Chuva na Vidraça
Tudo se vai...
Tudo se vai...os sonhos, a chuva na vidraça...vão- se as alegrias,os dias bons e os dias maus... até a esperança um dia nos deixa...vão-se as tardes azuis de abril,as flores de maio se vão para nos trazer o inverno que um dia também vai embora... o arco-iris se vai levando suas cores...vão-se as nossas dúvidas e dores,nossos amigos,nossos amores... vão- se as estrelas e o brilho que elas nos deixam, depois se vai; as tempestades se vão, a bonança também...vão- se os risos, vai-se o pranto, vão-se as ilusões... vão- se as andorinhas em busca de outros verões,vão- se luas e estações ...sentimentos como folhas secas se vão com o vento...vão-se as nuvens do céu de agosto...vão-se os verdes anos...vai o ontem ,para que venha o hoje acordar o amanhã que não sabemos se virá ...o que fica é apenas a estrada e a história que escrevemos ao passar por ela,que talvez continue na memória.E para que tudo não seja em vão,vivamos o momento,desatemos os laços do presente, brindemos o agora,que o tempo urge e não tem tempo de esperar e ele também se vai,nos levando a nós,a todos e a tudo que ele mesmo nos trouxe...nos levando a vida!
EM TEMPO...
Ouço chuva
Na vidraça molhando,
Ouço vento,
Molhado,
Se batendo,
Ouço chuva
Nas calhas morrendo,
Ouço vento
Silenciando o tempo,
Ouço chuva,
Clareando o tempo,
E agora,
Ouço o vento
E a chuva invisível
Afogando o meu ser,
Na tempestade do amor!
Chuva na janela do meu quarto
Fico imaginando aonde você está
Mas eu sei,você ainda pode chover em mim.
O som da chuva na janela e os teus beijos em mim, são as lembranças que a memória do meu coração jamais esquece.
A chuva
Pela janela vejo a chuva caindo,
Limpando o chão e molhando a terra.
Vejo as flores tomando água,
Enquanto eu ainda sinto sede.
Essa chuva que cai lá fora,
Cai também aqui, no lado de dentro.
Pelos meus olhos as lágrimas escorrem,
Perdem-se pelo caminho tentando limpar o que está imundo.
A dor, hoje, dilacera meu peito,
Talvez não haja mais limpeza para mim.
Continuarei assim, ao longo dos dias, imunda,
Pois nem a mais longa das chuvas poderá me limpar.
Meus olhos estão vermelhos, sinal clássico do choro,
As lágrimas ainda rolam soltas e se perdem no caminho.
A tristeza aos poucos está me inundando,
Assim como a melancolia de viver.
Se fosse apenas a vida
E se a gente tivesse só
Que olhar a chuva na janela
Mas tem dias que o ranger da porta assusta
Tem dias que o ranger da porta irrita
E tem dias em que a porta range
Custa um tempo a perceber a falta
das coisas que a chuva trazia
No silêncio a alma grita
Porém, é tão grande esse silêncio
Que nem mesmo a própria alma escuta
Mas ele é assim, tão lancinante
Que eu sei que o próprio Deus garante
A alma o sente
Não nos basta ter de volta aquele tempo
Aquela coisa corroída pela chuva
Um tempo carcomido pelo tempo
Por mais breve ele fosse
Muito ele abrange
Tem dias em que há previsão de tempestade
Se fosse então apenas
Ter que olhar o Sol pela janela
Abrir a porta ao vasto mundo
Perceber que amanhã
Também não trará nada
Nada além de outra manhã
Aquela que desfolha as flores
Ver as pétalas já mortas
Com o vento a levá-las
Todas pra bem longe
Sem cores, sem viço, sem nada
Em cada fim de tarde
O mesmo vento na janela
Aquela velha porta range
Não me assusta, nem me irrita
Me toca à duras penas
Me apenas convida a viver
Como se fosse outro dia de chuva
Sem chuva nova, sem nem mesmo a velha chuva
Apenas chove
Sem as coisas que ela trazia
Ela não trouxe nada
Eu não quero outra vida
Nem aquela de volta
Eu quero essa à distância
Olhar o mundo do espaço
Que um dia, antes da invenção do tempo
Eras antes do cansaço
Era assim que a vida prometeu que ela seria.
Edson Ricardo Paiva.
A luz trêmula da vela
Reflete nos tímidos pingos
De chuva na janela...
O vento corta a noite fria
E o "diz que diz que"das folhas
No nosso antigo jardim
É como uma canção de saudade de ti... Um doce lamento,
Que ecoa no meu peito...
E é minha única companhia
No que restou do nosso leito...
Chuva na janela
Há quanto tempo esperava por você.
Chegou hoje, de repente.
Bateu na minha janela bem devagar...
Notei sua presença pelo seu aroma.
Bem característico, é difícil não notar.
Você me trouxe bons ares...
Senti um frescor no ar.
Que saudade de você minha querida ...
Vem minha noite refrescar.
Rega as plantas no jardim,
Lava a rua, limpe as calçadas...
Encha os rios e desça até o mar
Chove chuva, chove sem parar!
E o barulho da chuva na janela que outrora tanto me amedrontava, hoje ainda que caia como tormenta, não é nada mais que uma serena canção de ninar...
Certo dia enquanto eu voltava para casa, olhei a chuva pela janela em meio as esperas da rotina. As gotas escorriam pelo vidro sincronizadas com aquela romântica canção que através do tempo eu ouvia. Olhar os pingos que corriam por aquela superfície vitral, era como contar as batidas do meu coração preso no seu grande abraço fraternal. Eu olhava pela janela enquanto seguia seco para um destino do outro lado da cidade, mas de modo poético a chuva parecia derramar a minha aguda dor de saudade. O silêncio reina lá fora, eu só ouço a nossa canção. Próximo do destino dessa poesia eu volto para sua direção. No fim, a janela totalmente embaçada, em tom de partida, sua declaração escrevia. Cada gota se fez um ponto... enquanto meu coração derretia.
Eu vejo a chuva pela janela, minha respiração embaça o vidro e começa ofuscar minha visão, um relâmpago clareia minha sala e congela minha alma;
tento enxergar o mais longe que posso e quando me dou conta, em meio a pensamentos a chuva já passou, e eu percebo que quando deixamos algo bloquear nossa visão, quando tentamos enxergar mais longe que podemos e enquanto estamos presos em nossos pensamentos, as coisas mais belas passam pela nossa vida e não podemos contemplar...
A chuva na janela traz pingos de saudade, uma paisagem pode render lágrimas em nossos olhos, saudade é vontade de reencontro, minúcias convidam a recordar que a felicidade é justamente o que na vida não pode faltar, isso me faz imaginar porque será que demoramos tanto, para valorizar as pessoas ao nosso lado, me parece burrice reservar o amanha quando podemos ser feliz hoje, é tolice achar que a felicidade vai esperar a conclusão das frustrações de uma vida inteira, é incompreensível a interrupção do certo pelo duvidoso, é inaceitável conformar-se com coisas piores a ponto de não enxergar coisas melhores, chega a ser desumano desperdiçar o tempo, não aproveitar os dias, esperar que as coisas boas aterrissem do céu, infelizmente a surpresa virá em pingos variantes de chuva, o tempo aos poucos dirá que o importante é se importar com a presença dos que estão ao nosso lado, e não dos que gostaríamos que estivessem.
Das mínimas coisas que aprendemos sobre a vida, ser feliz é primário, por mais que custemos a entende que amar é secundário.
Quando você olha a chuva pela janela e vê em seu quintal uma poça se formando, não espere a nova chuva para resolver o problema. Jardins belos requerem cuidado.
``Eu, um dia olhando o céu,uma nuvem me sorriu,logo eu, que de sorrir nunca entendi,não dei muita atenção, por manter meus pés no chão,caminhei timidamente, com meus passos apressados,mas a nuvem já zangada, com grandes gotas me acertava,em uma marquise qualquer,me protegendo de ti,olhei pra cima acanhado,e vi você sorrindo, lá do alto,disse baixinho pra mim,que brincadeira é essa, que essa chuva me faz? com tantos rios pra encher,tanta fome pra matar,vem sorrir logo pra mim,que não me permito, com suas águas me molhar.´´
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