Cidade
A CIDADE DOS MEUS OLHOS
Já houve um tempo em que da janela,
Se via uma cidade projetada na calçada,
Um espaço curto e fraterno,
Onde as pessoas se acenavam de perto,
Beijavam-se de perto,
Despediam-se de perto,
E se abraçavam várias vezes no dia.
A janela existe com uma fila de jarros,
Com flores silvestres, tiradas dos beirais das serras.
Meus olhos me arremetem ao tempo da Cidade,
Agora esverdeada em sua base,
E colorida em seu cume.
Mas deu noutro lugar diferente.
As pessoas de dispersaram,
Alguns venderam outros compraram,
Pedaços, vãos inteiros de terras.
E tomaram distância umas das outras
Ainda bem que resistiu o amor.
E elas agora se beijam de longe,
Acenam-se de longe,
Despedem-se de longe,
E quase não se vêem.
DOCES MEMÓRIAS
Nos idos tempos de outrora, o Rio de Janeiro, linda e por isso chamada de “cidade maravilhosa”, dispunha de uma ótima safra de rapazes de primeiro quilate, homens de belo porte, inteligentes, galanteadores, envolventes... etc, e as belas mulheres que ali viviam, podiam ser por eles cortejadas. Para não cair no esquecimento elas anotavam no seu diário, fechado a sete chaves, o nome daquele que tanto lhe havia encantado, mas mal escrevia o nome de um, já era hora de abrir novamente o cadeado para logo outro anotar.
As mais belas podiam ser chamadas de “garota de Ipanema” melhor dizendo para a época, garota de Copacabana, pois naquele tempo, era ali que tudo acontecia, e algumas sem muito esforço conseguiam enumerar uma lista tão extensa, digna de serem incluídas no livro dos recordes, e eram capazes de fazer inveja, as mais esbeltas mulheres de hoje, que com os seus corpos esculturais não conseguem sequer listar uma meia dúzia, isto para as mais privilegiadas, porque aquelas que não dispõem de tais atributos, coitadas, nem o diário, que até já virou anuário, elas abrem.
Por que será? As mulheres de hoje já não encantam tanto assim? Não é bem isto que acontece nos nossos dias, e sim que os homens de hoje, não são mais tão gentis como os de antigamente, verdadeiros cavalheiros, que com o seu jeito todo requintado, faziam com que as mulheres pudessem vê-los não como “príncipes encantados”, mas sim como verdadeiros amantes, que juntos pudessem desfrutar de grandes maravilhas, que somente quem isso viveu, pode contar.
Vitória (ES), 20/06/2011
(Dedico este texto ao meu amigo Miguel José de Souza Reis, que tantas histórias me conto e encantou).
O QUE ME DIZ?
Azul e rosa
Cidade e roça
Eu peço um beijo
Durmo com o desejo
Ela nega tudo
Insisto, seguro
Quero abraço forte
Ela diz: 'não terá sorte'
Só me vira as costas
Eu lhe abro as portas
À repreensão
Eu digo: 'desisto não!'.
Faz cara feia
Eu sorrio, ela despenteia
Lhe retiro as forças
Se entrega, moça!
Não há desvio
Quando o caminho
Pertence ao tempo
Que nem cinzento
Se faz escuro
Pra cobrir o muro
Que o amor detona
Quando aquela dona
É a destinada
Para ser amada
Por toda vida
Então, permita
E abrace a hora
Que é agora
Será feliz
O que me diz?
ARTIGO GENÉRICO DA SACANAGEM
Uma cidade cujo poder público é dono da iniciativa privada... O judiciário teme o legislativo... A oposição política tem código de barras... Bandidos cuidam da segurança e o povo gosta, é uma cidade sem cidadãos.
Numa cidade sem cidadãos, qualquer esmola compra um voto; qualquer promessa infundada ganha crédito e a massa não cansa de sofrer... Por isso repete os votos vendidos, de cabresto, nos mesmos nomes ou em nomes vinculados aos velhos clãs do vício, do abandono,a mentira e a corrupção.
Estou numa cidade sem cidadãos... E não adianta lutar isoladamente - mesmo assim não desisto - contra os que roubam minha cidadania. Estou no todo; sou artigo genérico da sacanagem que viciou este povo.
Frio. Dedos gelados, pés endurecidos, abraço solitário. Frio. Barulho de chuva, cheiro de cidade molhada , sentimento de vazio. Frio. Árvores debatendo-se junto ao vento, carros e água correndo, em movimento , aspecto monónoto , sombrio. Frio. Céu nublado, brisa e tempo gelado, solidão, pensamentos, devaneios, mais de mil. São tantos significados dentro da palavra frio.
Quem sou eu ? Danilo Souza Santos
Danilo Souza Santos, nasceu em 23 de março de 1988, na cidade de São Vicente-sp. É casado com a jovem Thauany Caroline B. Dos Santos, ao 1 ano e poucos meses, não tem filhos(as), trabalha como Auxilia de Deposito, da empresa Atacadão de Santos-sp.
Nas horas que não esta nem trabalhandoe nem com a esposa, ele gosta de asistir o jogo do seu time do coração o super santastico(SFC).Publicarei meu terceiro livro em bre ele ser chamara Quando Tudo Começou entre Danilo e Thauany...
- Sabe, não sei andar pela cidade, mas sei traçar todo o caminho que me leva até a casa dele. Não sei andar pela minha casa, mas sei vagar pela casa dele no escuro. O que eu tenho doutor?
- Um GPS e uma Lanterna. É o que você não tem.
Revolta
Terra de Deus
Cidade dos poetas ocultos,
das injustiças, calunias
e das desinformações
Sonho em tiver independente
Descaso, exploração, migalhas
Por que esta realidade imposta?
Isto não mim agrada canalhas!
As noites são encantadas
Pacata quando é necessário
Onde o justo não tem salários
Futuro de um bon vivant
Sonhar é perigoso demais
Esta ela tua realidade Ibitupã.
CLÉSIO COELHO CUNHA – CANTO REAL DUM JUIZ
Um certo dia, um raio cruzou a “Cidade Esperança,”
Levando uma tarja d’ouro quão reluzente!
Nascia o menino n’Alto Turi sem tardança,
Da pátria de Zé Doca se fez diligente,
Levantou balizas n’ alegria familiar,
Confiou as lições com a mãe sem abreviar,
Erigiu-se n’alma dum homem corajoso,
Abriu os doces sonhos com arco ditoso,
Do Maranhão improvisou a sua nobre canção,
Altivo Juiz que o povo quer: é talentoso,
Um julgador cordial e tem bom coração.
Foi na cidade de Zé Doca com bonança,
Onde Vicente e Isabel erguera’ o Progresso,
Labutas com ardor fizeram a mudança,
N’anfiteatro da Grécia foi um grande sucesso,
Da pecuária e educação saiu o homenageado,
De Promotor ao cargo de Juiz é confiado,
No baluarte da magistratura ’o Poder,
É reto nas decisões e faz ’contecer,
No judiciário maranhense em cada ação,
É ele: Fruto imparcial dos deuses comprazer,
Um julgador cordial e tem bom coração.
Tão radiante tem a luz do sol na confiança,
E por ser um árbitro virtuoso e excelente,
Leva no cerne a modéstia numa balança,
Duma nascente majestosa é competente,
Por onde passa com humildade faz brilhar,
Com carisma detém a força de ajudar,
Nem os ventos incautos chateiam: é atencioso,
Brioso nos costumes o que faz ser honroso,
E o chão Gonçalvino abraça com adoração,
A nobreza deste herói muito valioso,
Um julgador cordial e tem bom coração.
E nesta aptidão de senso crítico é aliança,
Compassivo na cátedra é benevolente,
Agita-se em favor do fraco com mestrança,
Ato humanístico que realça decente,
Num lampejar merecido para ofuscar,
E são sementes de afeto sem demonstrar,
Porém, todo mundo sabe quem é ele: airoso,
Alteia com riso democrático e rendoso,
Fala com todos e abre as portas com distinção,
Democrático por natureza é lustroso,
Um julgador cordial e tem bom coração.
E analisa contemplando o mund’em mudanças,
Das alçadas que leva a vida nesse expoente,
O Juiz Clésio Cunha atua com perseverança,
E na trilha do trimilênio é promovente,
Erguendo no ritmo diário faz laborar,
Com afeição os anseios dos humildes n’olhar,
É uma missão d’alma que enobrece e custoso,
Na margem jovial será sempre caloroso,
Induz na mais quieta e imutável atenção,
Produzindo ato de pura jurisdição,
Um julgador cordial e tem bom coração.
Ofertório
Faz jus a oblação do canto real primoroso,
Por ser um grande magistrado conceituoso,
Adição qu’enobrece nesta posição,
És tu Clésio! Operante da justiça atuoso,
Um julgador cordial e tem bom coração.
Continuo andando naquele carro velho
Que cruza com total insensatez a cidade
Vem da Liberdade e vai até o que ultimamente penso de liberdade
Aquela de poder sentir novos versos ebulindo
Em antigas Antígonas, segundo Mário, antigonas
Ou meu andar caricato e trágico
Carrego pesos como o Fausto, não o do Goethe, o daqui
Só que os meus não me dão velocidade
Como erros, meus pesos, não estão a serviço dos acertos
Lido com a dor sem domesticá-la
Apenas não sou por ela aniquilado
Pois primitivo me privo de ser íntimo de deuses e tebanos
Mas sem a ilusão é impossível atuar, como dizem
E não sou belo,
O trágico, também dizem, é alegre
Apenas caminho com essa solidão sem espelho
Em seu todo perfeita, plena, repleta de erros, pesos, e acertos
E sonho este desejo insano de completude
Molhado de sêmen e risco
Pela insônia das horas
A cidade de Sophia
O conhecimento é como uma cidade onde cada rua leva o nome de um pensador indicando um caminho que se pode seguir.
Estas estão organizadas em ordem lógica de modo que ao se seguir um pensador desembocar-se-á em outro podendo-se caminhar por entre todo o conhecimento humano.
Porém, como toda cidade existem os limites e é ai que devemos construir nossa própria rua
A cidade de Athenas e prova de que a maior força não é exercida pelos musculos de um homem,mas pela mente de um sabio.Pois enquanto Sparta treinava seus filhos para guerra pelos meios tradicionais da epoca que eram físicos e "estratégicos" a cidade de Athenas presava pela filosofia,e no momento mais importante da guerra os spartanos morreram mesmo tendo mais soldados e mais qualificados para o campo de batalha,mas Atenas tinham qualidade e não quantidade e venceram à guerra.
Eu ando pela cidade sozinho
Memórias que não estão passando
Um assassino está andando nas suas ruas hoje a noite.
Perdoe-me pelos meus crimes.
Não se esqueça que eu era muito jovem, mas muito assustado.
Em nome de Deus e do País
Esta área metropolitana ás vezes pode comparar-se mais a uma aldeia, do que a uma cidade, onde qualquer um se cruza e mistura, onde todos julgam conhecer-se, ou se não conhecem, todos sabem os nomes uns dos outros. Onde grande parte dessas mesmas pessoas se difama e se denigrem uns aos outros. Não faltam intrigas e “cusquices”. Há enredos para todos os gostos, alguns a fazerem lembrar novelas mexicanas. Há tramas que nem o realizador com a imaginação mais fértil conseguiria realizar. Manobras de todas as espécies. Há demasiado tempo que me cansei de um certo tipo de criatura desta “pequena aldeia” , e inúmeras são as ocasiões que a minha paciência se esgota e atinjo o limite. Na realidade tenho vontade de mais e melhor. Sitios e pessoas onde a existência possua a energia e o vigor com que ela tem que ser vivida e sentida. Onde a vida palpite sem maldades associadas. Onde exista agitação saudável. Onde existam outras realidades, pessoas e coisas mais interessantes no lugar desta apatia apodrecida e oportuna. Sinto-me esgotada dos planos de benefícios por conveniência, de escutar as pessoas a murmurarem ou fabricarem e inventarem jogos de cama para os outros. Estou farta de gente que só consegue ver o seu umbigo gigantesco, que vivem de olhos fechados para a sua própria vida, mas quando o assunto é a vida dos outros arregalam os olhos, mas nem assim conseguem ser eficazes.
À cidade dos DIAmantes
Naquela cidade dos diamantes,
onde sempre amava-se o dia
e diariamente, da mente a gente ria
da noite era impossível não tornar-se amante
Terra de tantas e tantas subidas
lá onde cachoeira banhava a alma
o vento refrescava a calma
e as estrelas imploravam para serem lidas
O fôlego ficava, então, perdido,
e o coração antes duro, amolecia,
quando o azul do céu se tornava rosa como flor
O tempo nesse momento esquecia
e o fôlego perdido encontrava-se no amor
E diamantina, cheia de amantes tinha seus dias escurecidos
Até os ratos percebem que o problema está chegando, afogando a cidade eu os vejo, tão pequenos, correndo. É sempre a mesma coisa.
Ela permanece sentada em seu sofá, apática, com seu cinzeiro cheio, mesmo que seja com as cinzas do cigarro roubado do maço dele e sua garrafa vazia de um consolo temporário, que acabou cerca de vinte segundos depois que ele virou as costas. Mesmo ansiosa por sua chegada, ela não quer acelerar um suspiro, manterá sua indiferença.
Ele sabe dizer exatamente como ela se sente só de olhar em seus olhos cinzentos, e quando ele vê que ela está sorrindo e suspirando sincronizadamente, ele parte, a fazendo miserável novamente. Ele parte porque sabe que ela sente sua falta, e nem ele sabe dizer porque ainda ainda volta. Ratos sempre voltam.
Não importa o quanto ela diga, grite, esperneie que testá-la será em vão, pois o fim já havia chegado e ela não sentirá mais sua falta pois ele já não importa mais, ele continuará a ir e voltar como se não tivesse nada a dizer, pois não importa o quanto ela minta, ele sabe ler seus olhos.
Resolveu partir. Ela. Com sua incerteza e depressão se chocando e a corroendo a cada pingo da chuva fria que toca seu rosto. Com sua garrafa vazia e seu cinzeiro cheio de lembranças da memória dele, Ela se afastará para que ele sinta saudades. Pena que não sabe ler os olhos que pertencem a ele. Ela tirou o casaco do mancebo e o vestiu com pressa, prendeu os finos e curtos fios de seu cabelo preto com um elástico que mantinha no pulso, colocou a mão na maçameta e respirou fundo, assim que abriu a porta, ali estava ele. Fingiu que não viu apesar de seus olhos brilharem e praticamente mudarem de cor ao atingir os olhos dele. Ela parte.
Ele a segura segura pela mão e pede num sussurro que ela fique. Enquanto ela o olha de cima a baixo ele entrelaça seus dedos nos dela, como se a prendesse. Ela apertou os olhos como se lutasse contra. Não conseguiu partir depois que ele riu, aquela risada tão única que franze seu nariz. Então ali, no corredor, ficou. Sua raiva hipócrita partiu. Mas aquela risada cheia de cinismo não foi a troco de nada.
“Se tivesse segurado minha mão enquanto eu me afastava, nunca teria partido.