Cidade
A noite fria cai sobre a cidade. Chove lá fora, Pergunto à lua o que é ser poeta. Ela que por tantas noites se esconde, hoje em silêncio me responde, que é ter a vida incompleta. O Silêncio grita palavras duras e ensurdecedoras, desviei o que pude da noite, porém me deparei com a madrugada triste e solitária. As vezes tenho medo da noite, a escuridão deixa tão clara minhas imperfeições, na imensidão da noite me perco meus pensamentos viajam para lugares so meus. Minha memória cria lugares inventa histórias. Hó madrugada desta noite fria e serena, onde a lua e pequena, me deixa entrar em tua cena e me faças sonhar .boa noite.
São Luís do Maranhão, cidade imortal,
Nas palavras e nas imagens, o tempo é ritual.
Eternidade que ecoa, como um canto suave,
Em cada esquina, em cada calçada, um convite a amar.
"Corações Ancestrais", cápsula do tempo a desvendar,
Em suas páginas, São Luís do Maranhão a encantar.
Cada leitura, uma jornada de magia e emoção,
O livro é um convite a uma eterna celebração.
São Luís, oh, São Luís, cidade de paixão,
Onde o reggae toca, em cada esquina, em cada canção.
Em teus casarões, em tua fundação,
Encontro a paixão, a verdadeira inspiração.
São Luís, cidade de arte e cultura,
Onde a história e o presente se misturam na mesma partitura.
Fundada pelos franceses, com amor e devoção,
Tua cultura é um tesouro, uma rica canção.
São Luís, cidade encantada,
Fundada pelos franceses, tão amada.
Com seus casarões em cores vibrantes,
E suas ruas que contam histórias fascinantes.
Cultura rica, de bumba meu boi e tambor de crioula,
Cidade de encantos, onde a lua orgulhosamente flutua.
O reggae toca, o coração balança,
Em São Luís, a esperança nunca se cansa.
São Luís, oh, São Luís, cidade de paixão,
Onde a arte e a cultura tocam o coração.
Em teus casarões, em tua fundação,
Encontro a inspiração, a verdadeira emoção.
São Luís, oh, São Luís, cidade de paixão,
Em cada rua, em cada canção,
Vejo a promessa de um novo amanhecer,
E sei que, um dia, irei te reaver.
Oh, São Luís, pérola do Maranhão,
Tua beleza é como uma canção.
Teus casarões, tua cultura, teu povo,
Em meu coração, teu amor renovo.
Histórias em Versos de Marabá:
Uma Antologia Poética da Terra de Carajás
Marabá, cidade poema
Filha da mistura, mãe da diversidade
Às margens do Tocantins, teu rio, tua veia
Cresceste com o ferro, teu sangue, tua sorte
Carajás, região rica
Em minérios, em vida, em cultura
Atrais olhares, cobiças, disputas
Desafias limites, possibilidades, futura
Marabá e Carajás, terra de contrastes
De beleza e destruição, de luta e resistência
De sonhos e realidades, de arte e ciência
De poesia e reflexão, de amor e consciência
Marabá, cidade de sonhos
Que nasceu da beira do rio
Que cresceu com os trilhos e os bonzos
Que vive com o povo e o desafio
Marabá, cidade de lutas
Que enfrentou a guerra e a dor
Que venceu a fome e as disputas
Que busca a paz e o valor
Marabá, cidade de poesia
Que inspira o verso e a prosa
Que expressa a alma e a alegria
Que aspira a liberdade e a rosa
BAIRROS: UMA VISÃO ABRANGENTE DE MARABÁ
Cidade Nova, bairro antigo
Que guarda a memória e a tradição
De um povo que cresceu com o perigo
De uma terra que se fez com a união
Morada Nova, bairro distante
Que acolhe a gente simples e sofrida
De um povo que luta a cada instante
De uma terra que se busca uma saída
Nova Marabá, bairro planejado
Que oferece infraestrutura e qualidade
De um povo que vive com conforto e dignidade
De uma terra que se orgulha do seu legado
São Félix, bairro ribeirinho
Que convive com a beleza e a enchente
De um povo que pesca com carinho
De uma terra que se renova com a corrente
Velha Marabá, bairro histórico
Que preserva a cultura e a identidade
De um povo que tem orgulho e brio
De uma terra que se ama de verdade
Cidade Jardim, bairro novo
Que surge com a esperança e a vontade
De um povo que sonha com o seu povo
De uma terra que se prepara para a liberdade
Marabá e Carajás, terra e cidade
Que se unem pelo destino e pela vontade
Que se complementam pela diversidade e pela igualdade
Que se fortalecem pela união e pela identidade
Marabá, cidade de sabores
Que se prova com a castanha e o pequi
Que se tempera com o tucupi e o jambu
Que se saboreia com o tacacá e o açaí
Visitei a cidade que minha mãe foi criada e agora indo rumo a cidade que meu pai nasceu. Estou me perguntando como eles conseguiram se encontrar de lugares tão distantes ?! A vida é magnífica e surpreendente!
Évora - Portas de Moura.
Há uma fonte ondulada
Entre portas na cidade
Uma janela trabalhada
E um mirante de saudade!
No mirante dessa casa
Ou na fonte engalanada
Uma só cousa nos abraça
Outra Era já passada!
Lá de fronte, essa Janela,
Traz Garcia de Rezende
Um Poeta, uma Estrela
Diz a voz de toda a gente!
Mas na casa Cordovil
Antepassados 'inda moram
Cavaleiros de Perfil
Qu'inda rezam, 'inda choram!
E a saudade é tão discreta
Nos olhares de quem passa
Que só o punho d'um Poeta
Nos dá corpo e nos abraça!
O Virus do Vazio -
(Covid-19)
Vou sozinho p'la cidade ...
Nao há nada!
As ruas estão vazias tal qual os corações
dos homens ...
Não sinto nada! Nada se ouve, nada se escuta,
só o vento que anuncia o vazio das ruas e
dos corações dos Homens ...
As janelas estão fechadas, as portas também!
Não se ouve nada! Só há gestos partidos
cheios de noite e escuridão!
Passa a solidão ... lenta e absorta.
Évora está deserta!
Deus fechou as Portas!
Os Homens estão despidos!
Não há nada! Não sinto nada! Não vejo nada!
Um só desejo me veste o corpo neste instante,
abraçar-te novamente, óh Évora Encantada!
(O Poeta, caminhando sozinho, por Évora vazia, na solidão das ruas desertas ...)
Lisboa Oculta -
Caminhei p'la noite no silêncio
da Cidade oculta adormecida!
Lisboa sonhava com o Tejo,
e na Mouraria, um fadista,
cantava ainda à dor da despedida.
Ouviu-se então
o rumor dos passos d'um Poeta
que também chorava a desventura
do Amor ...
Ninguém passava!A noite velava!
Ninguém estava! Só eu restava!
E depois de muito ter andado, reparei então,
que a Cidade adormecia oculta sob o Tejo
abraçados num só Leito ...
Óh Lisboa, o Tejo, será sempre teu Amado!
De Mim -
Saio à noite pelas ruas da cidade,
imerso em tristeza, mil horas de solidão!
Ai minha curta mocidade,
já sem orgulho ou ilusão ...
Ausente, alguém me vem à Alma,
e meu triste coração, pensa sempre e sempre em vão,
nesse Amor que grita, clama,
pelas ruas da cidade, pisando folhas pelo chão ...
E o vento chega sem perdão,
deixa sempre um lastro,
gelando o corpo e a solidão ...
Este Outono não tem fim,
já não passa outro Astro,
o que virá a ser de Mim?!...
Graça -
Mal o dia anoitecia na cidade
lá ia a Graça tão formosa como a Lua
era a fadista do bairro da saudade
e caminhando ia cantando pela rua.
Era bonito o seu andar de moça nova
pelas ruas da cidade de Lisboa
tinha no xaile o encarnado d'uma rosa
diziam ser o Rouxinol da Madragoa.
E numa aurora ao romper de muitas flores
o Sol nasceu e deu à Graça, longo beijo
o azul do Céu foi rasgado por mil cores
e ali ficou como Lisboa à beira Tejo.
A Procissão do Enterro -
É noite na cidade … noite cerrada.
Sexta-Feira da Paixão …
E vai um morto a sepultar!
Há sombras que se cruzam pelas ruas.
Gentes de negro. Negras gentes.
Deus no Céu se alteia, que na Terra,
nada É, como está ou deve ser!
E há lamento. E há saudade.
Parece a Morte triunfar.
E um cortejo se avizinha.
Capas negras. Solidão...
Corpos vacilantes num passo de lamento.
Círios apagados, ainda …
Velas sem destino pela rua em tantas mãos.
Olhos inocentes, ausentes, descrentes.
E tanta gente … tanta gente …
Gestos de culpados.
Arrependimento feroz. Secura.
Andores pela rua ao som dos passos
de quem espera e desespera …
Irá Deus a sepultar?! Deus morreu?!
A Morte não é o fim mas o começo,
estranha contradição. Ressurreição …
E vão … passando … num pisar de negro luto …
… passam... indo … pisando a solidão … mas vão …
… vão … vão ….
E aonde irão?! Aonde?! …
Deus foi morto pelos Homens?!
Que estranha percepção … é loucura, sonho,
ilusão … cai o firmamento!
Se Deus não morre, quem vai ali, naquele esquife
a enterrar?!! Quem?!!...
E o cortejo toma forma, a marcha alinha,
o Povo no compasso, num compasso de amargura,
espalha pela rua um lamento, um grito de solidão …
Há um eco de saudade!
“O SENHOR É MORTO! O SENHOR É MORTO! O SENHOR É MORTO!”
Terá morrido?!! … Não creio! Não creio! Não creio! ...
Velhas Pedras da Cidade - Évora -
Velhas pedras da cidade
que outrora já foi Moura
"Ruas-Frades" por piedade
que o passado não perdoa.
Velhas pedras da cidade
que o silêncio não calou
passe a vida ou a idade
pois o tempo as consagrou.
Velhas pedras da cidade
são cansaços do destino
são poemas sem vaidade
de poetas sem caminho.
Velhas pedras da cidade
- cinza fria que não sente -
não se esqueçam da saudade
no olhar de toda a tente.
No Berço da Cidade -
Cinco letras tem o nome
da cidade onde nasci
é palavra que não dorme
nesse berço onde cresci.
Ó Évora cantada,
pelas águas da fonte,
és Évora, doirada,
erguida num monte.
Oito ruas tem a Praça
oito bicas tem a fonte
e à quina do Arcada
está a igreja de fronte.
Entre portas e janelas,
oito entradas na igreja,
cinco grades moram nelas
Santo Antão as proteja.
Também há oito solidões
p'ra quem vive de saudade
é a dor dos corações
neste Berço da Cidade.
Gangrenas -
Ó empedernida solidão, estática, parada
num jardim desta cidade, sobre o busto que levanta
uma espera imortal! Fitando a luz do nada
ergue-se do chão, Florbela Espanca!
Minha vida é cor da sua! E ninguém me peça
pausa ou silêncio! Que a vida que me deram,
cor dos olhos dos mortos que morreram
é fria, porque os mortos arrefecem depressa ...
Só não arrefece a minha eterna e profunda solidão
cor da mágoa das Gangrenas do Senhor,
meu espelho ou ilusão de Ser nas necroses do coração
num sentir que está parado neste imenso mar de dor!
No Jardim Público de Évora frente ao busto da Poetisa.