos das calçadas
Leio os versos do viver de outrora
Meu, rimas sinuosas e poeiradas
Numa memória tão fugaz e sonora
Vou sozinho, outras as madrugadas
A trama diferente, e outra a hora
Outros destinos, e outras estradas
Desassossegado, o que sinto agora...
Choco na linha da vida, nas esquinas
Fico calado. Desfaço o laço de fita
Do fado. Tem cheiro de naftalinas
Corri ao encontro da velha escrita
Sorri, falamos, ofegantes narinas
Segui andando, na revinda visita...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/05/2020, Triângulo Mineiro
OUTRA RUA
Onde estou? Está rua me é lembrança
E das calçadas o olhar eu desconheço
Tudo outro modo em outra mudança
Senti-la, saudoso, no igualar esmoreço
Uma casa aqui houve, não me esqueço
Outra lá, acolá, recordação sem herança
Está tudo mudado do tempo de criança
Passa, é passado, estou velho, confesso
Estória de vizinhança aqui vi florescente
Pique, bola: - a meninada no entardecer
Hoje decadente, e conheço pouca gente
Engano? essa não era, pouco posso crer
Ela que estranho! Se é ela ainda presente
Nos rascunhos, e na poesia do meu viver...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Agosto de 2020, 31 - Cerrado goiano
BAGAGEM, DOS BAGAGEIROS - (Estrela do Sul, MG)
É tão divino as ladeiras calçadas
E o fascínio da praça de tal graça
Casarios amontoados, namoradas
Estórias, e a vida que vem e passa
Bagagem dos bagageiros, raça
Cantatas, de belas madrugadas
És do sobrenatural, que abraça
Das suas paixões, tão amadas
Tem atração e salaz formosura
E a luminosa poética que canta
A visão do céu, cândida e pura
Do Triangulo Mineiro, se levanta
Amor, progresso, ordem... Jura!
Estrela do Sul, cidade que encanta!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 maio de 2023, 19’16” – Araguari, MG
A nós, os homens do lixo, resta-nos, botar no cesto, o descaso com a limpeza, a insensibilidade… e continuar tirando o chapéu para os homens da limpeza.
Gari, feliz dia!
Cuide bem do seu amor, sem pedir nada em troca. Dê carinho de bom grado, dê atenção, dê colo, dê abrigo, e acima de tudo, dê amor, muito amor e todas as coisas boas serão acrescentadas.
A vida é um grande talvez e não sabemos o que acontecerá amanhã. Mas hoje... hoje eu só quero esquecer.
A vida é relativamente curta para ser desperdiçada com pessoas vazias, sem princípios e sem sentimentos.