Cidade
quando você está ne uma cidade grande sua mente fica barulhenta,, quanto está numa cidade pequena reina a paz interior.
Mesmo na tecnologia da cidade, em qualquer idade, quem nasceu no sertão vai sempre se lembrar do privilegio e a felicidade de amar sob a luz do luar.
A flor doméstica perfuma a cidade, a flor silvestre os campos do sertão, a nossa amizade é a flor que perfuma o nosso coração.
Flor nasceu; no capim do sertão e no Jardim da cidade, no seu coração pra mim nasceu, a flor da sua amizade.
No silêncio da madrugada, na cidade dos vivos, parada ou na agitação, almas apaixonadas sempre encontrarão, motivos para uma canção.
Madrugada quente, cidade parada, rua sem gente, saudade danada, que não quer me deixar, procurei a lua para conversar.
No sertão ou na cidade, uma multidão sem noção e racionalidade, vivendo uma incoerência, parecendo uma demência; querem a construção de um mundo melhor, mas não focalizam o bom e o melhor de verdade, viralizam alto e bom som o pior da humanidade.
Carregando minha sofrência, numa cidade eu caminhava, a divina providência uma surpresa me aprontava; com o meu coração em dor, fiz os meus lábios sorrir, pra abraçar meu grande amor , que também estava ali. Eu não dei demonstração, mas só Deus e o meu coração, sabem a dor que eu senti.
Por intento e pura maldade, proibiram nosso amor de verdade, nos trazendo sofrimento, amargura e saudade, mas o que é de Deus, ninguém segura, não consegue segurar, mesmo que separar, voltará o amor a se reencontrar, seja lá aonde for.
A flor do jardim, perfuma a cidade, a flor do capim, perfuma o sertão, a flor da nossa amizade perfuma o coração.
Aqui está um pouco da minha história, contada em verso e prosa, moro aqui na cidade maravilhosa. Esta cidade eu amo de coração, mas não me sai da memória os meus tempos de sertão: namorando ao luar com minha amada amante, tocando a boiada, tocando o meu berrante, cavalgando a aboiar nos verdes campos do lugar.
Entre versos, poemas e poesias escuto o silêncio da madrugada.
A cidade dorme, você dorme. Em pensamentos toco teu rosto,
beijo tua face, acariciou teu corpo e sussurro em teu ouvido:
dorme doce anjo, sonha com os anjos e desperta pra mim !
Pessoas livres, grata...a quê ? A uma cidade sem memórias, aos funcionários mal remunerados, e obrigadas a aplaudir e gritar para não ficarem desempregados. Livres...gratas a quê mesmo ? Ao seu povo não ter ruas limpas, segurança, saúde, educação...Não vejo motivos, nem porque. Políticos tem o dever e a obrigação de fazer o minimo pela cidade que administram, pelo estado que cuidam, é pago e muito bem pago para isso mesmo, não é nenhum favor ! Vereadores, prefeitos, deputados, senadores, presidente são nossos empregados que além de receberem salários exorbitantes, usufruem de toda mordomia e mais que isso, recebem propina de tudo e todo jeito, portanto quem tem que agradecer e curvar-se diante do povo são eles, não nós !
A amizade é agradável, o íntimo humano é insondável, em qualquer idade, na roça ou na cidade, você pode nunca saber quem gosta de você de verdade.
Cada amanhecer, na cidade ou no sertão, é a minha oportunidade de viver e amar com inspiração, trabalhar com suor e muito empenho, fazer o meu melhor, na condição que eu tenho.
Ruas Caminhadas.
Dez anos se passaram desde que deixei a cidade,
Recentemente, voltei pra lá, meio por saudade.
Poucas mudanças, quase nada alterado,
É até engraçado, parece que o tempo ali foi parado.
Em uma década, só o mato foi aparado.
Andando por ruas onde, quando criança, corria,
De bicicleta, subia e descia sem ter medo do dia,
Percebi que cresci, mais alto fiquei,
O que era gigante, agora, miniatura enxerguei.
Por cada esquina e praça, um eu antigo eu via,
Uma fagulha do que fui, que hoje em mim renascia.
O filósofo, o questionador, o inventor esquecido,
O artista enterrado, que eu mesmo tinha reprimido.
É triste e feliz ao mesmo tempo esse reencontro,
Essa dualidade que me deixa viver sem confronto,
Revisitando o passado e o que nele deixei,
Descobrindo, de novo, os pedaços de quem sou e serei.
Padrinhos
Ainda na minha cidade natal,
As visitas aos dindos eram ritual.
De cavalo eu ia, mas ele, ligeiro,
Pegava embalo, virava no pampeiro,
E eu, pobrezinho, só via o terreiro!
Na piscina, afogava e ria,
Meio nadava, meio bebia.
E certa noite, na sala a deitar,
Uma aranha gigante parou pra me olhar.
Corri pro berço, fiz-me bebê,
Na falta de cama, o que mais ia ser?
De manhã, a cena ilustre:
Eu espremido, perna pra fora,
Torto, embolado, num baita sufoco!
Os dindos riam: “Isso é maria mole ou menino?”