Choro pelo Amor

Cerca de 2594 frases e pensamentos: Choro pelo Amor

⁠O ALGUÉM

Em solidão cruel, tal o sofrimento
Em seguido sofrer, bravia tortura
Chora o versejar em triste figura
Criando versos com tal tormento
E ver no verso árduo sentimento
Facilmente dói, dor que não cura
Num vagar cativo de desventura
A quem crer apenas no momento

Então, não tenha todo o motivo
A quem dê a parte que lhe tem
Pois, toda a parte tem o relativo
Ó sensação, traga-me só o bem
Dando para o perverso corretivo
E ao meu verso o único alguém!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
06 julho 2024, 18’57” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO VAGINDO

Na saudade a alma não canta
Chora, e triste fica o triste riso
O peito pulsa numa dor tanta
Que o nada se torna conciso

A memória vem e nada espanta
A vida se encolhe num improviso
A alacridade deixa de ser santa
E a solidão surge sem dar aviso

Quando a saudade se agiganta
O olhar se perde nu, no infinito
Tão frívolo, que não hei escrito

Aí um nó se enlaça na garganta
A lágrima pela face sai a procura
Dum vagido, pra banzar a tristura

Luciano Spagnol
09/08/2016, 06'20"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ASSIM, O CERRADO

O cerrado, quando empoera
Ressequido o vento no ar
Chora seco folhas desespera
No azul do céu a bailar

O horizonte se põe a embaçar
Na miragem da atmosfera
Embaralhando o olhar
Na imensidão em quimera

Ah! Se o frescor assim espera
O tempo de chuva, pra se revelar
Retorcidos galhos esclera
Num cinza a cromatizar

Assim, o cerrado, se gera
Vida diversa, lato lugar
De exótica primavera
Quem te conhece, só amar...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Ensaios

Nos ensaios de ausentar-me de ti
O meu poetar só falou desta dor
Chorou nas rimas e assim escrevi
Poemas que só falam deste amor

É amor que se compara com flor
Não se esquece do teu perfume
Uma vez cheirado vira o teu odor
Aromatizando a paixão em lume

Às vezes no silêncio eu te ouço
Então aí vejo como é difícil lutar
Pra que eu saia deste calabouço

Olho o retrato, lembro o teu sabor
E a saudade de te me põe louco
Adoçados nestes versos de amor

Luciano Spagnol
20 de maio, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Lembro-te:

Saudade: - o choro de outrora chora
Rola no pranto aquele olhar certeiro
O teu cheiro, impregnado no roteiro
Das minhas lembranças, que evola ...

Inquieto romance: - de muita parola
Do doce encontro, o nosso primeiro
Abraçar, cheio de sabor, por inteiro
Tudo neste duro poetar se desenrola

Acende um lembrar deste passado:
Quanto mais o tempo, e nele receio
Mais prazenteio de ter sido amado

Me vem a tua imagem sem rodeio
O teu triste olhar ali ao meu lado
Findo no curso, e não mais veio.

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

orfandade

os soluços secaram
não choro mais
as lágrimas me sufocaram
perdi você no cais
e amanhece o dia
pra vida, tanto faz
o pranto é da minha poesia...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2019
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Nunca chorar por quem não vem, nunca amar quem não quer e nunca esperar por quem não volta.

Inserida por DaniLeao

⁠SINO DOLOROSO (soneto)

Plangei, sino! O cerrado chora essa dor vasta
Ecoado no infeliz peito e no soneto solitário
Dessa realidade vil de uma tirania tão casta
Do afeto que um dia foi por nós necessário

Cantai, sino! A sofrência no cortejo arrasta
Verdugos sentimentos solução no itinerário
Escorrem lágrimas que ao pranto não basta
Arde a emoção e a alma neste árduo relicário

Em repiques de pesar, em desilusão a finados
Tilintando rancores, ó carrilhões, que aí tala
Em campas de sanhas, e de renhidos brados

Toe, sino doloroso, que no silêncio devasta
Badala, bimbalha, e num soar o aperto exala
Brandindo o amor com uma emoção nefasta

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
08/07/2020, 12’10” – Triângulo Mineiro
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DESENCANTO (soneto)

Muitas vezes trovei os amores idos
Chorando o desalento e desventura
No engano, numa lira feroz e impura
De infelicidade, o vazio dos sentidos

E nesses instantes sofridos, convertidos
Cada lágrima escrita era de amargura
Com rimas sem resolução e tão escura
Soando a alma com cânticos gemidos

E se tentava acalmar com justificação
Mais saudoso ficava o árduo coração
Que se enganava querendo encanto

E, sussurrando, num afiado suspiro
Os versos que feriam, tal um tiro
O amor, eclodiam do desencanto

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/07/2020 – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SUSPIROS PROFUNDOS

Ninguém sentiu o meu choro inseguro
Ó dolorosa dor entre as dores minhas
Embriagada solidão, máculas daninhas
O falto para mim foi silencioso e duro

Permaneceste no pensamento escuro
Vazia e casta, tristes eram as tadinhas
E chegaste a ter mais do que tinhas
Tornando-te em um flagelo impuro

Invisível tornou o meu sofrer inquieto
A minha poesia, o sentimento secreto
Jorrados do sentir, ali tão moribundos

E, neste trágico, pedaço dos pedaços
Ele, que habitou a ter esses embaraços
Fez-me o dono de suspiros profundos

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26/08/2020, 12’28” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠INCERTEZA

Este, o soneto de sensação inquieta
Onde, ri e chora as horas de emoção
Chorado no papel, de um caro poeta
A fiel lembrança de cada uma ilusão

Este, canto de uma tenção completa
Que soa no peito com uma pulsação
De sofreguidão, de uma dor secreta
Cravada no sentimento e no coração

Este, que aqui versa o viver profundo
Lamenta a sorte e no mesmo segundo
De incerteza, rima o versejar tal amador

É para ti ó alma de afeto pendente
E a ti, ó paixão, se existe realmente
Vacila, e nem sabe do meu amor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22/10/2020, 18’07” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠LIBERTO ...

Não choro mais! Irei por este fado seguro
Cantar em outro peito, um soneto nobre
Adeus! Levo o teu cheiro, meu amor pobre
Na alma a sensação vazia e encanto escuro

Levanta-te sentimento, exitoso, desdobre
As asas da poesia, escreva teu verso puro
Declame todo sempre o afeto que venturo
Assim, um dia, a sorte especial o descobre

Então, cada verso o versar do meu sonho
Fanar-se na raiz, ir em frente, fé criativa
Ferindo e parando o devaneio enfadonho

Tu não finjas a inspiração tão figurativa
Não! Respeita cada um verso tristonho
Agora liberto! E cheio de emoção viva! ...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/01/2021, 20’30” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠O PRESIDIÁRIO ....

Ó meu coração, meu pobre coração que choras
Os soluços sentidos dum nefasto desventurado
Se a lei do amar te angustia em seguidas horas
Diante do afeto ninguém deve ser condenado

Se tem sede de mimo e se confiante imploras
O suave amparo de o cupido a ti deliberado
Que seja flechado de luz nas suaves auroras
Superando a regra da sorte que a ti é dado

Não há prisão, nem há solidão tão pobre
De um olhar abraçado, cumplice e nobre
Que não possa estar ao lado e ao dispor

Somos todos uma solta sensação serena
Quando o desejo deseja eximir de pena
Safando da sentença o condenado amor! ...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/01/2021, 16’50” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

CHORAR BAIXINHO...

Morreu. Vestiu-se de negro o sentimento
entre as lembranças as muitas, as penosas
dando um aperto do que foi um dia alento
hoje só tristuras nas recordações dolorosas

Má sorte! Como dói o afeto que foi ao vento
ao relento, o olhar afligi agonias silenciosas
ó ilusão, então, me tira deste tal sofrimento
balsama minh’alma com perfumes de rosas

Aliviando, assim, essa fúnebre infelicidade
pense na sensação de ferir-se com espinho
desolado pelos pensamentos de saudade...

Se este amor está morto, sem um carinho
um abraço, o laço, e não mais restou nada
então, deixe meu coração chorar baixinho! ...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
15/03/2021, 14’07” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠⁠EUFORIA ...

Este contentamento impossível de conter
Que alegra, canta, suspira, chora, aflora
Vive no meu peito, em flores a florescer
Na duração sem fim onde o agrado mora

Sem fim, amplo, é vida, que vive a viver
Certeira e fatal, serena, ao fascínio cora
Que acontece quando tem de acontecer
Embora seja sedução, e sensação afora

Nada mais que um olhar, um itinerário
Tudo assim, mão na mão, querer diário
O sussurro, o beijo, um isto, um aquilo

E neste cenário bucólico de um amador
O desejo, o sim, a cumplicidade de amor
Faz a emoção cada, ter euforia e estilo... ...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31/03/2021, 07'33" – Araguari, MG
(segunda dose da vacina da
Dona Maria de Fátima Brasileiro)

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SAUDADE ANTIGA

Há qualquer coisa de saudade antiga
na poesia que suspira e chora agora
alguma coisa tal uma sensação amiga
na trova o brilho de sol posto, outrora

Há a razão de toda a agonia, que diga:
pesar que estrangula e vai noite afora
no sentimento, pensamento, ó urtiga
que pinica, intriga e não vai embora

É dor com alma, é dor humana, dor...
ó Senhor, preenche este verso incolor
com mais agrado e agrado possa ter

Ah! aflijo sem nome, ah! aflijo infrator
que o fado verse com cuidado e amor
prosa suave e, assim, sossego no viver!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Araguari, MG – 24/07/2021, 18’58”

Inserida por LucianoSpagnol

⁠SONETO COBIÇOSO

Talvez, depois do soneto chorar o passado
De tanto malogro, de tanto nublar comigo
Eis que ressurge verso tão cheio de abrigo
Nunca perdido, sonhado, sempre inspirado

É bom conservá-lo sempre ao meu lado
Com o cheiro e prazer de desejo antigo
Sempre presente e assim transformado
Vivo, e como sempre adejante comigo

Um verso simples, singular, cotidiano
Mas bem alindado na poética a incitar
Nada ímpar, basta o sentir humano...

De amor, sensação que não se explica
Surgi tão vário como vário é o poetar
E o soneto cobiçoso só se multiplica!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/08/2021, 14’58” - Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠DESLIZE

Eu da saudade sou quem chora
Da ausência, ilusão, desencanto
Se eu caminho na solidão agora
São motivos de trovar em pranto

A saudade é dor, volúpia ardente
Viva sensação, um remorso vão
Dá-me emoção amarga e quente
Injetada gota a gota no coração

E nessa saudade tão fria e feroz
Da tua privação, a aflição corre
Rimando versos tristes e tão sós

Vivo a suspirar como quem morre
E a lamentar se assim vale a pena
Essa saudade do amor de te amar

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
22/08/2021, 15’18’ - Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠A ESTE POEMA

A este poema padece a ternura
A este poema ranzinza a chorar
Tão triste, e aflitiva desventura
Suspira na prosa infeliz a poetar

Rima árdua, fria e a murmurar
Olhar em vão, amarga doçura
Que arde n’alma a despedaçar
Numa trova lastimosa e escura

Diz-me a onde estará este amor
Que tenho saudade e faz sofrer
Distante dos beijos, e teu fulgor

Esse vazio me faz solidão sentir
Diz-me onde está! Pra lhe falar
Do meu amor pro seu amor vir!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/09/2021, 16’58” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠MINHA POESIA

A minha poesia já não é mais triste
Que chorava as agruras de outrora
Pois no meu verso a ventura existe
E o agrado, mora na estrofe, agora

Cada versar de dor, outro arrojado
Apagando as sensações sangradas
Não mais quero verso abandonado
Que sejam as emoções iluminadas

Em muitas prosas sozinho versei
Numa cena em vão, triste cenário
Porém, outra poética ao verso dei

E deste modo rompe nova fantasia
E todo o amor de antes, necessário
Aqui se encontra na minha poesia...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Setembro 30/2021, 13’50” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol