Chuva que Cai
Depois do maravilhoso sol quente, agradeço a chuvinha gostosa que cai pra gente.
Nara Nubia Alencar Queiroz
@narinha.164
Sou amigo da madrugada. Consigo ouvir o uivar do vento, o cantar dos pássaros, a gota d'água que cai na terra após a chuva e o ronco do meu vizinho.
ANÔNIMO GIGANTE
O granizo cai impiedoso
Sobre o telhado de vidro,
Que não reclama, pois não ama.
O ideal não resiste à chuva
De fogo e cinzas, que incinera
A presa e a fera de grande fama.
Poemas são pedidos em garrafas,
Metidos, dobrados, rasgados,
Sobre o peito, sobre a cama.
Vem de dentro do peito
O pedido daquele poema:
Que a chuva, a qual espera
Que a fera lacerada
Descanse, fatigada,
Desça e renove a lama
Desta alma perdida
Que não ama.
Cai a gota
No chão se espalha
Corre por um curto tempo
Curto, porém o suficiente para sentir a liberdade.
Logo cai mais uma gota.
E outra
E outra
É apenas a chuva.
Cai outra vez
Gotas que o céu derramou no meu quintal
Vem carregando bem um pouco de mim
e vem voando feito num vendaval
Regando as flores mortas do meu jardin
Que agora dançam nas bodas de cristal
Que os meus vizinhos fazem pra declarar
velho amor e a paz de um velho altar
Fico daqui me perguntando o que foi
Que eu fiz pra ficar nesse lugar
De folhas mortas e a cidade a aflorar
Tudo aquilo que o homem destrói
Cai entre nós
Nao vai pra lá eu tenho cá meu valor
Deixa pra lá, agora eu tenho que ir
eu vou partir e não pretendo voltar
Chuva lavou
levou consigo meu velho saravá
que cai do céu em choro de sabiá
bem no quintal de um velho a ouvir
O seu passado feito num recital
Cai outra vez
A noite fria cai sobre a cidade.
Chove lá fora e aqui dentro.
Chove saudade e me afoga.
Só me resta saber por onde seu calor escapou.
Um gota de orvalho cai em suspenso no ar, em poucos segundos ela estará no chão.
Mas enquanto isso, o mundo a sua volta olha apavorado, esperando sua queda.
Ela resiste, se quer tenta imaginar como será, mas ainda assim ela continua caindo...
Em um segundo de hesitação e num desejo eterno de fuga, o vento a leva, para o longe.
Para os muitos sua queda era certa, a surpresa, aos otimistas a concretização
de sua certeza, aos pessimistas a sensação que dessa vez passou. Por sua vez, a gota de orvalho
transborda em alegria e evapora na luz, sendo eterna e presente a todo tempo. Sua vez chegou,
agora para sempre no céu de nuvens. Até a próxima chuva de verão.
Ele traz vida consigo, faz a relva torna verdejante.
Cai do alto e molha toda terra, fazendo flores e frutos produzir.
É ela, a chuva.
"Chuva que cai sem para, quase me mata de tanto esperar..."
Quando a tarde cai calada
A noite estende um vestido
As nuvens o veste
para ficar de lembraça, de uma noite
Queiria acontecer.
As nunves derraram lagrimas sem saber
Aa lagrimas de lembranças passadas
De um passado lindo
Quando o dia era lindo
Quando tarde não se cansava.
Hoje a noite dá voltas em casa
A procura do vestido
Que caiu da noite fechada
O vestido lavou a minha alma
O vestido lavou o meu presente
Jogou fora, de repente
Toda a dor que dava voltas
Nessa alma quase morta
Mas ao vestir esse vestido
Se tornou tão viva, quanto a dona
Essa dama, mulher de preto
Que escurece noites vencidas
Mas não joga seu veneno
Mas a amente dela joga o veneno
Que é a chuva que banha meu sereno
Colar de Prata
Colar de prata
cai sobre o pescoço
de princípio é um pouco gelado
Mas a pele viva
com seu calor aquece o colar
Ele cai sobre a pele
balança de um lado para o outro
e as vezes quando esta exposto a luz, ele brilha
e quando esta escondido por entre a roupa
ele fica guardado em secreto
De alguma forma se torna algo tão
parte da pele e do corpo
que na sua ausência,
o corpo sente falta do colar
Pois se tornou algo tão cotidiano
que mesmo durante o banho
ele fica pendurado no pescoço
Faça chuva ou faça sol
e não importa qual é a estação
o colar estara sempre pendurado ao pescoço
em movimento sobre o coração
fazendo tic-tac
Cada gota que cai é um pensamento que nasce. Olhar as gotas batendo na janela me faz ter a sensação de clareza,leveza e esperança!"
A tempestade cai lá fora, e cá dentro, chove você. Dia e noite, como num dilúvio sem fim. E eu não posso fazer nada.
Vem a leve chuvinha,
cai devagar em doce prece,
a natureza se esbalda
e verdejando agradece...
Pingos, pingos, pinguinhos,
chuva calma e persistente,
que devagar, bem de mansinho,
é para todos um grande presente
Como a chuva não cessasse de cair em caudais,
Tiras de tinta começaram a aparecer na fotografia
O tecto da chuva rompera o abrigo da sua alma
E o verde circulava a deriva rompendo as plantas.
Elvira deixara cair seus olhos de objectiva nas
Folhas verdes. Verificava que era sobre elas e como
Elas que sempre olhara a natureza. Ver o real
Em folhas era amá-lo ininterruptamente. Essa
Contiguidade acabara por compor uma rede
Que tinha tanto de próximo como de diferente,
E a chuva não era chuva, transparecia. Eis, pensou.
Por que chove na fotografia, por que chove
Em correntes sobre as folhas?
Sentado na varanda admirando a chuva que começou a cair, Onde até parece que caem lentamente e eu pensando em uma pessoa, uma pessoa que está longe de mim.
Apesar da distância é da saudade, eu não sei o que aconteceu mas vendo essa chuva caindo me deparei com uma coisa muito estranha. A chuva que cai tem seu cheiro, e sem saber o que isso significava eu me perguntei. Como pode eu estar tão longe de quem amo e mesmo assim poder sentir seu cheiro .
Então surge uma voz em meu ouvido dizendo.
- amor sei que você está longe de mim mas hoje quebrei um vidro de perfume meu e joguei na chuva, só para ele evaporar e subir ao céus e virarem gotas de chuva e cair Onde você está, e assim você se lembrará que eu estou longe mas ao mesmo tempo tão perto de ti.
Nesse momento eu comecei a acreditar que para o amor não existe limites ou barreiras e sim determinação e vontade de estar junto .
De: Marcos Rodrigues.
Para: Aline Silva
Estávamos eu e minha sobrinha, Ana Liz, no quintal quando ela viu a chuva cair pela primeira vez. Tinha apenas três meses de idade. O olhar atento sentindo as gotas cair no chão, nas plantas, ao seu redor. Tamanha calmaria, leveza, sensibilidade. Ela foi crescendo, e nos dias de chuva aprendendo a tocar na àgua que caia sobre as suas pequenas mãos. O olhar fixo parece que está contando gota por gota. Além de enxergar a chuva, ela sente. Além de sentir ela transborda, e me ensina a reparar a beleza das gotas caindo sobre nós, sobre o mundo. Ana Liz desde pequena aprendeu a gostar da chuva, talvez ela gosta de ser regada como as flores. A cada chuva que cai, Ana Liz floresce, cresce, cria raízes. Ela me ensina sobre as etapas da vida, o tempo, o reeinventar. Hoje, quinta-feira, da janela do ônibus vejo a chuva que cai em Fortaleza, penso na Ana Liz, recordo do seu olhar atento e sigo. Resisto aos maus tempos, a desesperança, o medo. Assim como a Ana Liz hoje deixarei a chuva me regar para que possa brotar flores de resistência no meu peito. R(e)existo. Vamos juntas pequena, estamos juntas.