Cidade
O primeiro dia do ano em Rodeio
A música que toca
no Centro da minha cidade
de Rodeio que fica
no Médio Vale do Itajaí
neste primeiro dia
do ano é a da chuva mansa
caindo misturada ao canto
do galo e dos pássaros,
Enquanto isso eu brindo
a paz com poesia,
a chegada do ano
e morar com toda a beleza
que abastece a inspiração
de prosseguir na vida
com Confraternização
Universal e dos sonhos
continuar sempre a construir.
Quase...
Eu quase morri de saudade...
Eu quase bebi a cidade inteira...
Eu quase perdi a cabeça...
Anderson_rosa
Sou do interior da Paraíba, de um lugar de pessoas de coração gigante
Sou da cidade de Jackson do Pandeiro pois sou de Alagoa Grande
Noites escuras
Nas noites escuras das praças da cidade,
Os jovens vazios se reúnem em bando,
Sem rumo, sem causa, sem nenhuma piedade,
E a solidão os envolve num abraço profundo.
As luzes dos postes lutam para iluminar,
Mas a escuridão é mais forte e persistente,
E as sombras se alastram sem cessar,
Numa dança sinistra e envolvente.
As vozes ecoam pelo ar,
Mas não há nenhuma mensagem a transmitir,
Apenas o vazio a se propagar,
E a solidão a se multiplicar sem fim.
Cidade do pequi, do cerrado, do pôr sol de 50 tons...
Terra dos sons sertanejo, artesanato, do biscoito de queijo.
Agui no Goiás - Goiânia!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
cerrado goiano
Pele fina e lindeza não constroem uma cidade; mas conhecimento e iniciativa tornam uma comunidade mais rica.
Forte Amor
Vou ver uma cidade, cidade de muita, luz,
caminho nesse sentido, até lá entrar!...
Sim eu vou lá estar, e lá vou sempre ficar.
Na cidade eterna, cidade do rei Jesus.
Já vem esse dia, dia de vitória total,
em que foi vencida a morte e o mal,
e para sempre estarei com o meu rei,
que dos céus vem e governará na sua lei.
Reina Deus meu, nesse teu poder santo,
Ora vem Senhor Jesus, rei da paz eterna,
Tempo é de reinares e de tirares todo o pranto.
A criação clama em adoração e em clamor,
por ti apela o sol, a lua e toda a estrela e a terra,
tu príncipe do verdadeiro e forte amor!...
Coloquei música no meu ipod e uma melodia suve me invadiu. Garoava lá fora e a cidade parecia levamente cinzenta. Pessoas andavam na rua apressadas com seus guarda-chuvas enquanto Edu Lobo e Tom Jobim cantavam “Luiza” no meu ipod fazendo eu divagar e pensar em como seria morar ali, se seria caótico, se seria mágico, se as pessoas liam Erico Verissimo e ouviam Tom Jobim, como eu. A chuva caía suavemente escorrendo pelo vidro da janela e uma moça corria segurando um guarda-chuva vermelho. Eu achei a imagem digna de um quadro e se eu fosse artista eu pintaria um quadro, mas eu sou escritora, então escrevo, então descrevo. Descrevo como o guarda-chuva revolto se agitava com o toque do vento, de como a garoa aos poucos queria se transformar em uma chuva. Descrevo como um sol preguiçoso se escondia atrás da névoa... fui tomada de uma onda de suavidade e eu tive me segurar para não cutucar Josh no banco da frente e mostrar a música que eu ouvia e dizer como era bonita, como era poética. Eu queria dizer que o cenário lá fora combinava perfeitamente com a música e como daria um belo quadro, uma bela canção, um belo poema. Eu queria dizer tudo isso, mas me detive. Ele certamente acharia que eu era idiota. Eu não sei dizer diário porque pensei em cutucar Josh e falar para ele sobre bossa nova e sobre poesia aquela hora da manhã. Não sei explicar logicamente a mim mesma porque entre tantas pessoas ali no ônibus eu pensei em Josh. Não sei dizer porque eu pensei que certamente ele seria a única pessoa no mundo que poderia entender, que poderia me entender. Pensei que nenhuma de minhas amigas entenderia aquele momento de sensibilidade em que a chuva caía suavemente e como a música corria por minha mente, levando-me com ela. Nenhuma de minhas amigas entenderia pois elas jamais teriam a sensibilidade suficiente para isso, para sentir a música e a poesia correndo pelo corpo como chuva, mas eu pensei que Josh entenderia e não sei dizer ao certo porque tive essa sensação naquele momento.
Solitário
Como um lobo solitário
vago pelas ruas da cidade.
As estrelas, à noite, são meu guia.
O vento, durante o dia.
Becos sem saídas.
Esquinas apontam nenhum lado.
Caminhos errados.
Um cão abandonado.
Memórias de memórias.
Sentimentos no passado afogados.
Falta-me identidade.
Venha comigo;
Vamos viver em uma cidade romântica;
Paris é uma delas;
Quero lhe levar para o mundo à fora;
Se der certo, vamos viver uma vida feliz;
Uma vida feliz juntos;
Se cairmos, vamos cair juntos;
Nossa vida é para viver juntos;
Na vida, na morte;
Venha! Aproveite meu amor!
_ Eu quero ir embora...
_ Embora de casa?
_ Não.
_ Da cidade?
_ Não.
_ Deste estado?
_ Não.
_ Do país?
_ Não!
_ Então... Do continente?
_ Não!
_ Então não tem pra onde ir! Vai ir embora do planeta?
_ Talvez... Talvez eu encontre uma constelação longe disso tudo.
Você busca resposta mas a garoa forte rasga a cidade que insiste em não parar de me alucinar. Respostas vão faltar, mas o importante é que a poesia não pode parar.
Preciso me concentrar.
Porque a poesia vem em forma líquida, e em breve escorrerá. Escorrerá e não a terei de volta, porque, assim como a água, seu curso natural seguirá.
Palavras somem, mas é sempre assim. Um café passado e elas voltam. Parece que têm receio de se juntar, mas por puro medo do fim.
Não é tristeza, apenas aglomeração de letras úmidas, que castigam o envelhecido e amareladocaderno de capa dura de versos e prosas. Páginas ressecadas dão um ar vintage. Ou velho mesmo. Que mania que temos de deixar as coisas mais garbosas.
Não nos percamos no caminho, o foco aqui é outro. Nem que o café esfrie, sigamos o cortejo. A poesia não espera, tem data e hora para chegar. Da mesma forma que te contamina, te deixa semolhar para trás. Poderá até ter outra, mas essa não volta jamais.
Se você não enxerga a poesia como um patrimônio social, trago más notícias. É na poesia que fatos são esclarecidos, narrados e traduzidos, mas de uma forma especial.Para o mundo real. Nem sempre atual.
Por mais efêmera que possa parecer, ela permanece ali, para quem ousa interpretá-la. Absorvê-la é um dom. Não dom desses que nasce com você, mas daqueles que você opta em ter. Poesia é a cristalina literatura. Trazida em sua forma mais leve, mas só para aqueles que ousam sentir, em sua versão mais pura.
Poesia, assim como música, são letras que entram pelos poros. Palavras bem organizadas, que captamos até por sinais sonoros.
Nelson Rodrigues dizia invejar a burrice, pois ela é eterna.
Eu tenho cá minhas invejas, também. Mas prefiro o outro, que sempre dizia de forma serena.
Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena.
Salvem a poesia!
Já parou para pensar que você logo vai embora.
Você que se acha o melhor da sua cidade
Já pensou que você vai embora.
Você que gosta de perseguir os seus desafetos sem piedade e sem dó já pensou que você vai embora.
Você que não mede as consequências para ficar bem na vida trapaceando já penou que você vai embora.
Pense um pouco que a vida e muito curta não compensa tirar proveito para se beneficiar.
Você vai embora e não vai levar nada
–nada – Antes de ir embora viva a vida intensamente.
Na cidade da garoa salpiscos...
Vento voa, rua afora se alastra chuviscos.
•Nem se chora só
•Nem se anda leve.
•Nem cabelos soltos.
Como peixes em tarrafa, meio tristes, encharcados, gorros envoltos.
Coitado do povo de Jericó!
Antes dos filhos de Israel darem sete voltas na cidade e seus muros caírem, Satanás "deu uma volta" no povo, pois prometeu segurança total, mas como sempre não cumpriu a promessa.
Pr. Paulo Affonso Generoso
Quando estamos intoxicados não adianta mudar de lugar, de bairro, de cidade, de igreja, temos que nos desintoxicar, caso contrário tudo que faremos é intoxicar outras pessoas.
Eu poderia ser mais equilibrada
Mas fui criada solta na cidade e vi de tudo
Estive com a burguesia e sua mesa farta de lamentações
E com os oprimidos que celebravam e bebiam seus instantes de glória
Eu disse para mim o que era certo ou não
E tantas vezes errei
Mas carreguei nas costas o peso das escolhas que fiz
Já culpei meus pais por ausência e ex namorados por falta de paciência
Hoje me dispo de mágoas, permaneço em frente ao espelho e aceito que tudo sempre foi reflexo
Tudo
Ponho a mesa para minhas sombras sabendo que elas não chegarão sozinhas
Trazem também a luz que me habita
Estão sempre juntas e não desistem de mim
Abraço a enormidade complexa e tão simples e diabólica que sou
Acarinho meu passado, danço com o presente e sorrio para o futuro distante
Se me sinto julgada percebo que a juíza está em mim
As vezes esqueço meu poder e me escondo embaixo do cobertor de ilusão
Mas quando saio vejo a frase de batom no meu espelho: “Você é incrível”
Eu sou
Incrível errante da peça da vida
Somos todos artistas
Minha tia cismava que eu seria atriz
E sou
Encarnei minha vida como a história única que é
Não quero ser ninguém que não eu
Quando penso quão difícil é existir
Olho novamente sobre outra perspectiva e me (re) encanto
Sou privilegiada
Sou abastada de questões e embora isso pese,
É parte integrante e indissociável do meu personagem-ser
Aceito todos os tropeços, as palavras não ditas, as repetitivas
Não finjo mais ser o que não sou
As vezes sim, é verdade
Dói ser o que se é e ainda não assumo todos os meus desencaixes
Que são muitos
E está tudo ok
Encaro como a oportunidade de ser um outro alguém
Só não posso me apegar ao personagem
Sempre amei histórias
As primeiras edições são tão cruas
Tudo que escrevi foram rascunhos do que existe hoje
Mas o conteúdo é o mesmo com parêntesis e correções:
A alma humana imoral
As insignificâncias
As ânsias
E o culto ao direito de errar
Não sinto nem aceito pena
Estou aberta e jogada ao mundo
Tudo pode me habitar
Hegemonia
Ouvi vós torres altas da cidade do comércio imundo,
vós que dizeis, esta cidade é minha, eu a edifiquei,
todos os altos montes e vós que sois donos de tudo,
que dais passos largos, e dizeis isto fui eu que criei.
Vós que dizeis sou melhor do que tu, não vou à prisão,
sei muito, leio muitos livros e tenho uma boa educação.
Todos vós grandes da sociedade, que ides às festas sociais,
e que pelos homens, sois adorados e considerados especiais.
E vós pobres, de espírito, que sois muito altivos,
E vos considerais sempre, muito desventurados.
Confiais no vosso muito estado diminutivo.
Vós todos diante do rei do universo, que já vem,
vós que diante dele estais nus, sereis julgados.
Vesti-vos das roupas dele, que só ele tem!
Se votar no escuro, nada ficará claro! Vote em quem pensa na cidade e não apenas em ter poder, em "MANDAR", em manipular a máquina pública e em construir para si palácios magníficos da arquitetura moderna.
O dinheiro público é pra ser injetado e investido na cidade, não no próprio bolso pra levar uma vida de superstar de Hollywood!!!