Cidade
Foi com saudades daquela cidade, daquela gente que quase me viu nascer que parti e fui parar no sul do Maranhão.
Como não amar essa cidade? Como não ficar fascinado com as portas e janelas que ela sempre deixa aberta para você?
Ele é a coisa mais óbvia que já me aconteceu, e por toda a cidade isso está acontecendo com outras mulheres...
Questão de tempo, partidas das horas, ventos trazendo a briza do mar, longe está a minha cidade, e perto sinto nós, da nossa liberdade!
Não quero mais nada me indicando as horas! Voltar?
Ou partir para outra história.
BN1996
18/08/2020
Pele fina e lindeza não constroem uma cidade; mas conhecimento e iniciativa tornam uma comunidade mais rica.
Coloquei música no meu ipod e uma melodia suve me invadiu. Garoava lá fora e a cidade parecia levamente cinzenta. Pessoas andavam na rua apressadas com seus guarda-chuvas enquanto Edu Lobo e Tom Jobim cantavam “Luiza” no meu ipod fazendo eu divagar e pensar em como seria morar ali, se seria caótico, se seria mágico, se as pessoas liam Erico Verissimo e ouviam Tom Jobim, como eu. A chuva caía suavemente escorrendo pelo vidro da janela e uma moça corria segurando um guarda-chuva vermelho. Eu achei a imagem digna de um quadro e se eu fosse artista eu pintaria um quadro, mas eu sou escritora, então escrevo, então descrevo. Descrevo como o guarda-chuva revolto se agitava com o toque do vento, de como a garoa aos poucos queria se transformar em uma chuva. Descrevo como um sol preguiçoso se escondia atrás da névoa... fui tomada de uma onda de suavidade e eu tive me segurar para não cutucar Josh no banco da frente e mostrar a música que eu ouvia e dizer como era bonita, como era poética. Eu queria dizer que o cenário lá fora combinava perfeitamente com a música e como daria um belo quadro, uma bela canção, um belo poema. Eu queria dizer tudo isso, mas me detive. Ele certamente acharia que eu era idiota. Eu não sei dizer diário porque pensei em cutucar Josh e falar para ele sobre bossa nova e sobre poesia aquela hora da manhã. Não sei explicar logicamente a mim mesma porque entre tantas pessoas ali no ônibus eu pensei em Josh. Não sei dizer porque eu pensei que certamente ele seria a única pessoa no mundo que poderia entender, que poderia me entender. Pensei que nenhuma de minhas amigas entenderia aquele momento de sensibilidade em que a chuva caía suavemente e como a música corria por minha mente, levando-me com ela. Nenhuma de minhas amigas entenderia pois elas jamais teriam a sensibilidade suficiente para isso, para sentir a música e a poesia correndo pelo corpo como chuva, mas eu pensei que Josh entenderia e não sei dizer ao certo porque tive essa sensação naquele momento.
Solitário
Como um lobo solitário
vago pelas ruas da cidade.
As estrelas, à noite, são meu guia.
O vento, durante o dia.
Becos sem saídas.
Esquinas apontam nenhum lado.
Caminhos errados.
Um cão abandonado.
Memórias de memórias.
Sentimentos no passado afogados.
Falta-me identidade.
Venha comigo;
Vamos viver em uma cidade romântica;
Paris é uma delas;
Quero lhe levar para o mundo à fora;
Se der certo, vamos viver uma vida feliz;
Uma vida feliz juntos;
Se cairmos, vamos cair juntos;
Nossa vida é para viver juntos;
Na vida, na morte;
Venha! Aproveite meu amor!
_ Eu quero ir embora...
_ Embora de casa?
_ Não.
_ Da cidade?
_ Não.
_ Deste estado?
_ Não.
_ Do país?
_ Não!
_ Então... Do continente?
_ Não!
_ Então não tem pra onde ir! Vai ir embora do planeta?
_ Talvez... Talvez eu encontre uma constelação longe disso tudo.
Você busca resposta mas a garoa forte rasga a cidade que insiste em não parar de me alucinar. Respostas vão faltar, mas o importante é que a poesia não pode parar.
Preciso me concentrar.
Porque a poesia vem em forma líquida, e em breve escorrerá. Escorrerá e não a terei de volta, porque, assim como a água, seu curso natural seguirá.
Palavras somem, mas é sempre assim. Um café passado e elas voltam. Parece que têm receio de se juntar, mas por puro medo do fim.
Não é tristeza, apenas aglomeração de letras úmidas, que castigam o envelhecido e amareladocaderno de capa dura de versos e prosas. Páginas ressecadas dão um ar vintage. Ou velho mesmo. Que mania que temos de deixar as coisas mais garbosas.
Não nos percamos no caminho, o foco aqui é outro. Nem que o café esfrie, sigamos o cortejo. A poesia não espera, tem data e hora para chegar. Da mesma forma que te contamina, te deixa semolhar para trás. Poderá até ter outra, mas essa não volta jamais.
Se você não enxerga a poesia como um patrimônio social, trago más notícias. É na poesia que fatos são esclarecidos, narrados e traduzidos, mas de uma forma especial.Para o mundo real. Nem sempre atual.
Por mais efêmera que possa parecer, ela permanece ali, para quem ousa interpretá-la. Absorvê-la é um dom. Não dom desses que nasce com você, mas daqueles que você opta em ter. Poesia é a cristalina literatura. Trazida em sua forma mais leve, mas só para aqueles que ousam sentir, em sua versão mais pura.
Poesia, assim como música, são letras que entram pelos poros. Palavras bem organizadas, que captamos até por sinais sonoros.
Nelson Rodrigues dizia invejar a burrice, pois ela é eterna.
Eu tenho cá minhas invejas, também. Mas prefiro o outro, que sempre dizia de forma serena.
Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena.
Salvem a poesia!
Na cidade da garoa salpiscos...
Vento voa, rua afora se alastra chuviscos.
•Nem se chora só
•Nem se anda leve.
•Nem cabelos soltos.
Como peixes em tarrafa, meio tristes, encharcados, gorros envoltos.
Coitado do povo de Jericó!
Antes dos filhos de Israel darem sete voltas na cidade e seus muros caírem, Satanás "deu uma volta" no povo, pois prometeu segurança total, mas como sempre não cumpriu a promessa.
Pr. Paulo Affonso Generoso
Quando estamos intoxicados não adianta mudar de lugar, de bairro, de cidade, de igreja, temos que nos desintoxicar, caso contrário tudo que faremos é intoxicar outras pessoas.
Eu poderia ser mais equilibrada
Mas fui criada solta na cidade e vi de tudo
Estive com a burguesia e sua mesa farta de lamentações
E com os oprimidos que celebravam e bebiam seus instantes de glória
Eu disse para mim o que era certo ou não
E tantas vezes errei
Mas carreguei nas costas o peso das escolhas que fiz
Já culpei meus pais por ausência e ex namorados por falta de paciência
Hoje me dispo de mágoas, permaneço em frente ao espelho e aceito que tudo sempre foi reflexo
Tudo
Ponho a mesa para minhas sombras sabendo que elas não chegarão sozinhas
Trazem também a luz que me habita
Estão sempre juntas e não desistem de mim
Abraço a enormidade complexa e tão simples e diabólica que sou
Acarinho meu passado, danço com o presente e sorrio para o futuro distante
Se me sinto julgada percebo que a juíza está em mim
As vezes esqueço meu poder e me escondo embaixo do cobertor de ilusão
Mas quando saio vejo a frase de batom no meu espelho: “Você é incrível”
Eu sou
Incrível errante da peça da vida
Somos todos artistas
Minha tia cismava que eu seria atriz
E sou
Encarnei minha vida como a história única que é
Não quero ser ninguém que não eu
Quando penso quão difícil é existir
Olho novamente sobre outra perspectiva e me (re) encanto
Sou privilegiada
Sou abastada de questões e embora isso pese,
É parte integrante e indissociável do meu personagem-ser
Aceito todos os tropeços, as palavras não ditas, as repetitivas
Não finjo mais ser o que não sou
As vezes sim, é verdade
Dói ser o que se é e ainda não assumo todos os meus desencaixes
Que são muitos
E está tudo ok
Encaro como a oportunidade de ser um outro alguém
Só não posso me apegar ao personagem
Sempre amei histórias
As primeiras edições são tão cruas
Tudo que escrevi foram rascunhos do que existe hoje
Mas o conteúdo é o mesmo com parêntesis e correções:
A alma humana imoral
As insignificâncias
As ânsias
E o culto ao direito de errar
Não sinto nem aceito pena
Estou aberta e jogada ao mundo
Tudo pode me habitar
Se votar no escuro, nada ficará claro! Vote em quem pensa na cidade e não apenas em ter poder, em "MANDAR", em manipular a máquina pública e em construir para si palácios magníficos da arquitetura moderna.
O dinheiro público é pra ser injetado e investido na cidade, não no próprio bolso pra levar uma vida de superstar de Hollywood!!!
Ignorando os sofrimentos humanos, você continuará vendo a belíssima cidade de sempre. Apenas tenha cuidado para não tropeçar no que – ou em quem – você não vê.
A cidade tá na mesma e eu volto pro mesmo abraço
Eu sei muito bem o traço da saudade
E quando eu chegar
Me espere em sua porta
E não me deixe ir
Se sabe que eu não volto
Então, o que vai ser?
A cidade da Abundância: Abundancity
Na cidade da Abundância, chamada Aundancity, cada cidadão já nascia com 1 milhão na conta bancária.
O OVO
Um dia talvez
Continuo sendo freguês,
No meio de uma cidade
Ou no mercado burguês.
Com sapato novo
Começo o dia
Cumprimentando o povo,
De lapis na mão
Falarei pra essa gente
Um assunto diferente
De um novo poema
Cujo o tema é o ovo.
Não sei se serei bobo
Ou Falarei enganando os bobos
Na casca do ovo.
Bobo sou eu
E o ovo também.
A galinha com sua cabeça
Vai fazendo força,
Vai botando
Por onde vai passando,
Deixando seu ovo.
21 dias chocando.
Pintinhos abortados,
Outros vingados,
E vai se espalhando
Na frigideira,
Coloco manteiga,
Saiu o Zé do olhão.
Ou se preferes,
Bife do zóião.
De olho no ovo,
Bato a casca na quina.
O ovo também serve
Pra medicina,
Alimenta todos nós;
Muita clara e gema
Batendo bem direitinho,
Temos o omelete.
Muitos usam e fazem seus testes.
E serve o mundo dos cosméticos.
Tem gente
Que só quer ser diferente,
Come ovo cedo,
Até no café.
Vai jantar ovo batido,
Quando enjoa,
Come cozido.
Bicho da casca mole,
Dele também se faz maria-mole.
Pro bolso é muito poupavel.
Vamos continuar comendo
Nos mantendo saudavel...
Convido todos,
Agora nesse banquete,
Desse ovo
Acabou de sair o bolo...
Autor:José Ricardo
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