Cheiro Lembranca
difícil é desistir
quando a lembrança lhe trai
matando a saudade e a raiva que lhe prendem
a resistência racional
a mentira como uma droga psicotrópica
versus a inteligência emocional
e a proposta tentadora da felicidade
quem tiver a vitória total eu invejo
pois a dificuldade de tê-la
nunca vi outra tão grande
a mágoa de uma derrota emocional
de ambos desafiantes
é um fator iníquo para nosso inconsciente
ou seria para nosso consciente?
dentre as formas de convivência com os tipos de ocasiões
pior que a convivência com um fato sofrido
é a subsistência paralela a um não vivido
quando há uma falta de percepção do exato momento
ou fica-se na espera dele por tanto tempo
que há uma descapitalização do sentimento
eivando toda a esperança e probabilidade
de uma união
só o sentimento se mantém
aquela paixão temporariamente criada
que poderia ou não evoluir para sentimento
é reabsorvida
mas para acertar o momento
só se ambos tiverem sentimento
mas não qualquer um
e sim o mesmo concomitantemente
os dias passam
e sempre ha um quê mal resolvido no ar
as lembranças da desilusão incentivam a racionalidade
que logo
quando está quase completa
sofre uma emboscada emocional
algumas vezes
um simples 'oi' desencadeia a reação
e quanto menos emotivo se é
mais se sofre
na realidade nao seria emotivo o termo
pois emotivo todos somos
no momento certo
porem quem é normalmente mais racional
frio
sente de forma mais intensa esse catabolismo da razão
Pelo fato de não estarem acostumados com esses sentimentos?
Acredito ser
pelo fato de enterrarem-nos
tão profundamente a si mesmo
que quando encontram-nos
não sabem como reagir
Perante a dificuldade de desistir
Só uma certeza se tem
Quando se apaixona por alguém
Mesmo que seja improvável
Mesmo que seja intransitável
A única saída é persistir
Deixe-me pensar: eu era a mesma quando me levantei essa manhã? Tenho uma ligeira lembrança de que me senti um bocadinho diferente. Mas, se não sou a mesma, a próxima pergunta é: Afinal de contas quem eu sou? Ah, este é o grande enigma!
Uma ausência, um vazio, uma dor sem nome, sem fim, sem explicação. É uma dor de lembrança, coisas que um dia preencheram todo o vazio que agora dói em mim... Momentos que me faziam feliz, palavras que eu gostava de ouvir. Foram tempos únicos, que deixaram um vazio insuportável dentro de mim. Como se me faltasse a peça principal, e então, todos os dias eu lembro. Tantas mudanças, idas e vindas, novidades… Por quanto tempo? O que eu fiz de errado? Eu era feliz na minha tranquilidade mesquinha, no pouco que já me fazia inteira… Ele é uma ausência em mim. Pensar nele me provoca dor, minhas lágrimas descem quentes sobre meu rosto, parecendo queimar tudo o que ainda restava, cada vez mais… e a saudade vai crescendo, o tempo vai passando. Ele está tão bem, tão feliz. Foi tão insignificante assim tudo o que fui pra ele um dia? Meu Deus, como dói o vazio… Fica cada dia mais difícil percorrer as pequenas lembranças que ainda me restaram… o cheiro, a textura do cabelo, aquele sorriso, covinha, um dia em que eu pude te ver o tempo todo… Foram momentos que me deixaram feliz, mas que eu não ligava em aproveitar, absorver o máximo… Eu estava feliz, me sentia feliz, e era tudo o que importava. E hoje, foram embora os momentos, sorrisos, e as lembranças vão se apagando cada dia mais… só sobra a ausência, que é meu travesseiro durante a noite. E eu continuo pensando em você. Te amando.
O amor sempre será uma cançao eterna e quando não toca mais no tempo do agora, toca na lembrança. Por isso, é pra sempre.
É melhor retirar-se e deixar uma bonita lembrança do que insistir e virar um verdadeiro incômodo. Você não perde o que nunca teve, nem mantém o que não é seu. Se você é forte para dizer adeus, a vida te recompensará com um novo olá.
[...] Só sei que aquela lembrança vivia dentro de mim como um pedaço gostoso de passado, perfeitamente encapsulado; uma pincelada de cores naquela tela cinzenta e árida que as nossas vidas tinham se tornado. [...]
E veio a despedida, a festa acabou
Aquela coisa linda, que se chamava amor
Deixou só a lembrança, não quis permanecer
Perdeu a esperança da gente se entender
E sem pedir licença, a solidão chegou
Com ar de inocência, nem mesmo se importou
Com a volta da saudade, não teve mais conversa
Nem uma amizade pra gente interessa
Mais um na madrugada, estrago a minha vida
Com a rapaziada, me entrego à bebida
Quem sabe te esqueço, na mesa de um bar
Ou então enlouqueço e te peço pra voltar
Passou uma semana, a raiva teve fim
No quarto a nossa cama, não quer saber de mim
Me culpa e me castiga, pela falta de amor
Acha que essa briga foi eu quem começou
E na realidade, sinto falta de você
Você é a saudade que não dá pra esquecer
Quando o amor é de verdade dispensa até procura
Você é a felicidade que eu não encontrei na rua
E o amor se fortalece, o sonho renasceu
Quem ama não se esquece, de tudo o que viveu
Assim é a nossa estória, contada pelo avesso
A estória de um amor do fim ao recomeço
E o amor se fortalece, enfim sobreviveu
Quem vê até parece, que nunca se perdeu
Assim é a nossa estória, contada pelo avesso
A estória de um amor do fim ao recomeço
Porque saudade é só uma lembrança bonita, pedindo pra acontecer outra vez. É cheiro de café fresquinho, é colher morango no quintal, depois de chegar do colégio. É desenho animado em um fim de tarde qualquer.
É querer reviver o que valeu a pena. Que marcou, e se transformou em mais uma página bonita na vida da gente. Saudade não deve doer. Deve roubar sorrisos e trazer a certeza de que o que foi bonito fica, de alguma forma. Sentir saudade, deixar saudade. Porque o bom é viver para desenhar na vida das pessoas, momentos lindos e dignos de serem lembrados pra sempre.
Ainda tua lembrança...(soneto)
Há no ar certo cheiro de maresia,
Na bruma, toques de irrealidade,
Na brisa, um tanto de nostalgia,
Em mim...solidão, fragilidade...
Nas ondas, um vaivém de melancolia,
No horizonte, laivos de saudade
Sentimento, que as vezes, acaricia,
Em outras, traz dor e infelicidade...
Nas pesadas nuvens, um tom cinzento,
No imenso mar, sonhos naufragados
Na branca areia, pela espuma, espalhados...
Olhar ao longe, na direção do vento,
Na alma, mágoa e desesperança,
No coração, ainda tua lembrança...
Mas acontece tipo assim: lembro do seu rosto, do seu abraço, do seu cheiro, do seu olhar, do seu beijo e começo a sorrir, é assim mesmo, automático, como se tivesse uma parte do meu cérebro que me fizesse por um instante a pessoa mais feliz do mundo, mas que só você, de algum modo, fosse capaz de ativar. Eu sei, é lindo. Mas logo em... seguida, quando penso em quão longe você está sinto-me despedaçar por inteira. Sabe a sensação de arrancar um doce de uma criança? Pois é, sou essa criança. E dói. Uma dor cujo único remédio é a sua presença. Então sigo assim, penso em você, sorrio, sofro e rezo, peço pra Deus cuidar da gente, amenizar essa dor e trazer logo a minha cura.
Eu gosto de errar. Sinto o cheiro e gosto dos meus erros e simpatizo com eles. O certinho me causa desconfiança. Antipatizo com o correto. Prefiro a minha infelicidade com flashes de felicidade momentânea... Esperar não é para mim. Produzo teorias que não servirão para nada. Invento palavras que não existem, faço meu próprio dicionário. Crio definições que só eu uso e, ainda por cima, me mato de rir. Prefiro a minha insanidade com flashes de sanidade instantânea... O que presta é o que me interessa. O que eu quero, agarro. O que eu desejo, abraço. O que eu sonho, desenho. O que eu imagino, escrevo. O que eu sinto, escondo. A perfeição está no meu humor. Está na minha emoção. Está nas minhas linhas tortas e devaneios tolos. Nem sempre minhas ações condizem com as minhas palavras. Me conheça. Me decifre. Me ame. Me devore.